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"Agora é tempo para erguer nossa nação das areias movediças da injustiça racial e da discriminação para a pedra sólida da fraternidade." (Rev. Martin Luther King Jr.)

Sejam bem-vindos ao NEGOSPEL!

O que vem a ser o NEGOSPEL? - NEGOSPEL é um MOVIMENTO NEGRO EVANGÉLICO virtual e, ou, presencial cuja missão é de conscientizar os afrodescendentes e interessados no assunto quanto à sua historicidade, identidade, autovalorização e espaço tanto do ponto de vista histórico-teológico como étnico-sócio-racial lutando, assim, pela reparação nas áreas supra-citadas dentro de um recorte racial justo e verdadeiro ante às inúmeras injustiças resultantes na atual estratificação social. Portanto, continue conosco interagindo e divulgando nosso trabalho e muito obrigado pela sua visita!

Afroabraços,

Henrique Coutinho.



quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

UMA PALAVRA DE GRATIDÃO.

É com o coração extremamente grato que me reporto a todos os queridos irmãos e amigos que me deram a honra de acessar a CONFRARIA DA BÍBLIA lendo, mesmo que de relance, as suas postagens e reflexões contribuindo, assim, pra que este blog ultrapassasse as mil visitas nesses dois últimos meses do ano de 2009. Fico, sinceramente, grato pela confiança a mim prestada, ao tempo que peço desculpas por qualquer coisa que tenha desagradado a alguém. Agradeço, imensamente, também aos meus queridos seguidores que, expontaneamente, resolveram se tornar parceiros desse projeto! Agradeço, é claro, sobretudo, a Deus que me deu forças e criatividade para montar esse blog, mas não poderia deixar de destacar o meu grande incentivador para a criação, há pouco mais de dois anos atrás, desse blog: o querido irmão em Cristo Fernando Lima (www.fernandodelima.blogspot.com) Mentor do CAMINHO DA GRAÇA EM SALVADOR, muito obrigado mano! Minha palavra de gratidão, também, à UNIÃO DOS BLOGUEIROS EVANGÉLICOS pelos estímulo e orientação referentes ao bom uso do blog. VOCÊS SÃO UMA BENÇÃO!

Desejo de todo o meu coração que Deus continue abençoando a cada um de vocês nos dias subsequentes desse novo ano que se aproxima. Que Deus em sua infinita Graça e eterna Misericórdia nos dê entendimento em tudo a fim de que possamos discernir qual seja a BOA, AGRADÁVEL E PERFEITA VONTADE DE DEUS pra nossa vida.

Um abraço bem caloroso pra todos vocês e um 2010 repleto de vitórias em Cristo Jesus!!!

Pr. Henrique Coutinho.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

A MORDAÇA IDEOLÓGICA!

Todas as vezes, em todo o tempo e em todos os lugares e ocasiões que se tenta discutir o tema racismo neste país há, de imediato, uma visível tentativa, consciente ou inconsciente, de se encerrar o assunto, de se subestimar e minimizar a sua importância como uma forma de calar a voz do povo negro que durante centenas de anos ficou contida e, literalmente, amordaçada diante da tirania dos déspotas "Senhores de Engenho" de ontem e, porque não dizer também, dos sofisticados "Senhores de Engenho" do século XXI!?

A mordaça ideológica é uma forma bem sutil de se tentar fazer calar a voz dos negros que, durante séculos a fio, foram tolhidos de exercer seu estado de direito de ser gente, de ser cidadão, de ter dignidade, de ter vez e voz, de não ser julgado "suspeito" por conta da inaceitação de sua aparência dissociada de um biotipo esteriotipado segundo os moldes eurocentristas, mas respeitado como ser humano que é, embora grande parcela não-negra dessa sociedade mesquinha, hipócrita e racista queira sempre mantê-lo à margem porque alí continuarão sendo usados como objetos de exploração mercantilista, ideológica e sadoescravagista.

O racismo neste país é real, nocivo, sorrateiro, cínico e, não poucas vezes, irônico. Deve, sim, ser combatido, debatido, denunciado, julgado e condenado! Não devemos nos calar diante de tentativas intimidatórias de nos convencer que o problema não existe e, o que é pior, de tentar culpar o povo negro dos resultados dessa mazela histórico-psico-sociológica chamada RACISMO que, como sua própria definição já nos revela "é a supremacia de uma raça 'superior' sobre uma raça 'inferior' com o fim de exercer sobre ela domínio, hostilizando-a e oprimindo-a". Logo, é impossível que um negro seja racista com outro negro. O máximo que poderá acontecer será a projeção de sua autoimagem negativa resultante de sua baixa autoestima. Ou seja, quando um negro (sem consciência negra) olha pra outro negro e não consegue valorizá-lo é porque ele mesmo, ainda, não aprendeu a se valorizar como negro. É como se estivesse olhando para um espelho e, não aceitando a imagem refletida diante de si, reagisse de forma autorejeitante.

NÓS NEGROS DIZEMOS NÃO A TODA TENTATIVA SILENCIOSA E VELADA DE SE PERPETUAR ESSE DOMÍNIO SOBRE UM POVO, UMA RAÇA, UMA ETNIA E UM GÊNERO QUE AJUDOU E AINDA AJUDA A CONSTRUIR ESTE PAÍS O QUAL NOS DEVE UMA REAL, DIÁRIA E VERDADEIRA REPARAÇÃO QUE, MESMO ASSIM, DIFICILMENTE SERÁ PAGA!!!
Pr. Henrique Coutinho.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

NEGROS EVANGÉLICOS DEBATEM RACISMO E DISCRIMINAÇÃO NAS IGREJAS.

ENTREVISTA: Fonte - Jornal Ìrohin.
JORNALISTA: Jamile Menezes Santos, Jornalista(Bahia)
jamyllem@hotmail.com.


"São 15 milhões de pessoas pretas de cabeça baixa nas igrejas, achando que são descendentes do continente do demônio", afirmou o teólogo Walter Passos, no I Encontro Nacional de Negras e Negros Cristãos, realizado em Salvador no mês de abril. A iniciativa foi do Conselho Nacional de Negras e Negros Cristãos (CNNC), organização que vem debatendo a questão racial em diversas igrejas evangélicas em todo o país há cerca de um ano. Passos preside o CNNC, que é composto por fiéis de igrejas como a Presbiteriana, Batista, Adventista, Assembléia de Deus e a Metodista tendo a participação, até então, de estados como Rio de Janeiro, Alagoas, Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná, São Paulo e Bahia. Criado a partir de debates e discussões por e-mails, o Conselho hoje vem promovendo encontros regionais, levantando o tema entre jovens e adultos negros - homens e mulheres evangélicas pelo país. Em entrevista, o presidente do CNNC falou ao Ìrohìn sobre este debate. Confira.




Ìrohìn - São 15 milhões de evangélicos negros no Brasil. O que pensa este contingente hoje quanto às suas identidades negras?
Walter Passos - Os evangélicos são os que têm um processo de negação maior quanto ao seu pertencimento à comunidade negra. A pobreza e a desorganização, além da falta de políticas públicas, fazem com que nosso povo procure o mínimo de bens materiais através dos sacrifícios (ofertas), negando seu próprio ser. A discriminação em nenhum momento é questionada e nas igrejas históricas, o racionalismo branco é imitado. Em todas as três correntes do protestantismo no Brasil, a máscara branca está desfigurando a essência dos pretos e pretas e esse fato é um anti-evangelho de Yeshua (Jesus), que foi o mais importante preto da história da humanidade.


Ìrohìn - De que forma isso é visto nas igrejas?
Walter Passos - No comportamento dos (as) pastores (as), por exemplo, que se explica na formação teológica: as faculdades e seminários são formadores de teologias excludentes, baseadas no medo e na negação das raízes africanas. Os sermões, que seriam o grande alimento das comunidades, se tornaram mecanismos de dominação através da palavra e demonização das culturas africanas. Há um processo de branqueamento escandaloso nas lideranças pastorais negras. O mais difícil de encontrar é pastores pretos casados com mulheres pretas, porque o padrão de beleza europeu é propagado dentro das comunidades. Tudo que é belo é branco e tudo que é demoníaco é preto, por exemplo. A direção das igrejas não está com as lideranças pretas. Na Bahia, qual o pastor preto consciente que pastoreia uma grande igreja? Se somos 15 milhões, deveria haver pelo menos 650 mil pastores (as) pretos. Acontece que para estudar teologia é necessário ter condições financeiras e nosso povo não possui essas condições.


Ìrohìn - O Encontro Nacional, realizado em abril, reuniu expressivas delegações de diversos estados. Existem singularidades quanto ao engajamento por região?
Walter Passos - As diferenças são evidentes. O estado da Bahia é o que sofre a maior discriminação, tendo também a maior organização de juventude afrocentrada e atuante. A Bahia é um imenso paradoxo, porque somos a maioria da população preta que guardamos grandes ensinamentos ancestrais e o estado onde há menos políticas públicas de combate à discriminação.


Ìrohìn - Qual o papel dessa juventude?
Walter Passos - A juventude afrocentrada do CNNC é a espinha dorsal da organização, como está sendo em todo o Movimento Negro Brasileiro. A diretoria do CNNC Bahia é composta de 100% de jovens, sendo um marco na nossa organização no Brasil. Os jovens não aceitam as mazelas que as igrejas têm feito com nosso povo e são os grandes questionadores, não sentindo tanto temor das lideranças das igrejas como os idosos e adultos.

Ìrohìn – E o que é que o CNNC traz para o debate junto a esse público?
Walter Passos - A nossa luta se dá dentro do cristianismo, que participou ativamente da formação ideológica do Brasil: legitimou, abençoou, traficou, explorou e enriqueceu com tráfico dos nossos ancestrais, mantendo ainda uma violenta discriminação em todas as igrejas, seja a católica ou a protestante. Sendo assim, debatemos a discriminação racial e a sua superação dentro das igrejas cristãs, a luta como entidade preta cristã contra todos os tipos de exploração na sociedade, a organização do povo preto cristão, a propagação e a prática do pan-africanismo, a formulação de uma teologia preta e a questão de gênero, pois sabemos que a mulher preta é a mais discriminada dentro do cristianismo, além de outros temas. Trocamos informações, literaturas, realizamos encontros e aprendemos a ouvir os especialistas negros, porque sabemos que não podemos confiar nos teólogos (as) brancos e seu academicismo, o que é ideológico e visa manter a dominação e escravização mental do povo preto.


Ìrohìn - Um ponto central nesta discussão, para vocês, é a Escola Bíblica Dominical (EBDs). Por que é importante questionar essa Escola?
Walter Passos - A escola bíblica dominical dentro das igrejas históricas e pentecostais tem uma função de grande importância que é a formação do membro da igreja. A EBD é uma escola com objetivo de branqueamento, pois leva as pessoas negras, desde pequenas, à negação de suas origens. Ela reforça os preconceitos, acaba com sua auto-estima. Reforça o machismo, ensina um Deus branco baseado no medo, cópia do senhor de engenho. É necessária uma reformulação das EBDs, mas, nessa estrutura de igrejas que existe, é muito difícil.


Ìrohìn - Por que então não fundar uma outra Igreja, criar uma outra Bíblia?
Walter Passos - A função do CNNC não é formar uma nova denominação evangélica, mas, atuar dentro das igrejas de forma contundente. Queremos fundar a Comunidade Cristã Pan-Africanista, onde poderão atuar livremente e louvar a Yeshua conforme a sua africanidade. O CNNC não é uma igreja, mas uma organização pan-africanista. O cristianismo que temos hoje no planeta, e inclusive em várias regiões da África, é um cristianismo caucasiano deturpado. Os teólogos brancos, com mestrados e doutorados, conhecem a verdade e não ensinam. Há interesse ideológico em se manter um povo dominado. Estamos escrevendo o livro Cristianismo de Matriz Africana, objetivando informar o nosso povo preto dessas verdades escondidas.


Ìrohìn - Como é a reação dos (as) negros (as) evangélicos (as) ao serem chamados para este debate em suas igrejas? Há reações mais ou menos adversas em alguma delas?
Walter Passos - As reações são as mais diversas possíveis, porque a catequese católica e a forma de evangelização que sofreram os nossos ancestrais foram violentas e hoje a violência é ideológica. Os negros cristãos no Brasil estão com os olhos vendados e temem o inferno ensinado pelos brancos. Tenho conversado com pastores de diversas denominações e lideranças que sabem da discriminação racial e ficam calados, sendo co-participantes e alimentadores das mentiras. Por isso o CNNC não acredita e não participa do chamado Movimento Negro Evangélico (MNE) porque é um movimento que se apóia em organizações e lideranças brancas. Outro fator importante é que a luta pela emancipação do povo preto tem que ter a base familiar, e ainda não vi a maioria masculina dessas lideranças do MNE levar suas famílias para as reuniões. Será porque as suas mulheres são brancas e eles têm vergonha de suas companheiras? Como podem liderar e falar da discriminação racial se a própria família não é participante? Acreditamos que os pretos têm que trilhar os seus próprios caminhos e ditar as regras de sua própria emancipação.


Ìrohìn - Há a participação da Igreja Universal do Reino de Deus no CNNC?
Walter Passos - A questão da IURD (Igreja Universal do Reino de Deus) é bem interessante. No censo do ano 2000, possuía 2.101.887 membros, possuindo um poder imenso de comunicação. A IURD tem como chamamento a idéia da maldição hereditária. Hoje os negros lá se sentem amaldiçoados, todos os seus problemas são resultantes do chamado encosto que vem acompanhando a família desde a África. Sendo assim, se toma “fácil” nessas igrejas a comunidade negra enfrentar os graves problemas sociais que a afligem. A presença crescente de descendentes de africanos nessas igrejas é conseqüência da constante expulsão que sofrem nas igrejas históricas, na conversão forçada ao catolicismo, na falta de reação das religiões de matriz africana e seus paralelismos e sincretismo. São co­locados fora dos muros do bem- estar social e as fronteiras sociais se manifestam também religiosamente. A realidade dos pretos nestas igrejas é de extrema preocupação: explorados financeiramente e crendo numa falsa libertação, vivenciam um processo de alienação de seus problemas. Odeiam sua própria cultura, rejeitam sua história e permitem que a memória de seus ancestrais seja ultrajada, recebendo o rótulo de “demoníaca”.


Ìrohìn - E quanto aos adeptos do Candomblé?
Walter Passos - A liberdade religiosa tem que ser defendida. O que notamos é que algumas pessoas querem falar pela religião do candomblé e repetem a prática branca de falta de respeito com os negros. Antes de sermos religiosos, somos pretos. Posso mudar de religião, de opção sexual e de ideologia. Só não posso deixar de ser preto-africano no Brasil.


Ìrohìn - De que maneira o CNNC atua frente à intolerância religiosa de setores evangélicos contra as demais crenças de origem africana?
Walter Passos - A nossa organização é contrária aos ataques perpetrados pelas igrejas evangélicas às crenças dos nossos antepassados e de nossos irmãos. Todas as igrejas evangélicas são desrespeitosas com as crenças de matriz africana. Há vozes proféticas em diversas denominações, mas a prática é de extrema violência e falta de respeito. Os pretos evangélicos não são os culpados pela falta de respeito, muitos são repetidores dos ensinamentos deformados das igrejas.


Ìrohìn - Pan – Africanismo e Religiosidade. Qual a relação e de que forma o CNNC vem integrando ambos os temas pelo Brasil?
Walter Passos - O Pan-Africanismo é a saída para a união do povo preto nessa diáspora forçada. Quando o CNNC se coloca como uma organização pan-africanista é para desmistificar a idéia pregada de ecumenismo das igrejas protestantes, baseado em palavras que mantêm nosso povo afastado de suas decisões “ecumênicas”. O Ecumenismo é a grande mentira das igrejas brancas. Temos que ter uma preocupação com o nosso povo e essa preocupação é um ato de espiritualidade e prática. Lutamos por uma organização de autogestão e o CNNC, com seu teor pan-africanista, acredita que o próprio povo tem que se libertar da segunda escravidão que o levou à inércia em relação aos seus próprios problemas.

Ìrohìn – Quais os principais resultados do Encontro Nacional?
WP - O Encontro Nacional foi uma grande vitória do povo preto, independente de religião, mostrando que podemos ter um objetivo de liberdade. As mulheres e homens pretos só podem louvar em comunhão quando aquelas e aqueles que se dizem irmanados na mesma fé de Yeshua reconhecerem que o racismo, antes de ser ontológico, é moral. Que temos o direito de desenvolver os nossos destinos através da nossa identidade africana, representado a nossa corporalidade através da nossa ancestralidade. Enquanto isso não ocorrer e houver a exploração da comunidade branca sobre o nosso povo, a comunhão não existe, porque estaremos mentindo para nós mesmos, enganando nossos jovens e alienando nossas crianças. Não há comunhão sem a real vivência do evangelho de justiça de Yeshua.

Conheça mais sobre o CNNC em www.negroscristaos.com.br .

NEGROS TÊM PRESENÇA MARCANTE NA BÍBLIA.

Apesar da quase nulidade de arquivos ou estudos bíblicos acerca da figura do negro como participante na História Sagrada, algumas linhas de estudo apontam para uma revelação no mínimo curiosa: Sulamita, a predileta do coração de Salomão e inspiradora dos poemas de amor do livro de Cantares, provavelmente foi uma bela negra. De acordo com alguns estudiosos dos textos sagrados, as filhas de Jerusalém protestaram quando descobriram que o maior poema de amor de todos os tempos havia sido dedicado a uma negra. Essa teria, então, respondido à atitude preconceituosa através do próprio poema: "Eu estou morena e formosa, ó filhas de Jerusalém, como as tendas de Quedar, como as cortinas de Salomão" (Cantares 1.5).

Salvo algumas controvérsias a respeito da tradução desta passagem, o texto traduzido para o inglês, segundo alguns intérpretes, no entanto, não deixaria dúvida: "I am black but comely", diz o texto, que traduzido significa: "Eu sou negra, mas agradável".

Bíblia, um livro branco?

Para o pastor e presidente da Academia Evangélica de Letras do Brasil (AELB), Amaury de Souza Jardim, , os textos dos Cantares de Salomão não indicam com certeza que Sulamita fosse uma negra:


Os textos falam de "morena", queimada de sol". Existe uma boa possibilidade, mas não podemos afirmar - disse.

O pastor e teólogo Claudionor Corrêa considera, entretanto, o texto em inglês como suficiente para uma conclusão:

Apesar da infelicidade da partícula adversativa (referindo-se ao mas aplicado ao texto), essa tradução parece estar mais de acordo com o original hebraico - afirmou em um artigo sobre o assunto.

De acordo com o pastor, a Bíblia foi vista como um livro exclusivamente branco e interpretado através do filtro colonialista pelas nações européias, com exceção dos missionários que corriam o mundo propagando a Palavra de Deus. "Jamais nos esqueçamos de que a Bíblia começou a ser escrita na África", lembrou.

É bem verdade. O livro de Gênesis, que fala da história da criação e da queda do homem — também conhecido como o Índice das Nações — faz referência a pelo menos três grandes nações africanas: Cuxe, Mizraim e Pute, que hoje são Etiópia, Egito e Líbia.

África separada

Até a construção do Canal de Suez, conta a história, não se fazia distinção entre as terras bíblicas. E o cenário da atuação divina ia do Nilo ao Eufrates. Para o faraó, a península do Sinal ainda era Egito, e este nunca deixou de ser África, de qual continente também fazia parte Israel. Com a construção do Canal de Suez, em 1859, a África foi separada do que hoje é conhecido como Oriente Médio, com reflexos dessa separação na cultura e na história da nação africana.

Para o pastor Claudionor, Israel é uma nação tão africana quanto semita, e a mensagem que esta leva ao mundo teve seu início no continente negro. No entanto, segundo o pastor, é necessário que sejam derrubados alguns mitos acerca de certas passagens bíblicas, que dão margem a interpretações equivocadas.


Já disseram que a cor negra é o sinal que o Senhor colocara em Caim por haver este matado Abel, seu irmão, em Gênesis 4.15, ou que o negro surgiu por causa da maldição imposta pelo patriarca sobre a irreverência de Caim, em Gênesis 9.25. São teses falhas, dúbias e perniciosas. De acordo com a concepção hebraico-cristã, não há nenhuma maldição em ser negro, nem bênção em ser branco — rechaçou.

Esposa negra de Moisés

A Bíblia descreve a atuação de negros em outras passagens e livros. Quando Jeremias, por causa de uma profecia, foi lançado no calabouço de Malquias, foi um etíope chamado Ebede-Meleque, que intercedeu por ele junto ao rei Zedequias. Apesar de parecer revestido de discriminação por conta da raça, o episódio que envolveu Moisés e uma mulher cuxita (etíope) também registra a história do negro nas Escrituras Sagradas, mas segundo os teólogos, o preconceito foi mais em função do politeísmo da cuxita (culto a vários deuses) do que propriamente por causa da origem racial da esposa do profeta.


No capítulo 12 do livro de Números, Miriã e Arão, falaram contra Moisés "por causa da mulher cuxita que tomara". Mas a crítica foi em função da permissividade de Moisés com relação à religião da mulher cuxíta, ou seja, por esta não ter origem judaica — afirmou o pastor Amaury Jardim.

Apesar de muitos africanos ainda verem a Igreja como de origem européia, uma análise mais atenta sobre a História Sagrada vai demonstrar que a Igreja do Senhor Jesus sempre foi tão multirracial quanto hoje, porque a Bíblia, efetivamente, começou a ser escrita na África.

O verdadeiro descendente de Abraão não é branco nem negro, pois no céu não vai existir pigmentação. Na verdade, a Bíblia afirma que o renascido em Cristo será mesmo resplandecente. "Então, os justos resplandecerão como o sol no reino de seu Pai. Quem tem ouvidos (para ouvir), ouça" (Mateus 13.43).

(Texto Transcrito de Silvia Gadelha - Folha Universal)

O NEGRO E A BÍBLIA.

COMO UM TEÓLOGO VÊ A OPRESSÃO RACIAL NA SOCIEDADE E NA IGREJA.
Obtive permissão para acrescentar este artigo de extrema importância do
conhecido e extraordinário biblista que Joaquim Beato. Citado por muitos como
um dos primeiros a atuar na preparação da Teologia da Libertação na década de
50, ao lado de Richard Shaull, século XX, estudou na Escócia e na Inglaterra,
em Glasgow e Oxford, respectivamente, tendo realizado pesquisas e altos estudos
sempre na área da Teologia Bíblica. É um biblista de alto reconhecimento, não
há dúvida. Seu currículo em participações internacionais, como teólogo latinoamericano,
para ser lido por inteiro, necessita meia hora de leitura ininterrupta,
no mínimo. Presenciei isso quando o apresentava a alunos da Faculdade de
Teologia da igreja da qual somos professores e pastores. Ele é pastor emérito da
Igreja Presbiteriana Unida (IPU), tendo completado 60 anos de ordenação. Em
tempo, é negro e ainda, aos 85 anos de idade, participante ativo em movimentos
que tratam de libertação racial, na igreja e na sociedade, especialmente dos que
cuidam da pessoa negra e afrodescendente.
Derval Dasilio
PÁSCOA DE 2007
_______________________________________________________
O NEGRO NA BÍBLIA
É num texto biblico que tem sido procurada a justificação do escravismo e do
racismo anti-negro, entre os cristãos (Gn 9e20-27). Por isso, convém lançar um
olhar, ainda que rápido, sobre a Bíblia, num sentido mais amplo, para uma
verificação mais segura do testemunho das Escrituras Sagradas sobre o negro.
Temos na Bíblia o testemunho da presença do negro no quotidiano da sociedade
israelita.
1. Um escravo negro (cuxita) foi o mensageiro escolhido para levar a Davi a
notícia da morte de seu filho e adversário, Absalão (28m 18.21-32). Um escravo
ou um mercenário negro, por ser um estrangeiro foi, talvez por isso, preferido
pelo comandante Joab, para levar ao rei a trágica notícia.
2. Depois de ter lido em público os oráculos de denúncia e ameaça do profeta
Jeremias, Baruque, seu secretário, foi intimado a comparecer diante dos grandes
de Judá, levando-lhes o rolo (Jr 36.1- 26). O mensageiro enviado para convocar
Baruque foi Jeudi, bisneto de um negro (cuxita; Jr 36.14; CNBB e NTLH).
3. Por sua mensagem, que aconselhava abertamente a rendição de Judá a
Nabucodonosor, rei de Babilônia, Jeremias foi perseguido como traidor da pátria
e entregue pelo rei Zedequias ao arbítrio dos príncipes. Estes o jogaram num
poço em que não havia água, só havia lama (Jr 38.1-6). E o profeta se atolou na
lama, correndo o perigo de se afogar e morrer. Aparece, então, um negro, um
cuxita, cujo nome é dado como Êbed-Mélekh (literalmente, servo, isto é,
2
ministro do rei). Ele vai ao rei, intercede por Jeremias e consegue permissão
para salvar a vida do profeta. Esse negro é, portanto, alguém em alta posição na
corte, tendo acesso direto ao rei, que o devia ter em alta consideração, e, por
isso, atendeu seu pedido, embora fosse em desafio à decisão dos príncipes,
diante dos quais o rei se confessara sem nenhum poder (Jr 38.3, 7-13). Essa foi
uma ação tão notável que o etíope Êbed-Mélekh recebeu, em recompensa, um
oráculo, por intermédio do próprio Jeremias, em que lhe era prometido
livramento, quando acontecesse a destruição de Jerusalém pelo exército de
Nabucodonosor. Sua vida seria poupada, porque ele confiara no Deus Eterno (Jr
39.15-19).
4. Duas coisas chamam a atenção no cabeçalho do livro de Sofonias (Sf 1.1). A
primeira: é o único entre os profetas que tem seus antepassados citados até a
quarta geração. Charles Taylor Jr. afirma: "A razão é, sem dúvida, porque o
Ezequias mencionado é o rei daquele nome, que governara Judá de 715 a 687 a.
C.,, A segunda: Sofonias é declarado filho do Negro (Cuxita). Podem ser
formuladas duas hipóteses, para explicar esse caso: uma dama nobre, neta do rei
Ezequias, casara-se com um etíope, com um negro, que veio a ser o pai do
profeta; ou, então, seu pai, este sim, neto de Ezequias, recebera o nome de
Cuxita (etíope), em homenagem ao Egito, pais com que Judá se aliara em
oposição à Assíria. Qualquer que seja a hipótese adotada, torna-se evidente a
alta conta em que eram tidos os cuxitas (etíopes, negros) pela família real de
Judá.
5. Abraão foi o pai dos crentes, para judeus e cristãos, seu primeiro
antepassado na fé (Gn 12.1-4a), que teve a honra de ser considerado um dos dois
amigos de Deus, no AT (Is 41.8). Para os maometanos, ele foi um dos quatro
grandes profetas: Ibraim, Musa, Issa e Maomé. Seu primeiro filho, Ismael,
nasceu de sua relação com Agar, escrava egípcia, camita, portanto, negra, visto
como Gn 10.6 e lCr 1.8 colocam Etiópia, Egito, Líbia e Canaã como filhos de
Cam. Além disso, Deus sustentou, no deserto, essa mulher negra e seu filho e,
mais ainda, concedeu-lhe o privilégio de uma teofania, isto é, apareceu diante
dela e lhe falou (Gn 16.1-16; 17.23-27; 21.8-21). Através de Ismael, Agar se
tornou a matriarca de numerosos povos beduínos que habitavam o sul da
Palestina. E, segundo outras tradições, tornou-se uma ancestral de Maomé, o
fundador do islamismo, tido como descendente de Ismael.
6.Da máxima importância, neste contexto, é uma tradição que envolve o próprio
Moisés, o líder máximo do povo de Deus, no AT, libertador do povo de Israel,
em seu Êxodo do Egito, fundador da fé “javista.” Grande profeta, que também
teve o privilégio de ser considerado, como Abraão, um amigo de Deus. Homem
ímpar, de quem se diz: “Nunca mais surgiu em Israel profeta semelhante a
Moisés” (Dt 34.10-12). Existem três diferentes tradições sobre a origem étnica
de sua esposa. Uma atribui a ela origem midianita (Ex 2.16-22; 3.1; 4.24-26;
18.1; Nm 10.29). Outra, uma origem quenita (Jz 1.16; 4.11). A terceira fala de
seu casamento com uma cuxita (etíope, negra; Nm 12.1). Em todas as três, o
grande libertador de Israel tem por esposa uma mulher estrangeira. A terceira
tradição fala de uma esposa etíope, embora num texto que contém algumas
dificuldades. Qualquer que seja a solução das dificuldades, o texto indica, de
maneira suficientemente clara, que se trata de um casamento recente e, por
3
conseguinte, a esposa mencionada não era Zípora. E mais, que a causa da
rebelião de Minam foi a posição de Moisés como mediador único entre Deus e o
povo (Nm 12.2). Conclui-se, então, que não há nenhuma recusa contra o fato,
que é aceito, portanto, como normal, de que o fundador e legislador do povo de
Israel, -- o homem com quem Deus falava "face a face", a quem colocara “como
responsável” por todo o seu povo, -- o fato de que Moisés tivesse desposado
uma cuxita, uma mulher etíope, uma mulher negra.
7. Salomão foi, segundo a tradição, o mais sábio, o mais rico e o mais famoso
dos reis de Israel, e construtor do primeiro templo de Jerusalém. Pois bem, entre
as mais importantes raínhas-esposas de Salomão, estava a filha de um faraó da 2
ia dinastia, o faraó Shishak (cerca de 945-924 a.C.), pertencente a uma dinastia
de famosos mercadores. Essa egípcia era a mais importante das raínhas-esposas.
Seu pai tomou a cidade de Guézer dos canaanitas e deu-a como dote à filha, à
esposa camita, à rainha-esposa negra de Salomão (1Rs 3.1; 9.16; 11.1).
II
Temos, na Bíblia, o testemunho sobre a imagem dos negros como pareciam aos
olhos dos israelitas.
1. Os etíopes habitavam num país distante, remoto (Ez 29.10; Et1.1; 8.9), que
ficava nos confins da terra (Sl 72.8-9). No mundo da cultura grega, igualmente,
Homero, no nono ou oitavo século a. C., dizia: “Posêidon, porém, partira para
longe, em visita aos etíopes, que vivem nos confins da Terra...” (Odisséia 1.22-
24).
2. Seu pais era muito rico (Is 45.14a; Jó 28.19). Também no mundo da cultura
grega, talvez um século depois dessa passagem bíblica, Heródoto fala de
presentes enviados por Cambises, da Pérsia, a um rei dos etíopes: “um traje de
púrpura, um colar de ouro, braceletes, um vaso de alabastro cheio de essência e
um barril de vinho de palmeira”; e registra que só em relação ao invento do
vinho o rei etíope admitiu a superioridade dos persas. Relata que, na prisão a
que o soberano etíope levou, em visita, os emissários de Cambises, todos os
presos estavam agrilhoados com correntes de ouro, pois, afirma Heródoto, entre
os etíopes não era o ouro o metal mais raro e precioso, mas o cobre (História,
livro m, cps. XX-XXIII).
3. Eram um povo guerreiro. Um povo forte e orgulhoso, de quem o mundo
inteiro tinha medo (Is 18.2; cf. 2Cr 14.8). Esse capítulo de Isaías de Jerusalém
(8o. século a.C.) fala-nos de mensageiros, de diplomatas etíopes, que tinham
vindo tentar conseguir a participação de Judá numa rebelião geral contra a
dominação dos assírios (Is 18.1-2a). A Etiópia estava no auge de seu poder. Em
cerca de 725 a.C., Pianki empreendeu uma vitoriosa campanha militar para o
norte, chegando até o mar Mediterrâneo, e unificou o Egito. Pianki tornara-se,
assim, o primeiro conquistador estrangeiro desse pais. Por cerca de sessenta
anos, na 25a. dinastia, os soberanos etíopes controlaram todo o vale do rio Nilo,
até 663, quando os assírios, sob Assurbanipal, tiraram, finalmente, o Egito de
sob seu poder. Um desses soberanos, Tiraká, parece ter até tentado proteger
Ezequias, rei de Judá, contra a segunda invasão de Senaqueribe, rei da Assíria
4
(2Rs 19.9; Is 37.9), entre 689 e 686 a.C. Um século mais tarde, ao prever a
queda de Ninive (portanto, do império assírio), o profeta Naum cita a destruição
de Tebas e, recordando o período áureo do poderio etíope, diz: “A Etiópia era a
sua força.” (Na 3.9). Isaias, no oitavo século a.C., diz da Etiópia do seu tempo:
«Povo forte e poderoso; um povo de quem o mundo inteiro tem medo" (Is
18,2df).
4. Mas é em Jr 13.23,-- que alguns comentadores cristãos têm interpretado
como se os antigos israelitas compartilhassem o moderno preconceito racial
ocidental, que identifica o negro com o mal -- onde pode, ao contrário, ser
encontrada uma confirmação da fama guerreira dos etíopes: “Pode um etíope
mudar a sua pele, ou um leopardo tirar as suas manchas?” Temos aqui um claro
paralelismo, recurso estilístico dos mais importantes da poesia hebraica. Aqui
ele é sinonímico, isto é, os termos do hemistíquio se equivalem, um por um,
termo por termo:
a. pode um etíope / b. mudar a sua pele,
a'. ou um leopardo / b'. tirar as suas manchas?
A associação dos termos é bastante espontânea e significativa: Etíope, homem
de uma nação poderosa e ameaçadora, que causava medo por seu valor militar;
Leopardo: animal feroz, imagem da força, da rapidez no bote, da agressão
violenta (Os 13.7; Is 11.6; Jr 5.6; Hab 1.8; Ct 4.8; De 7.6).
Não se trata, portanto, de preconceito racial. Quando muito, se trata de um
ressentimento implícito, gerado pelas freqüentes situações de guerra, nas quais
esse “povo de quem o mundo inteiro tem medo” aparecia, ou no papel de
inimigo ou como guerreiros mercenários, lutando lado a lado com o Egito,
apoiando seu imperialismo (1Rs 14.25s; 2Cr 14.8-14; Na 3.9; Jr 46.9; Ez 38.53).
O etíope, o negro, temível guerreiro, é comparado, por uma livre associação de
idéias, a um verdadeiro leopardo feroz. À imagem do etíope associava-se a
imagem do leopardo, o que, nem de longe, se compara aos estereótipos que se
ligam à imagem do negro, em nossa sociedade.
5. Os etíopes, os negros, eram vistos pelos olhos dos israelitas antigos, como
homens belos. As palavras lisonjeiras da diplomacia com que Isaias se refere a
eles (Is 18.2bcd) transpiram admiração. Falam de sua alta estatura, de sua pele
lisa, lustrosa, suave. Também nisso concorre e concorda o mundo da cultura
grega. Heródoto, já citado anteriormente, diz a respeito dos etíopes: “Dizem que
os etíopes são, de todos os homens, os de maior estatura e de mais bela
compleição física... Entre eles, o mais digno de usar a coroa é o que apresenta
maior altura e força proporcional ao seu porte" (História, Livro III, cp. XX).
6. No Cântico dos Cânticos 1.5, fazem da noiva-rainha uma mulher morena,
uma mulher trigueira, uma mulher escura. Mas bons dicionários da língua
hebraica nos garantem afirmá-la uma mulher negra. Ela não diz: “Sou morena”,
mas, “Sou negra” (hebr. Sh.hora 'ani). E não diz:"Sou negra, mas sou formosa";
Diz: “Sou negra e formosa” (hebr. W.na'wah). A conjunção waw pode ter
sentido adversativo, mas é, normalmente. uma simples conjunção aditiva. Podese,
portanto, com fez a LXX (Septuaginta, 250 a.C.), traduzir: “Sou negra e
5
formosa” -Mélaina elmi kai kalê. Fica quase a certeza de que o senso estético
preconceituoso e etnocêntrico dos tradutores ocidentais não lhes permite dizer,
simplesmente, “negra e formosa”; preferem dizer “negra, porém formosa" ou
«formosa, embora negra". E nem mesmo «negra" a dizem. Como grande parte
dos brasileiros, inconscientemente (?) preconceituosos, preferem chamá-la
“morena.” E nada empana, nem mesmo essa noiva negra e formosa, esse amor
entre a noiva e o noivo, descrito de maneira tão poética, tão livre e
eloqüentemente, que faz do Cântico dos Cânticos um dos mais belos poemas de
amor da literatura universal.
III
Mais do que isso, temos na Bíblia o testemunho bastante explícito sobre o lugar
dos etíopes, dos negros, no propósito universal e escatológico de Deus.
1. Sua conversão está anunciada abundantemente. Haverá o dia em que
também eles trarão ao SENHOR as suas oferendas. Todas as nações distantes
louvarão o SENHOR. Todos os povos abandonarão seus ídolos e adorarão e
obedecerão somente ao SENHOR (Is 41.1,5; 42.4,10,12; 49.1; 18.7). Superada a
alienação, a idolatria, os povos chegarão a reconhecer no projeto da Aliança o
único caminho possível (Is 45.14).
2. Na mesma perspectiva, falam: a) o salmo 68, especialmente os vv. 29-32,
onde se encontra a seguinte promessa: “E a Etiópia estenderá as mãos para
Deus”; e b) o salmo 87, onde se declara que “O SENHOR escreverá uma lista
dos povos, e nela todos eles serão cidadãos de Jerusalém"(v.6); e, entre esses
povos, são citados, especificamente. os etíopes: “Os povos da Filistéia, de Tiro e
da Etiópia eu tratarei como se eles tivessem nascido em Jerusalém” (v.4b).
3. Mais significativo ainda é Am 9,7. 0 SENHOR Deus é o Senhor de toda a
história humana e todos os povos são iguais diante dele. Israel não deve
presumir ter mais importância para o SENHOR do que os etíopes, os negros:
“Povo de Israel, eu amo o povo da Etiópia tanto quanto amo vocês”. Os filisteus
e arameus foram também objetos do cuidado divino, e suas migrações foram
igualmente dirigidas pela vontade soberana do mesmo Deus que tirou Israel da
terra do Egito e lhe fez a dádiva da terra “que mana leite e mel”. Esse
universalismo expresso no oráculo do profeta nega a qualquer povo uma relação
exclusiva com Deus e afirma a igualdade de todos eles aos olhos dele. E a
relação que é primeiro apresentada nessas vigorosas palavras é a do SENHOR
com os etíopes. Essas palavras combatem qualquer veleidade de orgulho
nacional e, para o nosso tempo e para a nossa sociedade, qualquer sentimento de
orgulho racial.
4. É nessa mesma linha que se coloca a narrativa da conversão do oficial
superior, tesoureiro real, da corte da rainha Candace da Etiópia. A conversão se
deu por intermédio do ministério do evangelista Filipe (At 8.26-39). O texto é
de grande importância, pois mostra:
a.como os helenistas, tendo evangelizado Samaria, partem para a evangelização
das nações, de acordo com o programa do Senhor Jesus, em At 1.8; b. um
6
trabalho missionário cristão com uma estrutura reduzida e sob a orientação
direta do Espírito Santo; embora, assim mesmo, esse trabalho estivesse
subordinado aos apóstolos, em Jerusalém; c. sobretudo, para os
afrodescendentes, é importante porque mostra que o primeiro não-judeu
introduzido, pelo poder e pela orientação do Espírito Santo, no novo povo de
Deus, era um etíope, um negro.
Cumprem-se, portanto, no Evangelho de Cristo, a promessa e a esperança do
AT. A partir de Is 53.7-8, que o eunuco está lendo, Filipe lhe anuncia a Boa
Nova a respeito de Jesus. E ele aceita, imediatamente essa Boa Nova. Para José
Comblin “o africano representa aqui um papel messiânico. Foi escolhido para
representar a multidão de nações que viriam até das extremidades da terra pra
formar o único povo de Deus”. Era um homem rico e proeminente. Viera do
norte da África, da região hoje correspondente ao Sudão, para adorar. Era um
homem que estava diligente, sincera e insistentemente, buscando alguma
coisa. Inquieto, procurava alguma coisa que jamais tinha conhecido antes - e a
encontrou. Era um homem negro, que se tornou uma das primícias das missões
cristãs em todo o mundo não-judaico. Ele tornou-se o antepassado de todos os
homens negros, afrodescendentes, ganhos para a fé em Jesus, nesses vinte e um
séculos de história da Igreja e da missão cristã. Um símbolo de inclusão no
projeto do Deus que não faz acepção de pessoas e que, se jamais manifestou
alguma preferência, foi pelos oprimidos, os humilhados, os excluídos.
Do ponto de vista da Bíblia, não há, portanto, por que nós, afrodescendentes,
carregarmos nossa negritude como se fosse um fardo, uma humilhação, idéia
nefasta essa que o racismo anti-negro presente em nossa sociedade insiste em
introjetar, desde nossos primeiros anos de escola, de diversas maneiras, em
muitos de nós. A Bíblia reconhece um Deus que inclui no seu projeto de
salvação até mesmo “os confins da terra” e os humilhados deste mundo*. A
Bíblia dá testemunho da beleza e da força da mulher negra e do homem negro. E
esse reconhecimento e esse testemunho devem constituir um poderoso impulso
para nós, negros cristãos, em nossa luta pela igualdade de oportunidade, pela
nossa cidadania, pelo pleno reconhecimento de nossa humanidade!
----------
Joaquim Beato
*Portanto, do ponto de vista das justificativas bíblicas que nossos fundamentalistas
evangélicos estão prontos a sacar de suas versões ultra-conservadoras,
onde se poderá sustentar corretamente o que a Bíblia diz sobre negros oprimidos
pelo racismo, aqui e em qualquer parte do mundo? Esse assunto deveria ser
tratado com mais seriedade nas igrejas. Os jovens poderiam ser agentes do
Reino de Deus exigindo mais atenção da Teologia e da Igreja para com o
racismo latente, do qual se poderia dizer que não passa de brasas sob a cinza
(Nota do Editor).

O NEGRO NA BÍBLIA.

Fonte: AfroeducAÇÃO
Terça, 10 de março de 2009
Entrevista com o pastor Selmo Ricardo Reis, sobre a probabilidade de Jesus e de Adão terem sido negros.

Pastor Selmo Reis, o primeiro
batista brasileiro a representar
o Brasil na “Cúpula Internacional
dos Batistas contra o racismo”
Selmo Ricardo Reis é bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil e licenciado em Filosofia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Pastor auxiliar na Saint John Primitive Baptist Church de Delray Beach, Flórida – uma igreja afro-americana -, ele é o primeiro batista brasileiro a representar o Brasil na “Cúpula Internacional dos Batistas contra o racismo”. Nessa entrevista, o pastor mostra, com base em fatos narrados na Bíblia – a bibliografia mais importante dos cristãos – a grande probabilidade de Jesus e de Adão terem sido negros, conforme a região que habitavam.

Por DJ TR¹ (www.enraizados.com.br)
Colaboração para AfroeducAÇÃO
DJ TR:
A Bíblia diz, no capítulo 2 do Livro de Gênesis, que Deus formou o homem à sua imagem e semelhança e o colocou em um local conhecido como 'Jardim do Éden' para a sua sobrevivência. Segundo as Escrituras, o Éden era banhado por um rio que possuía quatro afluentes e um deles era o Eufrates. Este rio está localizado no país atualmente conhecido como Iraque, que fica no Oriente Médio. Dessa maneira, como o senhor explica a imagem branca de Adão, divulgada ao longo dos séculos?

Pastor Selmo Ricardo Reis:
Esta pergunta requer uma série de considerações. A primeira delas é: em que área geográfica Deus criou o primeiro homem? A Bíblia relata que “Deus formou o homem do pó da terra” (Gênesis capítulo 2, versículo 7). Por isso, seu nome Adão (que remete à palavra terra) foi-lhe dado, a fim de que estivesse sempre consciente de sua origem física.
Após dar vida ao homem, Deus plantou um jardim ao leste do Éden e o colocou ali. Com base nesse texto, é possível afirmar que o Éden já existia, antes do “Jardim” que Deus preparou.
Quando se diz que o “Jardim” estava ao oriente, não era outra coisa senão o oriente de Israel. O mesmo diz respeito aos rios Tigre e Eufrates. Estes rios são fáceis de identificar, porque ainda fluem atualmente.
A Bíblia relata que houve um grande dilúvio que dizimou toda a população pós-adâmica (os primeiros descendentes de Adão), exceto Noé e sua família. Esta catástrofe causou uma mudança em toda a geografia terrestre.
Alguns estudiosos afirmam que as mudanças catastróficas dividiram o planeta em continentes - na verdade, se observarmos os continentes, veremos que se encaixam como um quebra-cabeça: o continente africano é ligado à Ásia, através do Egito, e ainda assim, não é considerado um só continente com a Ásia. É possível que tal conversão tenha sido deliberada politicamente, como fora a imposição das fronteiras dos países africanos.
Além disso, provavelmente, antes do grande dilúvio, havia uma extensão maior de terra que ligava a atual Somália ao Yemen e a Etiópia a Arábia, completando, assim, a falha que corta, quase que por inteiro, o continente africano do continente asiático.
Seguindo tal raciocínio, é muito mais fácil compreender as ligações entre os quatro rios das diferentes regiões que a Bíblia apresenta. Sem a presença do Mar Vermelho, a África seria um “Supercontinente“ e, portanto, não haveria nenhum problema afirmar a possível negritude de Adão.


A área mostrada em verde no mapa representa o “Jardim do Éden”,
que foi alagado, quando as águas do golfo subiram de nível
DJ TR:
A Igreja Católica, durante séculos, apresenta a figura de um Cristo branco, loiro e de alhos azuis. Essa é a verdadeira face de um judeu daquela época?

Pastor Selmo:
A BBC de Londres já fez um grande documentário que sugere a possível aparência negra de Jesus Cristo. É interessante que, há quase dois milênios, os crentes etíopes já o representavam com pele escura.
A Bíblia também afirma que os pais de Jesus, fugindo da perseguição do Rei Heródes, levaram Jesus para o Egito, a fim de o esconderem até que a ira do rei se abrandasse. Todos sabem que o Egito é um país africano cujo povo jamais foi totalmente branco, por isso, como seria possível Jesus e sua família se esconderem com segurança num país desses, se fossem brancos de olhos azuis? Seriam reconhecidos rapidamente.
Um Cristo branco, de cabelos lisos e olhos azuis era exatamente o que representava o catolicismo romano em sua origem. Na verdade, era essencial mostrar um Cristo branco, semelhante ao povo dominador de todos os demais povos.
Bem, nós sabemos que as religiões chamadas 'cristãs', que não apresentam a Bíblia como fonte de pesquisa livre para todos, não se interessam em apresentar o caráter fiel de Jesus, pelo contrário, manipulam os povos em nome do seu Cristo, produto de seus interesses.
Por causa disso, inúmeros povos foram discriminados, por não terem nenhuma semelhança racial com os personagens bíblicos. Anjos louros, profetas pálidos como a neve, Cristo branco e até mesmo um Deus Pai, na forma humana, europeu, foram apresentados pela Igreja Católica, a fim de garantir o poder da raça branca, ignorando a afirmação bíblica de que Deus Pai é Espírito, e de que ninguém jamais o viu.
No início do ano 2003, a Rede Globo de Televisão apresentou uma reportagem feita no sul do Brasil sobre uma imagem negra de Maria, mãe de Jesus, que veio da Itália, há quase um século. Ao chegar na comunidade, o povo da igreja não conseguiu aceitar uma mãe de Jesus de aparência africana e, assim, exigiram que a imagem fosse pintada de branco.

DJ TR:
O que o senhor diria àqueles que desejam se aprofundar acerca da nossa história, por meio da Bíblia?

Pastor Selmo:
Leiam a Bíblia, não mais como um livro branco, feito por brancos e para brancos, pelo contrário, leiam-na de maneira inclusiva, vejam-se no conteúdo sagrado e tenham orgulho de saber que seus ancestrais deixaram um grande legado para ser apreciado e ser vivido nas Escrituras Sagradas.
Ademais, o Cristo da Bíblia nunca se identificou com opressores, pelo contrário, estava sempre ao lado dos oprimidos. Seu grande ensino, que é uma arma eficaz contra o racismo em todo o mundo, está presente no conteúdo de sua mensagem: 'Amai ao próximo, como a ti mesmo, e a Deus sobre todas as coisas'.

DJ TR:
Certa ocasião, em uma palestra, o senhor disse que Deus odeia o racismo. Existe na Bíblia alguma passagem que registra a atitude racista do homem e a providência de Deus contra isso?

Pastor Selmo:
Há uma passagem na Bíblia que apresenta uma situação de discriminação. Ela está no livro de Números (capítulo 12, versículos de 1 a 12), onde Miriam e Arão, irmãos do profeta Moisés, se queixaram com ele, porque se casara com uma mulher 'cuxita' (transliteração da palavra hebraica “cushit”, que significa “preta”).
Mais tarde, esta mesma palavra foi substituída pelos gregos, pela palavra 'etíope', que significa 'pele queimada'. Após a discriminação sofrida por 'Zipora', mulher de Moisés, Deus puniu a Miriam com lepra, tornando sua pele 'branca como a neve'. Isto quer dizer que tanto Miriam como seu povo, não eram, de fato, brancos (como os europeus geralmente representam os personagens bíblicos).

Quer saber mais?
Entre em contato com o Pastor Selmo pelo e-mail prsel41@yahoo.com Este endereço de e-mail está protegido contra SpamBots. Você precisa ter o JavaScript habilitado para vê-lo.

¹ DJ TR é morador da Cidade de Deus e membro-fundador do COMDEDINE (Conselho Municipal de Defesa dos Direitos do Negro) e da Zulu Nation Brasil (entidade representante das causas do movimento hip-hop no Brasil).

terça-feira, 3 de novembro de 2009

A EXPULSÃO DE DEUS.

Finalmente, a verdade é dita na TV Americana: A filha de Billy Graham estava sendo entrevistada no Early Show e a apresentadora Jane Clayson perguntou a ela:

Como é que DEUS teria permitido algo horroroso assim acontecer no dia 11 de setembro? Anne Graham deu uma resposta extremamente profunda e sábia. Ela disse:

Eu creio que DEUS ficou profundamente triste com o que aconteceu, tanto quanto nós. Por muitos anos nós temos dito para DEUS não interferir em nossas escolhas, sair do nosso governo e sair de nossas vidas. Sendo um cavalheiro como DEUS é, eu creio que Ele calmamente nos deixou.

Como poderemos esperar que DEUS nos dê a Sua bênção e Sua proteção se nós exigimos que Ele não se envolva mais conosco? À vista dos acontecimentos recentes, ataque dos terroristas, tiroteio
nas escolas, etc.

Eu creio que tudo começou desde que Madeline Murray O'Hare (que foi assassinada e seu corpo encontrado recentemente), se queixou de que era impróprio se fazer oração nas escolas americanas como se fazia tradicionalmente, e nós concordamos com a sua opinião. Depois disso, alguém disse que seria melhor também não ler mais a Bíblia nas escolas... A Bíblia que nos ensina que não devemos matar, não devemos roubar, e devemos amar o nosso próximo como a nós próprios. E nós concordamos.

Logo depois, o Dr. Benjamin Spock disse que não deveríamos bater em nossos filhos quando eles se comportassem mal, porque suas personalidades em formação ficariam distorcidas e poderíamos prejudicar sua auto-estima (O filho do Dr. Spock cometeu suicídio). E nós dissemos: "um perito nesse assunto deve saber o que está falando", e então concordamos com ele.

Depois alguém disse que os professores e os diretores das escolas não deveriam disciplinar os nossos filhos quando eles se comportassem mal. Os administradores escolares então decidiram que nenhum professor em suas escolas deveria tocar em um aluno quando se comportasse mal, porque não queriam publicidade negativa, e não queriam ser processados.
(Há uma grande diferença entre disciplinar e tocar, bater, dar socos, humilhar e chutar, etc.) E nós concordamos com tudo.

Aí alguém sugeriu que deveríamos deixar que nossas filhas fizessem aborto, se elas assim o quisessem, e que nem precisariam contar aos pais. E nós aceitamos essa sugestão sem ao menos questioná-la.

Em seguida algum membro da mesa administrativa escolar muito sabido disse que, como rapazes serão sempre rapazes, e que como homens iriam acabar fazendo o inevitável, que então deveríamos dar aos nossos filhos tantas camisinhas quantas eles quisessem, para que eles pudessem se divertir à vontade, e que nem precisaríamos dizer aos seus pais que eles as tivessem obtido na escola. E nós dissemos, "está bem". Depois alguns dos nossos oficiais eleitos mais importantes disseram que não teria importância alguma o que nós fizéssemos em nossa privacidade, desde que estivéssemos cumprindo com os nossos deveres. Concordando com eles, dissemos que para nós não faria qualquer diferença o que uma pessoa fizesse em particular, incluindo o nosso presidente da República, desde que o nosso emprego fosse mantido e a nossa economia ficasse equilibrada.

Então alguém sugeriu que imprimíssemos revistas com fotografias de mulheres nuas, e disséssemos que isto é uma coisa sadia, e uma apreciação natural da beleza do corpo feminino. E nós também concordamos.

Depois uma outra pessoa levou isto a um passo mais adiante e publicou fotos de crianças nuas e foi mais além ainda, colocando-as à disposição na Internet. E nós dissemos, "está bem, isto é democracia, e eles têm direito de ter a liberdade de se expressar e fazer isso".

A indústria de entretenimento então disse: "Vamos fazer shows de TV e filmes que promovam profanação, violência e sexo explícito. Vamos gravar música que estimule o estupro, drogas, assassínio, suicídio e temas satânicos". E nós dissemos: "Isto é apenas diversão, e não produz qualquer efeito prejudicial. Ninguém leva isso a sério mesmo, então que façam isso"!

Agora nós estamos nos perguntando por que nossos filhos não têm consciência, e por que não sabem distinguir entre o bem e o mal, o certo e o errado, por que não lhes incomoda matar pessoas estranhas ou seus próprios colegas de classe ou a si próprios...

Provavelmente, se nós analisarmos tudo isto seriamente, iremos facilmente compreender que nós colhemos exatamente aquilo que semeamos!

Se uma menina escrevesse um bilhetinho para DEUS, dizendo:
"Senhor, por que não salvaste aquela criança na escola"?
A resposta Dele seria:

"Querida criança, não me deixam entrar nas escolas! Do Seu DEUS".
É triste como as pessoas simplesmente culpam DEUS e não entendem por que o mundo está indo a passos largos para o inferno. É triste como cremos em tudo que os jornais e a TV dizem, mas duvidamos do que a Bíblia nos diz. É triste como todo o mundo quer ir para o céu, desde que não precise crer, nem pensar ou dizer qualquer coisa que a Bíblia ensina.

É triste como alguém diz: "Eu creio em DEUS", mas ainda assim segue a Satanás, que por sinal, também "crê" em DEUS. É engraçado como somos rápidos para julgar, mas não queremos ser julgados! Como podemos enviar centenas de piadas pelo email, e elas se espalham como fogo, mas quando tentamos enviar algum email a respeito de DEUS, as pessoas têm medo de compartilhar e reenviá-lo a outros!

É triste ver como o material imoral, obsceno e vulgar corre livremente na Internet, mas uma discussão pública a respeito de DEUS é suprimida rapidamente na escola e no trabalho.

É triste ver como as pessoas ficam inflamadas a respeito de Cristo no domingo, mas depois se transformam em cristãos invisíveis pelo resto da semana.

(Transcrito pelo Pr. Henrique Coutinho)

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

O DEUS QUE SE OCULTA.

Texto: "Verdadeiramente tu és o Deus que te ocultas, o Deus de Israel, o Salvador". (Isaías 45:15) Nunca se viveu uma época em que o ser humano sentisse tanto a necessidade de se tornar o centro das atenções como em nossos dias. Pois, o humanismo é nada mais nada menos do que colocar o "homem" no centro de todas as coisas e, isso, somado a um contexto em que, tanto o capitalismo selvagem como o consequente consumismo exacerbado imperam no mundo pós-moderno. Estamos vivendo no auge da febre da "doutrina humanista" encharcando mentes e corações em todos os âmbitos da sociedade. Nas faculdades, nos meios de comunicação, nas religiões a ênfase antropocêntrica é mais do que evidente! Mas, afinal, o que há de errado em se colocar o homem como o centro de tudo? O que há de errado em se buscar os "holofotes da fama"? O que tem demais em se desejar os aplausos alheios? Não seria essa uma forma de se elevar a nossa auto-estima? Não estaríamos, com isso, contribuindo para que a pessoa estimulasse a sua autovalorização? Não seria esse um viés viabilizador de um trabalho social mais efetivo e contribuinte para uma sociedade mais igualitária? Em tese sim, mas a prática tem provado que tudo isso não passa de um engodo! Na verdade, o que temos assistido e, portanto, constatado é a produção e reprodução de pessoas egoístas, auto-centralizadas e, extremamente, materialistas. Mais uma vez fica evidente que o "TER" oculpa um lugar de maior importância do que o SER em nossos dias. E o que essas coisas teriam haver com Deus? NADA! Nada mesmo!!! E, digo isso, exatamente, porque essas coisas são a CONTRAPARTIDA do CARÁTER DE DEUS; são a contra mão dos desígnios de Deus. Enfim, são comportamentos totalmente antagônicos à forma de Deus agir. E, sem dúvida alguma, Deus age de várias e diferentes formas. Mas, uma das mais inusitadas formas de Deus agir é aquela forma que ninguém percebe, que ninguém enxerga, ninguém sente nem, sequer, sonha na possibilidade D'Ele estar presente. Esse, conforme o profeta Isaías, é O DEUS QUE SE OCULTA! Sim, é isso mesmo. Deus também age no silêncio, "às ocultas", "nas caladas da noite" (e do dia também). Ele é o Deus que se oculta sem, contudo, se omitir; é o Deus que se oculta sem ser indiferente nem, muito menos, insensível; é o Deus que se oculta sem ser ausente nem, mesmo, distante; é o Deus que se oculta sem medo de não aparecer; sem medo de não se ostentar; sem medo de não se autopromover. Ele é o Deus que se oculta porque quer se ocultar mesmo sabendo que seu arquiadversário (o Diabo) só deseje aparecer, pois isso é próprio do seu caráter e de todos quantos assim procedem. Deus não fica frustrado nem entra em crise se não aparecer. Pelo contrário, Ele gosta desse negócio de se ocultar. Não é à toa que seu Filho Jesus Cristo, em várias passagens dos Evangelhos, curava pessoas e pedia que não contassem; falava por parábolas ocultando a interpretação para as multidões, fariseus e doutores da lei; buscava se recolher a fim de recarregar as baterias em sua devocional a sós com o Pai; além de ensinar aos seus discípulos a cultivarem o lugar oculto da oração: " Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai, que vê o que {está} oculto; e teu Pai, que vê o que está oculto, te recompensará." (Mateus 6:6); a jejuar sem chamar a atenção alheia: " para não pareceres aos homens que jejuas, mas sim a teu Pai, que {está} oculto; e teu Pai, que vê o que está oculto, te recompensará."(Mateus 6:18); a dar esmolas sem esperar reconhecimento público: "para que a tua esmola seja {dada} ocultamente, e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente." (Mateus 6:4). No entanto, a triste realidade constatada é totalmente antagônica a essa tão singela forma de Deus agir. O quadro que ora presenciamos é de "líderes religiosos" competindo por uma espécie de "estrelato sacerdotal"; brigando pela conquista da fama; esforçando-se em ostentar um glamour existencial; esgotando-se para conquistar "níveis cada vez maiores de excelência ministerial", etc e etc. "...todas estas coisas os gentios procuram."(Mateus 6:32-a). Mas, independente de todas as ambiguidades e debilidades resultantes de uma religiosidade doentia, hipócrita, pretenciosa, prepotente e arrogante, DEUS AINDA É DEUS!!! O DEUS QUE SE OCULTA e que ainda está VIVO, ATIVO e intervindo no universo. AINDA QUE NÃO O PERCEBAMOS. Pr. Henrique Coutinho.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

"VALE QUANTO PESA!"

No início da década de trinta surgiu um sabonete que tinha por nome "Vale quanto pesa" cujo cheiro era bastante ativo, de formato oval sendo, depois, modificado para um formato retangular a fim de concorrer com um outro famoso sabonete da época (entre os anos 70 até o início dos anos 80) chamado "LEVER".

Lembro-me bem, embora criança, que o "Vale quanto pesa" vendeu bastante dada à agressiva campanha publicitária que fez buscando superar os seus concorrentes. Nessa campanha, era necessário que o consumidor encontrasse uma "réplica" de diamante dentro do sabonete a fim de ganhar prêmios anunciados nas propagandas de rádio e televisão. O resultado foi assombroso embora, em minha opinião, o "Vale quanto pesa" não tivesse lá essa qualidade toda. Assim tem acontecido no seio da Igreja Evangélica. Onde as pessoas são tratadas conforme seu "status quo", pela quantidade de bens que possuam ou, mesmo, pela sua aparência racial - "VALE QUANTO PESA!"

A Bíblia diz que "Deus não faz acepção de pessoas" (Atos 10:34), mas, infelizmente, não podemos dizer o mesmo do procedimento de certos líderes e adjacentes religiosos que criaram uma espécie de "sistema de castas piramidal" cujo clero se encontra no topo da pirâmide, a elite religiosa no centro e a plebe (povão) na base. Ou seja, embora ostentem um estilo de discurso voltado para Jerusalém, os pés continuam em Roma! E, isso, não só no que tange ao seu sistema de governo clerical, mas também em relação ao trato com seus subordinados os quais não têm vez nem voz nem vistas.

Nesse sistema as pessoas valem mais pelo o que elas têm do que pelo o que elas são. O "TER", segundo essa "teologia da prosperidade", vale muito mais do que o SER. É aquela velha história: "não importam os meios, os fins justificam os meios".
Não é de se admirar que exista um tão grande abismo separando o "modus- operandis" do sistema eclesiástico pós-moderno em contrapartida aos ensinos práticos do Senhor Jesus. Quais sejam:


25 "Por isso vos digo: Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestuário?

26 Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós MUITO MAIS VALOR do que elas?"

Mas, diferente do que nos ensina o nosso Mestre, os atuais "doutores da lei" preferem supervalorizar a busca pelo "MATERIALISMO EXACERBADO" em detrimento da valorização do ser humano. Por isso, "VALE QUANTO PESA!"


Pr. Henrique Coutinho.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

QUERO DEIXAR MINHA MARCA OU CARREGAR AS MARCAS DE CRISTO?

Texto: "Desde agora ninguém me inquiete; porque trago no meu corpo as marcas do Senhor Jesus" (Gál.6:17).

Conversando com um irmão, pastor e amigo sobre sonhos e projetos ministeriais, surpreendí-me com uma afirmação que, por duas vezes, fez questão de pontuar. Dizia ele: - "O meu sonho é deixar a minha marca através da realização dos meus projetos ministeriais". Ao que lhe respondí que não devemos estar preocupados em passar nesse mundo para "deixar a nossa marca", mas para trazer e manifestar em nosso corpo, em nossa vida, AS MARCAS DO SENHOR JESUS CRISTO!!!
Infelizmente, a grande tendência de líderes evangélicos, nos últimos dias, é da busca desenfreada por "deixar a sua marca" nesse mundo. E, isso, "deixar a sua marca", pode ser representado por ter seus nomes em evidência ante ao público e mundo evangélicos e, por eles, serem holofoteados e ovacionados ganhando, assim, toda a notoriedade. Pode, também, significar o desejo de construir um "monumento histórico", ou seja: um grande e suntuoso templo, uma linda catedral, uma rede ministerial mundial cujo patrimônio se tornará, assombrosamente, gigantesco, entre outras coisas.
Quando olhamos pra vida do Apóstolo Paulo (homem sujeito às mesmas fraquezas que nós), percebemos total despretenção no que tange ao desejo de se autopromover. Paulo não tinha nenhuma vocação para "marqueteiro da fé" nem, muito menos, para mercadejar a Palavra de Deus. Paulo não estava preocupado em ganhar notoriedade ante a sociedade de então; em eregir um grande monumento que fosse capaz de projetar o seu nome historicamente; em construir templos e catedrais impressionistas, até porque o máximo que sabia construir era tendas; não tinha nenhum interesse em "montar um mega- ministério" que podesse projetar o seu nome internacionalmente. Enfim, não pretendia divulgar nem vender nenhuma "marca denominacional" que tivesse como propósito promover a sua imagem para a posteridade. Pois, a única marca que se orgulhava de trazer, em seu próprio corpo, eram as marcas resultantes do sofrimento pelo Evangelho do Senhor Jesus Cristo!

"Quero deixar minha marca" é o mesmo que dizer: quero estar em evidência!
"Quero deixar minha marca" é o mesmo que dizer: quero ser o bam-bam-bam do pedaço!
"Quero deixar minha marca" é o mesmo que dizer: quero me auto-afirmar!
"Quero deixar minha marca" é o mesmo que dizer: quero massagear meu ego!
"Quero deixar minha marca" é o mesmo que dizer: quero ficar na história!
"Quero deixar minha marca" é o mesmo que dizer: quero um lugar de honra!
"Quero deixar minha marca" é o mesmo que dizer: QUERO O LUGAR DE CRISTO!

Ao passo que, por outro lado, dizer e viver o que Paulo afirmou por já ter vivido e por, ainda, estar vivendo, em seu próprio corpo, as consequências de uma vida totalmente entregue ao Evangelho de Cristo é demonstrar, na prática, que quem teve, de fato, a revelação do que seja caminhar na Graça de Cristo, jamais irá nutrir em seu coração a vaidade de "deixar a sua marca". Antes nutrirá o desejo de CARREGAR AS MARCAS DE CRISTO em toda a sua existência aqui na terra dos viventes. E o que significaria essa máxima chocante do Apóstolo Paulo? Vejamos:

CARREGAR AS MARCAS DE CRISTO é o mesmo que assumir o compromisso de viver a vida de Cristo com toda intensidade e, sobretudo, com toda autenticidade.

CARREGAR AS MARCAS DE CRISTO é o mesmo que permitir que Cristo viva a sua vida através de nossa existência entendendo que, em Cristo, com Cristo e para Cristo não há espaço para uma co-existência paralela à SUA VIDA em nós nem por meio de nós.

CARREGAR AS MARCAS DE CRISTO é o mesmo que estar disposto a não negociar a nossa aliança com ELE firmada diante das ofertas tentadoras que nos forem apresentadas.

CARREGAR AS MARCAS DE CRISTO é o mesmo que se despojar de toda e qualquer marca ritualística, dogmática e religiosa que, para nada mais serve, senão para nos promover diante dos homens e NOS HUMILHAR DIANTE DE DEUS!

CARREGAR AS MARCAS DE CRISTO é estar disposto a ser perseguido por causa da CRUZ DE CRISTO que é traduzida como o seu sacrifício vicário na cruz do Calvário.

CARREGAR AS MARCAS DE CRISTO é estar disposto a cometer um "duplo homicídio espiritual" morrendo para o mundo e fazendo com que o mundo morra para si.

CARREGAR AS MARCAS DE CRISTO é estar disposto a carregar a carga do outro como se fora a nossa própria carga e tratar a dor do pecado do outro como como se fora a nossa.

Diante de tal desafio, o que iremos escolher?
QUERO DEIXAR MINHA MARCA OU CARREGAR AS MARCAS DE CRISTO?

 Henrique Coutinho.
  (Servo da Graça)

sexta-feira, 31 de julho de 2009

MAIS: HOMOFÓBICOS CONTRA HETEROFÓBICOS – BEM MAIS...

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From: MAIS: HOMOFÓBICOS CONTRA HETEROFÓBICOS – bem mais...
Date: 15/08/2007 15:38
Subject: HOMOFÓBICOS CONTRA HETEROFÓBICOS
To: contato@caiofabio.com



Prezadissimo Reverendo Caio!
O seu texto é histórico e admirável. Quanta lucidez e sensibilidade.
Ocorreu-me apenas uma dúvida e fraternalmente desejo colocá-la. Usarei para tanto uma proposição do grande psicólogo Carl Rogers, que dedicou boa atenção ao fenômeno da comunicação entre as pessoas.
Rogers partia do seguinte princípio: há ruídos de comunicação que têm sua origem no não entendimento correto daquilo que se ouve ou lê. Daí, ele propõe como um jogo: quem está desejando entender melhor diz o que entendeu e pergunta ao outro se é isto mesmo. Na seqüência, o outro diz o que entendeu sobre o que foi perguntado e diz o que entendeu. E assim a coisa segue, até que as partes concluam que estão bem entendidas sobre o que escrevem ou falam.
Então, vamos lá:
Eu entendi que o seu texto desautoriza guerras teóricas em torno da homossexualidade ou da heterossexualidade em nome de Jesus, porque ele demonstrou amor por ambas as manifestações, sem a necessidade de estar dando justificativas específicas, desde que o mandamento do Amor não exclui ninguém.
O que não entendi: se a partir do raciocínio acima fica excluída ou não a necessidade de esclarecimento quanto à homofobia manifesta por vozes ditas religiosas.

Desde já sou imensamente agradecido pela sua atenção.

Paz em Cristo,

Edson Nunes



Resposta:
Edson querido: Graça e Paz!
Numa sociedade democrática e dita civilizada conforme os parâmetros de ambição humana do “Cristianismo” subjacente na cultural ocidental, é direito de indivíduos e de grupos o manifestarem-se conforme suas consciências acerca de abusos que sintam serem perpetrados contra eles.
Assim, que se ande nos ditames da Constituição e nos melhores pilares do respeito humano que a consciência da Humanidade produziu. Para isto existem fóruns e representações próprios — diria o legislador romano diante dos judaizantes que acusavam Paulo de libertinagem e subversão (Atos dos Apóstolos).
Ora, com isto eu não digo que esse é o caminho do discípulo. Não! Digo que este pode ser o caminho do cidadão.
Entretanto, o que digo não é jurídico, é espiritual; e só se discerne espiritualmente.
Tudo o que disse acima é humano, e humanamente bom e digno. Afinal, a lei foi feita para transgressores, segundo Paulo, e, em havendo transgressão contra a vida, os fóruns e ministros da justiça humana, quando justos são, tornam-se ministros de Deus na busca de conciliações ou de justiça entre partes em divergência.
Todavia, nenhum dos meus textos trabalha com categorias terrenas. Pois, se quero pregar o Evangelho, tenho que crer e viver por outra justiça; a qual excede a dos “escribas e fariseus” — grupos esses [sempre-vivos-mortos] que no momento guerreiam entre si em razão de uma questão Moisaica-Freudiana: o lugar do pênis no mundo.
Ora, se alguém quer viver conforme os direitos das leis deste mundo, tanto pode atacar quanto se defender usando a lei. No Evangelho, todavia, não é assim.
O Evangelho não ensina nenhuma transformação pela legislação. Ora, o Evangelho diz que a Lei de Moisés não foi capaz, e apenas gerou transgressores hipócritas; portanto, como poderia propor a cura pela legislação?
Se legislação curasse o Brasil seria o Paraíso da Sanidade Integral!
O problema é que ação gera reação, e, assim, a neurose homofóbica gera a paranóia heterofóbica.
A neurose homofóbica se manifesta geralmente em religiosos cristãos talibanenses; e a paranóia heterofóbica se avoluma na resposta agressiva dos homossexuais que hoje têm amparo Constitucional (exceto em alguns países islâmicos) para enfrentar qualquer que seja a Santa Inquisição de Morais e Costumes.
O que daí procede não realiza nada senão ódio!
Os homofóbicos dizem que desejam proteger suas famílias das influencias homossexuais na mídia e nas ruas (para simplificar).
O problema é que se ausência de mídia homossexual ou demonstrações do gênero impedissem o surgimento de homossexuais na terra, não haveria homossexuais entre os islâmicos e nem tampouco entre índios ou povos primitivos.
Quem assim pensa nega a complexidade caída da natureza humana; e, lá no fundo, crê mais na lei que no poder do amor.
Os que severamente pensam que podem coibir tais coisas lutando e rosnando contra elas, sem o saberem [usando não Rogers, mas Jung], criam nuvens de densas sombras psicológicas sobre seus próprios filhos; de tal modo que a maioria dos que hoje, tendo filhos pequenos, tornam-se os “Templários” dessa Cruzada contra os Homo-infiéis [usando a terminologia dos Cruzados], sem o saberem estão criando seus pequenos filhos para tornarem-se gays; e isso em razão de que a pulsão de ódio (mal; a árvore é do bem e do mal) surgirá como desejo curioso e futuramente compulsivo em seus próprios filhos.
É esperar e ver; e não é profecia, mas apenas experiência pelo conhecimento da História e pela observação humana.
Desse modo, o tiro está fadado a sair pela cu-latra; literalmente.
Se os crentes sinceros têm preocupação com a proliferação de gays na sociedade, então, que façam apenas as seguintes coisas:

1.Que criem seus filhos sem preconceito contra gays, pois, se os criarem preconceituosos, na adolescência ou primeira juventude eles [os pais] pensarão que foram visitados pelo diabo em suas casas; mas o diabo terá sido apenas a projeção da sombra indutora que eles carregavam no coração.

2.Que saibam que a maioria dos gays que surgem do meio “religioso” são filhos desses pais severos em sua obsessão com o tema.

3.Que todo tema único revela um estado de tara apresentada como antítese do desejo enrustido. Assim, ao odiarem os gays eles confessam um desconforto que somente os tentados sofrem.

4.Que a única forma de combater o homossexualismo (que é uma ideologia assim como a homofobia) é apenas sendo natural com a sexualidade; pois, o que o homossexualismo traumatizado procura para se afirmar é justamente um bando de religiosos homofóbicos.

5.Que todo homossexual tem que ser amado assim como todo heterossexual; pois, Deus não faz acepção de pessoas; nenhuma.

6.Que um gay tratado com respeito, na luz, pode até não deixar de ser gay; mas jamais será um viado, uma bicha louca, um travesti, ou um pederasta ou pedófilo. Afinal, quem conhece sabe que por trás de todas as plumas e paetês o que há é um pai tarado de raiva, e um filho disposto a chocá-lo até onde for possível.

7.Que há gays; e outros que são doentes sexuais; assim como há heterossexuais e outros que são tarados sexuais. Portanto, a questão não é legislativa [até que se torne um embate de violências mutuas], mas sim de amor e misericórdia. Afinal, por que tem que ser diferente?


Quanto aos gays [e homossexuais em geral] o que penso é o seguinte:

1.Que ser gay não é normal; e, portanto, quem vive tal condição deve ter o mesmo carinho pelo todo que qualquer pessoa que sabe que seu estilo de vida não é confortável para a maioria, deve ter; ou seja: andar sem hipocrisia, porém, com modéstia e discrição.

2.Que é um direito cidadão de qualquer um ter e fazer a escolha sexual que desejar. Porém, assim como sexo se faz em lugares próprios, a pratica [gay] também requer cautelas maiores; pois, gente madura não deseja provocar desnecessariamente quem pensa e sente diferente.

3.Que nenhum homofóbico se converterá à misericórdia aos gays, se os gays não se converterem à misericórdia para com os homofóbicos.

4.Que o ser gay com honestidade é uma coisa; mas que o ser militante do homossexualismo é outra completamente diferente; pois, o militante do homossexualismo é um pregador à moda chata de um pentecostal pregador de uma causa que não é natural; já o gay é apenas um individuo dentro de um estado, condição ou mesmo opção pessoal, mas nunca deve entrar numa cruzada de divulgação ideológica de um projeto. Ser gay não é projeto pra ninguém.

5.Que não existe a menor chance de dialogo entre as partes [e nem mesmo é necessário; enquanto as partes forem assim…]; porém, nesse caso, a melhor comunicação é aquela feita pelo silencio da oração e que se expressa por gestos de reverencia humana mútua.


Quanto à lei que li e que se pretende oficializar se for possível, até onde li rapidamente, ela não dá direito especial nenhum aos gays, mas apenas impede que em razão da condição sexual de quem quer que seja, haja discriminação ou mesmo o uso de palavras acintosas.
Ora, eu creio que se fosse o inverso [ou seja: se a maioria fosse heterofóbica], os que estivessem sendo objeto de preconceito, desejariam os mesmo tratamento; assim como [por, exemplo] os negros pediram, pedem, reivindicam, e precisam obter.
Ser negro e ser gay não é a mesma coisa, diria um negro homofóbico. Eu, porém, digo: o preconceito, no entanto, mata do mesmo jeito.
Ora, tudo o que disse acima é apenas a expansão aplicada do que Jesus disse:

“O que quereis que os homens vos façam, isto fazei primeiro a eles”.

Jesus quebra esse carma diabólico mandando que o desejo de respeito seja dado antes, a fim de estabelecer o padrão de tratamento que se deseja receber.
Só mais uma coisa:
Os crentes em geral brigam essas brigas que nada têm a ver com o Bom Combate, entre outras coisas, porque eles crêem que a Bíblia é mais a Palavra de Deus do que Jesus.
Eles dizem que a Bíblia é a Palavra de Deus, e se alguém disser que ela apenas contém a Palavra, tal pessoa vai para a fogueira…
Todavia, assim fazendo, eles cometem um grande erro; pois, nesse caso, como Jesus está contido entre as capas da Bíblia, pela mesma lógica, Jesus não é a Palavra de Deus, mas apenas está nela; ou seja: contido na Bíblia.
Ora, quando Jesus não é a Palavra de Deus Encarnada, completa, explicada, aplicada e interpretada pelos Seus atos e modos de ser — mas apenas o “centro” da Bíblia [sendo a Bíblia a totalidade], o que se estabelece é isto:

Uma moça me escreve e me diz que se ficarmos só com o que Jesus disse a gente fica com muito pouco.
Entretanto, se alguém disser que a Bíblia contém a Palavra, pois, já não a é toda, tal pessoa [a que assim disser] será por essa mesma moça [teóloga] execrada.
E por quê?
Ora, é que os evangélicos, por exemplo, não se satisfazem com Jesus apenas; pois, em Jesus apenas, não há amparo para todos os preconceitos e ações de natureza “Islâmica” [no pior sentido] que eles [certos crentes] gostariam de perpetrar como forma de poder e controle sobre os “pecadores”.
Assim, para eles, a Bíblia é a Palavra de Deus [e isto é bom, pois, sobra o Levitico para baixar o pau nos transgressores sem poder]; e Jesus é o bom-bom; é a cerejinha.
Desse modo, Jesus é contido pela Palavra, mas não é a Palavra; pois, caso o fosse, logo se saberia que desde Jesus a Bíblia apenas contém a Palavra [o testemunho dos apóstolos; e de Paulo; e do escritor de Hebreus; são mais que explícitos a esse respeito]; e contém apenas naquilo em que Jesus a tenha encarnado como espírito e prática; do contrário, como diz Hebreus, caducou e caiu em obsolescência.
Quem me achar herege, convide a Academia do Saber, e me convide para o embate — eles não aparecerão!
Assim, o que digo tem a ver com Jesus; e, para mim Jesus não é o Centro de nada; Ele é tudo.

Desse modo, o que penso sobre essa briga é ela é do diabo; pois, o espírito dela é diabólico; e quem dela tira todo proveito é aquele que faz os homens se tornarem inimigos uns dos outros; posto que ele mesmo é homicida desde o princípio; e todo aquele que odeia se faz seu filho.

Mas o que digo será severamente combatido; pois, quem não tem o espírito serve no altar das letras da morte, e não mediante a inscrição do Evangelho como amor, verdade, misericórdia e graça no coração.
Aqui fico!

Um abraço, e obrigado pelo modo educado como perguntou.


Nele, em Quem dou minha opinião com a paz de que ela é como Ele se mostrou ao mundo,


Caio

15/08/07

Manaus
AM

(Transcrito do site do Caio: www.caiofabio.com)

quinta-feira, 30 de julho de 2009

O HOMOSSEXUALISMO E A LEI DA HOMOFOBIA : COMO TRATAR ESSA QUESTÃO?

O homossexualismo não é um problema menos grave, seja dentro ou fora da "estratosfera eclesiástica", do que o adultério (físico e mental), a fornicação, a cobiça, a pedofilia, a ganância, o charlatanismo mercenarista, o racismo, dentre outros, todos mascarados de um falso moralismo farisaico e puritano.
Costumamos pregar que "Deus ama o pecador, mas abomina o pecado! " E é verdade! Inclusive os meus, os seus, os nossos pecados. Afinal, embora não sejamos do mundo, AINDA ESTAMOS NO MUNDO!!! Não estamos imunizados de fraquezas, mazelas da alma, desvios de caráter e de conduta, ou seja, de PECADO. Pecado é 'hamartia' na língua grega que significa 'errar o alvo'. E, se for colocar chocalho, quem de nós, dentro ou fora do ambiente eclesiástico não temos, em algum momento ou de alguma forma, errado o alvo? Lembra-se da célebre máxima do Senhor Jesus em se referindo à mulher adúltera? -"Aquele que, dentre vós, não tiver pecado seja o primeiro a atirar a primeira pedra."
Todas as vezes que defendemos as coisas certas tanto de forma como com motivações erradas acabamos por "dar um tiro no próprio pé".
Sem dúvida alguma, a liberdade de expressão é sagrada e inegociável
tanto para os defensores da "LEI DA HOMOFOBIA" como pra nós outros que, com ela, não concordamos. O que não podemos é "perder a cabeça" e entregá-la de bandeja aos que almejam criar ocasião para que isso ( "perder a cabeça") se consume de modo semi-literal. Cabe, aqui, lembrar de João Batista (o último profeta do Antigo Testamento) - 'aquele que veio preparar o caminho' para o ministério do Senhor Jesus - quando da denúncia do adultério de Herodias com o seu cunhado Herodes Antipas em detrimento de seu marido Herodes Felipe. Como Herodias lhe armou uma arapuca levando sua filha Salomé a dançar para seu tio e padrasto agradando-o ao ponto de lhe conceder o seu mórbido desejo: "A CABEÇA DE JOÃO BATISTA EM UMA BANDEJA"!
Denunciar o pecado, sem dúvida, não fora uma tarefa exlusiva que se extinguiu com o último profeta do Antigo Testamento. De modo nenhum! Cabe-nos dar prosseguimento a essa tarefa dentro e fora da Igreja. E que isso seja feito com amor , sabedoria, justiça e sensatez. E não com um sentimento político-partidário-religioso como faziam os fariseus na época em que Jesus andou aqui na Terra.
Espero ter me feito entender e não ser mal interpretado.

Pr. Henrique Coutinho.

terça-feira, 28 de julho de 2009

TOLERÂNCIA: O SEGREDO PARA CONVIVER COM OS DIFERENTES.

A tolerância é , sem dúvida, uma das maiores características tanto do Amor como da Maturidade Cristã. Pois, somente aqueles que amam com o Amor de Deus e experimentam a Maturidade Cristã conseguem CONVIVER com os que pensam e são diferentes.
Excluir e discriminar em qualquer que seja a instância sempre foram e sempre serão atitudes, totalmente, antagônicas ao Caráter de Cristo.
É bom lembrar que o espaço "Faça um comentário" disponibilizado em nossos blogs é um espaço, por assim dizer, DEMOCRÁTICO, a menos que queiramos configurá-lo de outra forma. Aí fica a critério de cada um. Embora entenda que a partir do momento que permito que alguém comente aquilo que, por mim, fora postado em meu blog estou oportunizando ao outro a liberdade de, comigo, interagir. Ainda que sua opinião divirja, em algum sentido ou em algum momento da minha, já que não devo esperar que as pessoas devam concordar, sempre, com tudo o que penso. Afinal, ter pessoas lendo aquilo que escrevo (concordando ou não) é um privilégio TODO MEU - do contrário não teriam sentido os "sites de relacionamento". Mormente esses que vizam e pretendem ser um "fórum democrático de opiniões" (que podem tanto convergir como divergir).
Todo dogmatismo religioso extremado leva ao exclusivismo. Todo o exclusivismo leva ao sectarismo. Todo o sectarismo leva à discriminação que, por sua vez, leva à exclusão que leva à intolerância religiosa, que leva ao desamor que leva às guerras, etc.
Faço das palavras do Apóstolo Paulo as minhas: "Quando eu era menino, falava como menino, pensava como menino, agia como menino. Mas, quando cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino".

Pr. Henrique Coutinho.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Michael Jackson e as Testemunhas de Jeová - parte 3.

Esta carta da Torre indica que Michael Jackson se dissociou (desligou) das Testemunhas de Jeová.

Tradução não-oficial (por: Fabi)
8 de Junho de 1987
COMITÊS DOS CONGRESSOS DE DISTRITO NOS ESTADOS UNIDOS
Prezados irmãos:
Tem havido uma certa publicidade recentemente a respeito de Michael Jackson. A essência dessas notícias tem a ver com sua própria dissociação da organização das Testemunhas de Jeová. Alguns telefonemas foram também recebidos sobre uma carta da Sociedade, cópias que aparentemente foram disponibilizadas para a mídia de notícias, assim como outras, com o propósito de que ele não mais se considera uma Testemunha de Jeová e que a Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados não mais considera Michael Jackson uma Testemunha de Jeová.
Não há necessidade de o departamento de serviço de notícias ou outros fazer nenhum comentário em relação à personalidades fora das que estão no programa do congresso e os oradores serem citados no lançamento de notícias que vocês têm como parte do Kit de Serviço de Noticias.
Na eventualidade de representantes da mídia de notícias ou outros abordarem seu departamento de notícias do congresso e questionarem sobre Michael Jackson e sua posição, seria melhor para os irmãos responsáveis não comentarem. Deveriam apenas dizer que eles ouviram ou sabem sobre a informação e não têm mais nenhum comentário. Sobre a carta, os comitês de congresso de distrito ou pessoal não escreveram a carta e assim não estão em posição de comentá-la. Diretrizes já foram providenciadas sobre como o departamento de serviço de notícias pode tratar do assunto com respeito a programar o material que desejamos ter publicado.
Que as ricas bençãos de Jeová estejam sobre o programa do congresso e que tudo ocorra para fazer conhecidas as boas novas do Reino.
Estejam certos de nosso amor e saudações cordiais.
Seus irmãos.

Créditos dessa postagem: Percy Harding, Fabi e Zebedeu.
http://extestemunhasdejeova.org/forum/viewtopic.php?f=11&t=2350

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MICHAEL JACKSON E AS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ - PARTE 2 - Por Jerry


A Torre de Vigia (Associação Jurídica das Testemunhas de Jeová) já falou bem de Michael Jackson, como um exemplo a ser imitado pelos jovens. Isso foi numa Despertai que tratava da atitude correta que jovens cristãos devem ter para com vídeos musicais. Vejam:
*** g84 22/8 pp. 22-23 Que dizer dos vídeos musicais? ***“Jamais o Faria de Novo!”
Em outro vídeo popular, Thriller, vê-se o artista transformar-se primeiro num “homem-gato”, daí, num “monstro” dançante. Evidentemente não querendo que os espectadores concluíssem que tal vídeo promovia o espiritismo, o filme começa com o repúdio: “Devido às minhas fortes convicções pessoais, quero destacar que este filme de forma alguma endossa a crença no ocultismo. — Michael Jackson.” Todavia, era tão real que alguns que o viram admitiram ter ficado horrorizados inicialmente. O que tencionava transmitir este breve filme? E o que Michael Jackson, o artista, pensa sobre ele, ao contemplá-lo agora?
“Jamais o faria de novo!” afirma Jackson. “Tencionava apenas fazer um filmezinho bom e divertido, e não trazer propositalmente à tela algo que assustasse as pessoas ou causasse algum mal. Desejo fazer o que é correto. Eu jamais faria de novo algo parecido.” Por que não? “Porque muita gente ficou ofendida com aquilo”, explica Jackson. “Isso me faz sentir mal. Não desejo que se sintam assim. Compreendo agora que não foi uma boa idéia. Jamais farei de novo um vídeo como aquele!” Prossegue ele: “Efetivamente, impedi a distribuição adicional do filme, sobre a qual tenho controle, incluindo seu lançamento em alguns outros países. Há todo o tipo de material promocional que se propõe para Thriller. Mas eu lhes digo: ‘Não, não e não. Não quero fazer nada quanto ao Thriller. Não haverá mais nenhum Thriller.’”

Notem que essa Despertai é de 1984, quando Michael Jackson ainda não havia rompido oficialmente com a Watchtower. E percebam como a Torre faz questão de citar o nome do músico, e mostrar que ele tinha "fortes convicções pessoais". Ora, era notório que Michael Jackson teve formação religiosa de TJ. É claro que a referência era a essa formação, que a Torre buscou enaltecer. E, em seguida, a Torre mostra como essa formação de TJ calou fundo no cantor, que fez questão de impedir a comercialização do vídeo musical. E é o mesmo conselho que a Torre dá no final da matéria: desfazer-se de vídeos musicais impróprios. Não há nenhuma condenação a Michael Jackson. Ele é quase apontado como exemplo.

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MICHAEL JACKSON E AS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ - PARTE 1 - Por Maurilo Vivian Borges


Aos 50 anos, morre um dos maiores ícones da música pop, Michael Jackson. É estranho saber de sua morte. Ele fazia parte daquelas pessoas que você nunca pensa que vai morrer. Talvez porque dá para contar um pouco da história de nossas vidas através de suas músicas, ou no mínimo usá-las para contar a passagem do tempo. Talvez dançando Thriller, ou Bad, ou jogando Moonwalker. Pelo menos até a primeira metade da década de 90, Micahel Jackson e sua música possuíam uma grande influência em todos nós. E para aqueles que cresceram ouvindo suas músicas, puxa vida, como estamos ficando velhos!
E a sociedade Torre de Vigia, o braço formal das Testemunhas de Jeová, perde o seu mais ilustre membro. Na verdade, ele já não era uma testemunha a muito tempo, pois foi convidado a se retirar da organização depois de Thriller. Ele já estava tendo problemas com a organização pois possuíam problemas óbvios relativos ao trabalho de proselitismo. Suas roupas e linguagem estavam desagradando ao Corpo Governante, e traziam mais mau do que bem para a imagem da instituição. Após Thriller e suas óbvias referências ao ocultismo, ele redigiu uma carta solicitando sua desassociação das Testemunhas de Jeová. Ao invés de ser expulso, ele se desligou. Segundo informações da época, foi um acordo para evitar a sua expulsão. Para uma Testemunha de Jeová (falo com conhecimento de causa, fui uma Testemunha de Jeová militante até me converter ao cristianismo), sair por conta própria é menos desonroso do que ser expulso, mas o efeito é o mesmo. A partir do momento que ele é desassociado, nenhuma Testemunha de Jeová poderá falar novamente com ele. Mesmo sua mãe, suas irmãs, que são praticantes poderiam falar com ele, a não ser em caso de extrema necessidade. E acredito que isso de alguma forma o afetou, pois em um artigo sobre religião, Michael escreveu: “Domingo era meu dia de 'pioneiro', o termo usado para o trabalho missionário que as Testemunhas de Jeová fazem. Nós passávamos o dia nos subúrbios da Carolina do Sul, indo de porta em porta ou dando voltas no shopping, distribuindo nossas revistas Sentinela. Eu continuei meu trabalho por anos e anos após o início da minha carreira”.
Nos anos 80, Michael tinha de se disfarçar para poder fazer seu prazeroso trabalho de pioneiro. Mas após Thriller, tudo acabou.
Nos últimos anos, corria entre as Testemunhas de Jeová a informação que ele estava visitando alguns Salões do Reino perto de sua casa. Mas, ninguém deveria lhe dirigir a palavra!
Por ter passado um tempo no Bahrein a convite do xeique Abdullah, Michael pagou pela construção de uma mesquita, o que levou muitos a postular sua conversão ao islamismo. Mas aparentemente, foi por uma questão de gratidão, não de conversão.
http://mauevivian.blogspot.com/2009/06/michael-jackson-testemunha-de-jeova.html



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MÍDIA, PEDOFILIA E TESTEMUNHAS DE JEOVÁ
Primeiro, nos EUA, foi o programa "Testemunhas de Acusação" exibido pela emissora NBC através do NBC Dateline em 28/5/2002. A sua transcrição em português se encontra no endereço: http://www.watchtowerinformationservice.org/dateline.htm.

A conceituada Newsweek na edição de 24/6/2002, na pág. 81, publicou um artigo de Julie Scelfo intitulado "Testemunha da Vergonha - Uma outra religião enfrenta seu próprio escândalo".
O Nova Iorque Times de 11/8/2002, pág. 20, abordou os alegados casos de abuso sexuais de menores / pedofilia em suas congregações e as políticas internas então em vigor para lidar com tais casos.
"Testemunhas de Jeová apanhadas em Escândalo da Igreja" foi transmitido pela CNN em 14/8/2002, no programa de Connie Chung com William Bowen, Heidi Meyer e Amber Long. "Política da Igreja Sobre Abuso É Errada - Testemunha de Jeová Expulsa [ referindo-se a William Bowen ], cita Conspiração Para Ocultar Ofensas", publicado no Nova Iorque Times de 28/8/2002. O assunto é novamente denunciado no artigo "Política da Igreja sobre abuso é errada", publicado no Nova Iorque Times de 30/11/2007.

Em 14/7/2002, na Grã-Bertanha, a BBC 1 levou ao ar o programa "Sofrem as Criancinhas". Relatou-se casos de crianças colocadas em risco pelas suas políticas e revelou a existência de uma base de dados dos membros suspeitos de abuso sexual de crianças, muitos dos quais jamais foram relatados as autoridades. Estes registos incluem quando o crime ocorreu numa época que a pessoa não era batizada ou mesmo associada [ Publicador de congregação não batizado ] com a congregação. (Carta da Congregação Cristã das Testemunhas de Jeová de 1/7/2006, em inglês)

Na Austrália, a repórter Michele Tydd informou no jornal Mercury de 5/8/2000, que o Juiz John Goldring do Distrito de Wollongong, responsabilizou os anciãos da Congregação de Balgownie das Testemunhas de Jeová por não relatarem os abusos sexuais cometidos por Robert Leslie Souter. Novamente no dia 13/9/2007, Souter foi preso por porte de 40 fotos de pornografia infantil. Leia a transcrição do programa Sunday em para conhecer o problema de pedofilia entre as Testemunhas de Jeová na Austrália. Um documentário televisivo foi transmitido em 22/8/2002, na Austrália, no Canal Nove, e em 8/10/2005, em Portugal, no canal SIC Notícias. Veja a transcrição do mesmo em português em Paralelos e Perpendiculares.

O secretismo existente é bem ilustrado pela noticia avançada pelo Jornal 24 Horas sobre um caso de uma jovem vítima de alegado assedio sexual em Portugal, na Congregação de Corujeira das Testemunhas de Jeová, cidade do Porto. Contatada a Associação das Testemunhas de Jeová de Portugal via faxe e telefone, invariavelmente a resposta foi sempre a mesma: "Não comentamos esses fatos. Preferimos resolver no nosso seio essas questões." Por telefone, Tiago Silva, o atual Superintendente Presidente, não confirma e nem desmente o caso. "Essas situações são resolvidas no interior das Testemunhas de Jeová" - afirmou. (Jornal 24 Horas de 26/11/2007, pág. 9)

Na França, em 10/1/2006, uma Testemunha prestou depoimento perante um Juiz de Instrução no Tribunal de Primeira Instância de Saint-Dié-des-Vosges, por suspeita de violação de uma menor de 15 anos entre 1986 e 1989, nas dependências do Salão do Reino. A vítima cometeu suicídio próximo do Salão do Reino, em 22/3/2006. A religião poderá vir a ser indiciadas pelas autoridades judiciais por não denunciarem tais crimes. (Le Nouvel Observateur de 10/1/2006, na Seção Sociedade).

(Transcrito do blog "EX-TESTEMUNHAS DE JEOVÁ-BLOG").

terça-feira, 9 de junho de 2009

O FÃ É PIOR DO QUE O DIABO!

A vida toda, desde menino, de um modo ou de outro conheço o significado de fixações emocionais e afetivas.

Na juventude a experiência mais forte foi a que aconteceu com a filha da mulher com quem meu pai tivera um affair antes de conhecer a Jesus.

Quando reencontrei a menina, já adolescente, aos 15/16 anos de idade, ela desenvolveu uma fixação em mim que acabou levando-a a internação em uma Clinica Psiquiátrica, com alternâncias de idas e vindas até o dia de hoje.

Conto isto no livro “Confissões de Um Pastor”, aqui no site.

Depois de convertido, e depois de começar a pregar, aumentou muito o cordão dos surtados com desejo louco e insano de entrarem em minha vida, se possível até no seu intestino.

Eram “amigos” de imaginação própria, que na solidão me faziam suas companhias, e que “comigo” desenvolviam relações de intimidade passional, de tal forma que, se eu não os reconhecesse, ainda que nunca os tivesse visto na vida, recebia logo uma reprimenda doída e doida, dizendo que eu era besta, pois, convivendo com a pessoa todos os dias pela “televisão” não a reconhecia na rua...

É assim a loucura...

Então, eram mulheres sozinhas, infelizes, sonhadoras, arrebatadas de fantasia, que, do nada, começavam a aparecer em todos os lugares, até que começavam a escrever para o meu escritório na Vinde, oferecendo-se para tudo o que eu quisesse ou desejasse, com a garantia de que ninguém ficaria sabendo...

Também havia os tão viajantes..., que eram capazes de criar um mundo para “nós dois”. Foi, por exemplo, o caso de uma senhora surtada, que, durante um ano me perseguiu de todos os modos, perguntando por que eu não admitia que nosso amor era desde a infância...

Sem falar nos que, em sua loucura, foram a sessões espíritas e “me viram lá”, e, depois, quiseram saber como eu podia enganá-los estando no espiritismo sem dizer nada a ninguém...

Na Internet é um pouco diferente...

O surto aqui não diz que você e alguém eram íntimos desde sempre, por exemplo.

Aqui é diferente...

Em geral o surtado na Internet é aquele “profeta virtual”, que, encontrando na real com você, nem levanta a cabeça de tão tímido ou assustado, mas que, atrás do teclado, vira o ser mais estúpido, agressivo, entrão... e desrespeitoso que se possa encontrar...

Invariavelmente é assim...

A pessoa escreve cheia de elogios infantis, pros quais não dou a menor bola, tanto é que nunca falo das introduções, sejam elas verdadeiras ou exageradas...

Então, caso eu não veja a carta ou não a responda por não ter conseguido... — passa um tempo e a pessoa começa a mandar a mesma carta 20 vezes ao dia...

Se eu não responder a contento em 24 a 48 horas, então, começam as agressões...

Dá muita pena... Mas dá pra ver o que está acontecendo na mente das pessoas...

Não existe na Terra nenhum metro quadrado mais doido do que o do ambiente da “igreja”.

Não tenho nem mesmo coragem de publicar tais cartas surtadas, que variam do amor adoecido e homicida ao desejo de absorção de sua alma como patrimônio da loucura da pessoa.

Entretanto, nunca deixo de dizer: “Olhe! Sua fixação em mim é tão grande que esse é o seu maior problema! Procure um médico!”

E olhe que eu trabalho contra isso o dia inteiro durante todos os dias de minha vida!

Fico imaginando se meu espírito não fosse o do Evangelho!...

Meu Deus! Quanta loucura não aconteceria!...

Daria para mobilizar um exército de enlouquecidos!... Dispostos a tudo!...

É por tal fragilidade que me apavoro, pois, todos sabem que a maioria, com o dízimo do que me vem como desejo e fixação tendentes ao fanatismo, não hesitaria em criar sua seita, seu grupo, sua legião de adoecidos...

Esse fenômeno já tão bem conhecido no mundo foi recentemente apresentado de um modo soberbo no filme “O Assassinato de John Lennon” [http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2008/01/04/327888171.asp].

Recomendo a todos que vejam o filme, pois, de fato, por ele dá pra se ter uma idéia do processo fantasioso que pode levar uma pessoa a ações de natureza impensável em razão de suas viagens pessoais.

Fica aqui, porém, uma advertência:

Quando você vir que sua mente está girando o dia todo em torno de uma pessoa que não é alguém real no seu mundo concreto, íntimo e, portanto, real — abra o olho; pois, isso pode significar que você estabelecerá uma relação fantasiosa com a pessoa; e o grande mal será sempre em quem desenvolver tal fixação na mente.

Você pode amar alguém pelo que ela é, faz ou diz. Mas tal amor ainda não é amor; é apenas profunda identificação. Mas é aí que as coisas ficam quando há saúde em tal pessoa.

Tenho pânico quando alguém me diz: “Sou seu fã número 1”.

Detesto fãs...

Não quero fãs.

Fã é coisa de pagão!

Fã vem de fantasia, de phanton... de fantasma.

Portanto, quando alguém diz que é fã, o que ele diz é que você é a fantasia dele ou dela.

Não trabalho para ter fãs e nem eleitores...

Minha vida é uma busca permanente de levar as pessoas à consciência do Evangelho; e, no Evangelho, ninguém é fã de ninguém.

No Evangelho a gente não é nem mesmo fã de Jesus!

O fã de Jesus jamais será um discípulo.

Os fãs são os que no fim ajudam a matar...

No Evangelho quem não é discípulo não é nada...

Para mim, tudo o que busco é ver gente amando a Jesus e ficando capaz de andar com as próprias pernas segundo o Evangelho.

O que passar disso é doença para a qual eu digo: “Xô, fã!”



Nele, acerca de Quem todo aquele que o ama diz: “Convém que Ele cresça e que eu diminua!”,



Caio

9 de abril de 2009

(Transcrito do site do Caio - www.caiofabio.com)