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"Agora é tempo para erguer nossa nação das areias movediças da injustiça racial e da discriminação para a pedra sólida da fraternidade." (Rev. Martin Luther King Jr.)

Sejam bem-vindos ao NEGOSPEL!

O que vem a ser o NEGOSPEL? - NEGOSPEL é um MOVIMENTO NEGRO EVANGÉLICO virtual e, ou, presencial cuja missão é de conscientizar os afrodescendentes e interessados no assunto quanto à sua historicidade, identidade, autovalorização e espaço tanto do ponto de vista histórico-teológico como étnico-sócio-racial lutando, assim, pela reparação nas áreas supra-citadas dentro de um recorte racial justo e verdadeiro ante às inúmeras injustiças resultantes na atual estratificação social. Portanto, continue conosco interagindo e divulgando nosso trabalho e muito obrigado pela sua visita!

Afroabraços,

Henrique Coutinho.



domingo, 12 de dezembro de 2010

EVANGÉLICOS TÊM DIA DA BÍBLIA.

Valdivino leu o livro sagrado exatas 135 vezes desde 1967 e garante que os ensinamentos são levados a sério, por isso hoje é um dia especial para ele; de tamanhos e tipos variados, o visual tem mudado com o passar dos anos, sua palavra e mensagem, no entanto, asseguram milênios de uma tradição religiosa.

Clodoaldo de Silva/Agência BOM DIA



O aposentado Valdivino tema vocação de ler a “Bíblia”, o que já fez 135 vezes. Para não perder as contas, anota o número de leituras. De tudo que fala, boa parte vem do livro sagrado, que tem hoje como data especial para os evangélicos.

Rafael Amaral
Agência BOM DIA


De fala simples e sandália, o aposentado Valdivino José Mendonça, 69 anos, leu a “Bíblia Sagrada”, de Gênesis ao Apocalipse, 135 vezes. Ele garante o número e carrega uma folha, onde marca a quantidade de vezes e as datas da leitura, para mostrar seu feito.

Sem óculos, leu 37 vezes. Mas o tempo foi passando e não teve jeito: a visão ficou mais fraca e o óculos fez-se necessário. Sua memória, no entanto, é cada vez mais forte.

No Dia da Bíblia, comemorado neste domingo (12) pelos evangélicos, Valdivino é um dos religiosos que levam o livro a sério e que comemoram a data com furor.

Das mais de 3 milhões de palavras que o livro tem, o aposentado parece não ter mais dúvida sobre o significado de nenhuma. Já leu diversas edições e variadas traduções, sempre em português. “Tenho ‘Bíblias’ em espanhol”, afirma ele. “Mas ainda não sei ler nessa lingua.”

Também um colecionador, ele tem 36 “Bíblias” em casa e “só duas repetidas”, afirma.

Ele começou a ler o livro sagrado em 1967. As leituras ficaram cada vez mais constantes e, em 2000, ele afirma ter “refeito todo o caminho” nada menos que seis vezes.

Morador do Centro, o aposentado lembra que quando trabalhava na empresa Takata Petri, das 22h às 5h, adiantava o trabalho e terminava sua parte da produção até a meia-noite. “Depois desse horário, ficava lendo a ‘Bíblia’ madrugada a fora.”

importância /De tamanhos e tipos variados, o visual da “Bíblia” tem mudado com o passar dos anos. Sua palavra e mensagem, no entanto, têm assegurado milênios de uma tradição religiosa.

Neste dia 12, o livro sagrado é homenageado em diversas Igrejas Evangélicas do país, que adotaram o segundo fim de semana de dezembro para esse fim.

Livro mais vendido do mundo, a “Bíblia”, segundo o pastor Esequias Soares da Silva, 55, é a mesma para todas as religiões, mas, o que muda, são as interpretações.

Dessa forma, a ação humana tem sido fundamental para a renovação e influência da palavra contida no livro.

“Ainda é um livro atual e, ao contrário do que dizem alguns, é compatível com as questões científicas”, garante ele, mestre em ciência da religião e que está à frente da Igreja Assembleia de Deus, no Vianelo, desde 1997.

Esequias argumenta que a leitura da “Bíblia” pode ser feita de maneira linear e não linear. “De qualquer forma, a pessoa perceberá a grandeza do livro.”

Com passar dos anos, ele tem lido as escrituras em diferentes línguas, com a intenção de descobrir novos horizontes e possibilidades dentro de um mesmo ensinamento. “Cada vez que leio, percebo novas coisas”, afirma.

Para o pastor Dirlei Gonçalves, 54, que é presidente do Conselho de Pastores de Jundiaí, a data tem sua importância ao evidenciar um livro que tem em seu centro Jesus Cristo. Segundo ele, o livro “foi escrito por cerca de 40 homens iluminados por Deus e em um período de cerca de 1,6 mil anos.” O líder religioso lembra também que importantes líderes reverenciaram o livro, como Abraham Lincolm e George Washington.


Bíblia do século 18 foi doada por Esequias.
Durante uma viagem para Portugal, o pastor encontrou uma ‘Bíblia” do século 18 e a comprou por U$ 50. Mais tarde, ele a doou para o Museu da Casa Publicatória. “Nesse local, o livro poderá ser visto por muitas pessoas.” O pastor diz que, como veio de uma família religiosa, desde cedo teve contato com o livro. Mais tarde, trabalhou como porteiro na Vulcabrás e durante quatro anos como carteiro. Deixou seu trabalho nos Correios para ingressar de vez na vida religiosa, no fim dos anos 1980. Atualmente, Esequias promove palestras fora do Brasil e tem dedicado sua vida a entender a “Bíblia”.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

MARCHA NORDESTINA PELA PAZ E NÃO-VIOLÊNCIA.

No dia 10 dezembro, organizações do movimento social, estudantes e grupos culturais participam da Marcha Nordestina Pela Paz e Não-Violência. A marcha sairá de Campo Grande, às 15h, em direção a Praça Municipal de Salvador. A Marcha traz à tona com grande ênfase, o clamor e a denuncia pelo fim de todos os tipos de violência, discriminação e violações dos Direitos Humanos.

A Marcha Nordestina é uma iniciativa do Mundo Sem Guerras, organismo internacional que atua há 15 anos no campo do pacifismo e da não-violência. Na Bahia foi implantada e coordenada pelo InconPaz –Instituto de Consciência, Formação pela Cultura da Paz e a Não-Violência Mundo sem Guerra.

Esse organismo foi o idealizador da 1ª Marcha Mundial Pela Paz e Não-Violência do planeta, que aconteceu do dia 2 de outubro de 2009 a 2 de janeiro de 2010, esse trajeto mundial que iniciou na Nova Zelândia e terminou na Cordilheira dos Andes teve duração de 90 dias, passou por mais de 90 países e 100 cidades nos cinco continentes, cobriu uma distância de 160.000 km por terra. Foi recebida por governantes de todas as esferas e líderes religiosos, e contou com adesões de personalidades do campo acadêmico, político, social, cultural e desportivo.

Com sua passagem no Brasil a Marcha Mundial Pela Paz e Não-Violência mobilizou vários estados, em Salvador aconteceu no dia 17 de dezembro de 2009, e teve o apoio da Prefeitura Municipal de Salvador, do Governo do Estado da Bahia e dos movimentos sociais, onde foram realizadas inúmeras ações como forma de chamar atenção para o alto índice de violência e também para gerar uma nova consciência baseada na paz e não-violência.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

"QUANDO EU CRESCER QUERO SER COMO MEU PAI!"

"QUANDO EU CRESCER QUERO SER COMO MEU PAI!" Essa foi a frase orgulhosa do garoto Joel Castro (in memorian) ao participar, como garoto propaganda, de uma filmagem da BAHIATURSA há um tempo atrás. Frase essa que denota, claramente, que imagem de figura paterna essa criança tinha do seu querido genitor. Prova cabal de que o 'Mestre Ninha' (assim conhecido no âmbito da capoeira) ou Sr. Joel era um referencial muito especial para o garoto Joel (10 anos), coisa que não se pode dizer de todos os pais de nossa sociedade, independente de classe social. Frase essa que se funde com uma outra similar: "quando eu crescer quero ser Mestre de Capoeira!" Portanto, o que se nota aqui é que 'Mestre Ninha' se notabilizou para seu filho tanto como uma referência paterna quanto como profissional. Que imagem maravilhosa uma criança tão especial como Joel levou para a eternidade ao lado do PAI CELESTIAL! Imagem de uma paternidade sadia, tranqüila, presente, responsável, amorosa, sensível, paciente, etc. O que não anula a imagem de uma mãe, também, querida, inteligente, dinâmica, lutadora, sensível, perseverante, ou seja, virtuosa como se percebe no caráter da Sra. Mirian Castro.

"QUANDO EU CRESCER QUERO SER COMO MEU PAI!" É uma voz que não se faz calar. Antes ecoa na mente e no coração da família enlutada e de todos nós que nos solidarizamos com essa causa.

"QUANDO EU CRESCER QUERO SER COMO MEU PAI!" É um sonho que não se faz interromper com a partida trágica e prematura do infante Joel. Antes tomará corpo, fôlego, ginga, vez e voz nas futuras ações e projetos que carregarão, não somente o seu NOME, mas ,sobretudo, a sua graça incomparável, o seu sorriso radiante, a sua força sobre-humana e sua paixão emocionante oriúndas de uma VISÃO DE FUTURO que traz, em seu bôjo, propostas, significados e projeções que, somente, através da "pureza da resposta da criança" poderemos concluir, mesmo em meio à dor da perda e do luto, que: "É A VIDA, É BONITA E É BONITA!" Uma vez que DEUS REVELA A SUA VONTADE ATRAVÉS DA PUREZA DA CRIANÇA, já que ELE MESMO ensinou através do Seu Filho Jesus Cristo que "se não nos fizermos como uma criança não entraremos no Reino dos Céus!" Portanto, é olhando para o exemplo deixado por Joel durante seus 10 anos de passagem por nosso meio que tiraremos preciosas lições pra nossa vida e conduta, já que ninguém tem nenhuma dúvida de que Joel era um menino diferente e muito especial para os pais, para os irmãos, para a família em geral, para os coleguinhas, enfim, para todos quantos com ele conviveram.

"QUANDO EU CRESCER QUERO SER COMO MEU PAI!" É uma frase forte e que mexe com todos nós que somos pais e que temos o privilégio de ouvir isso de nossos filhos, pois a nossa responsabilidade de ser exemplo pra eles aumenta ainda mais como é, também, a minha agradável experiência e de tantos outros pais que, vez por outra, somos surpreendidos com frases como essa.

Pr. Henrique Coutinho.
Coordenador da Comissão da Criança,
do Adolescente e da Juventude da
ANNEB-BA (Aliança de Negras e Negros
Evangélicos do Brasil).

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

FAVELA ESTÁ SEMPRE NA MIRA DE QUEM DEVERIA NOS DAR PROTEÇÃO!

Em pleno século 21 nos deparamos com um verdadeiro genocídio de negros e pobres marginalizados pela sociedade e estigmatizados por um "poder público" que, ao invés de nos dar proteção, nos mata, nos estermina como nos tempos das senzalas e pós-abolição quando todo o investimento no poder bélico do Estado visava tão somente "coibir" a "vagabundagem" daqueles que eles diziam ter alforriado. Desde aquela época "os capoeiras", por exemplo, eram considerados como marginais, vagabundos e desordeiros da "ordem pública". Hoje, porém, apesar das conquistas adquiridas por esse povo sofrido, resistente e lutador que é o povo negro, a coisa ganhou uma roupagem, uma maquiagem e uma dimensão bem diferentes e maiores, embora a essência continue a mesma: DISCRIMINAÇÃO SÓCIO-ECONÔMICA-RACIAL!!!

Todos os dias somos vistos e tratados por policiais despreparados como bandidos em potencial. Infelizmente é esse o olhar da maioria dos policiais que, ao adentrarem em nossos bairros, só conseguem ver em sua frente "suspeitos". Ou seja, "negros, mal vestidos e pobres moradores da favela". Devemos esse estígma, também, à massificação de uma certa imprensa midiática cuja abordagem chega a ser sádica, desumana, discriminatória, sórdida mesmo, no que tange ao trato e o "modus operandis" de negros e pobres da favela.

O caso do garoto Joel Castro abalou a todos nós que convivemos, diariamente, com essa triste realidade em nossos bairros chamados "populares". Diante disso, no próximo domingo (28/11) às 10h da manhã a comunidade estará realizando uma PASSEATA EM PROTESTO E REINVINDICAÇÃO ao Poder Público pela aceleração das investigações e punição dos culpados pela morte trágica do inocente Joel Castro (10 anos) abatido em seu próprio quarto por duas balas ditas "perdidas".

Estive com os pais do garoto ontem à tarde (24/11) e hoje pela manhã (25/11) a fim de dar meu apoio pastoral. Fiquei com o coração partido em ver, de perto, o sofrimento daquela família. É, de fato, uma perda irreparável. Pois tenho um filho de 9 anos e peço toda hora a proteção de Deus sobre a vida dele.

Não podemos mais aceitar que continuemos sendo resultado das estatísticas frias e desumanas do absurdo número de morte por homicídio (doloso ou culposo) de quem quer que seja. Principalmente por aqueles que são pagos pelo Estado a fim de nos dar proteção. Afinal, somos cidadãos, pagamos impostos e "temos o direito de ir e vir"! Ou não? Mas o que vemos, a cada dia, é que a FAVELA ESTÁ SEMPRE NA MIRA DE QUEM DEVERIA NOS DAR PROTEÇÃO!


Pr. Henrique Coutinho.
Coordenador da Comissão da Criança,
do Adolescente e da Juventude da
ANNEB-BA (Aliança de Negras e Negros
Evangélicos do Brasil).

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Salvador (BA) • Criança morre vítima de "bala perdida" dentro de casa (um dia depois do Dia da Consciência Negra)!

Um dos crimes no fim de semana foi resultado de uma ação policial desastrosa no bairro de Nordeste de Amaralina, em Salvador. Joel da Conceição Castro foi morto por uma bala perdida, aos dez anos de idade. Todos os nove policiais que participaram da ação foram afastados do serviço nas ruas e tiveram as armas recolhidas para serem periciadas.

O menino, que sonhava ser um mestre de capoeira, estava dentro de casa se preparando pra dormir. Entre parentes e amigos, revolta e dor.

“Ele era muito brincalhão. Não dá para esquecer isso. Ele discutia com a gente quando acontecia morte aqui, a gente falava como o mundo está de violência”, conta o amigo Vanderson Silva, 12 anos.

Foi a violência que acabou com a vida do melhor amigo de Vanderson. Joel morreu domingo, por volta das 23h durante uma ação de policiais militares.

“Não teve troca de tiros aqui na comunidade. Já chegaram atirando. Um aluno que a gente estava preparando para ir para à Europa. Os policiais interromperam essa viagem dele”, lamenta o mestre de capoeira Silvio Falcão.

As marcas de tiro estão em pelo menos cinco casas das duas ruas do Nordeste de Amaralina. Dois desses tiros atravessaram a janela no segundo andar da casa e atingiram Joel, que estava se preparando para dormir com o pai.

Ele estava preocupado comigo, com a irmã dele e acabou atingido. Eu fico mais revoltado porque eu pedi socorro a ele e eu acredito que eles são pais de família. Ele não deu socorro e eu perdi meu filho’, desabafa o pai Joel Castro.

Joel dividia o quarto com o pai. Ele estava perto da janela arrumando o colchão pra dormir quando os tiros assustaram pai e filho. Joel foi levado para o Hospital Geral do Estado, mas o garoto morreu no caminho. Joel chegou a gravar um vídeo institucional em que fala do sonho que nunca vai se realizar.

“Quando eu crescer, quero ser mestre de capoeira”, dizia o garoto na gravação.

Em protesto, a comunidade chegou a interditar as Avenidas Visconde de Itaboray e Manoel Dias da Silva por duas horas. Peritos estiveram na casa do garoto onde amigos não conseguem entender a violência.

“Eu não quero julgar, mas dá para provar que é uma polícia despreparada, que já chegou aqui brigando, gritando, desrespeitando os moradores. Eu clamo por justiça e eles vão pagar”, diz Mirian da Conceição, mãe de Joel.

(Fonte: Portal de Notícias do Brasil)

domingo, 21 de novembro de 2010

31ª MARCHA DA CONSCIÊNCIA NEGRA - SALVADOR-BAHIA-BRASIL-2010.

Foram momentos de intensa emoção ver o povo negro pisando o solo histórico em que seus antepassados derramaram sangue, lágrimas e suor debaixo dos chicotes dos seus opressores!

Foram momentos de profunda reflexão a respeito de quão resistentes foram nossos antepassados diante de tamanhos sofrimento e humilhação que tiveram que passar a fim de sobreviver aos espenzinhamentos desumanos dos déspotas colonizadores!

Foram momentos de verdadeira constatação, tanto do potencial como do talento e tempêro únicos que possui o povo negro residente na cidade mais negra do Brasil e fora do Continente Africano que é nossa querida Salvador - Bahia!

Foram, também, momentos de extasiante manifestação de alegria ver o povo negro celebrar sua liberdade de expressão e auto-afirmação de seus valores étnico-racias, bem como a elevação de sua auto-estima!

Agradeço muito a Deus por me permitir vivenciar momentos históricos como os que vivi no dia 20 de novembro de 2010! E o que é melhor ainda: SENDO, NÃO SÓ PARTÍCIPE, MAS PARTE DA HISTORICIDADE ÉTNICO-RACIAL DESSE POVO LINDO QUE É O POVO NEGRO. TENHO ORGULHO DE SER NEGRO!!! SALVE O POVO NEGRO!!!

Pr. Henrique Coutinho.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

CONSCIÊNCIA NEGRA É FEITA POR NEGROS CONSCIENTES (02)!

Tenho conversado com muitas pessoas sobre consciência negra e o que tenho percebido é uma total desinformação e, muitas vezes, desdém e desinteresse a
respeito do assunto.

O que se percebe é que, até mesmo, pessoas envolvidas em movimentos negros
demonstram uma compreensão muito superficial do que, de fato, seja CONSCIÊNCIA NEGRA.
O Dia da Consciência Negra, todos já sabem: é o Dia em que se relembra a trágica, porém, heróica morte de ZUMBI – “o grande líder do quilombo dos Palmares, respeitado herói da resistência anti-escravagista. Pesquisas e estudos indicam que nasceu em 1655, sendo descendente de guerreiros angolanos. Em um dos povoados do quilombo, foi capturado quando garoto por soldados e entregue ao padre Antonio Melo, de Porto Calvo. Criado e educado por esse padre, o futuro líder do Quilombo dos Palmares já tinha apreciável noção de Português e Latim aos 12 anos de idade, sendo batizado com o nome de Francisco. Padre Antônio Melo escreveu várias cartas a um amigo, exaltando a inteligência de Zumbi (Francisco). Em 1670, com quinze anos, Zumbi fugiu e voltou para o Quilombo. Tornou-se um dos líderes mais famosos de Palmares. "Zumbi" significa: a força do espírito presente. Baluarte da luta negra contra a escravidão, Zumbi foi o último chefe do Quilombo dos Palmares.”

“O nome Palmares foi dado pelos portugueses, devido ao grande número de palmeiras encontradas na região da Serra da Barriga, ao sul da capitania de Pernambuco, hoje estado de Alagoas. Os que lá viviam chamavam o quilombo de Angola Janga (Angola Pequena). Palmares constituiu-se como abrigo não só de negros, mas também de brancos pobres, índios e mestiços extorquidos pelo colonizador. Os quilombos, que na língua banto significam "povoação", funcionavam como núcleos habitacionais e comerciais, além de local de resistência à escravidão, já que abrigavam escravos fugidos de fazendas. No Brasil, o mais famoso deles foi Palmares.”

Mas o que é ter Consciência Negra? Ter Consciência Negra vai muito além de olhar pra sua pele e enxergar a sua cor; vai muito além de “festejamentos” anuais que, não raras vezes, pra muitos, torna-se mais uma festa vazia de significado;
vai muito além de discursos acalorados de negro pra negro, mas que acaba não ganhando eco na sociedade ao redor; vai muito além da emissão de “palavras de ordem” e da reverberação percursiva dos tambores do Pelô.
Ter Consciência Negra é ter consciência do meu valor como indivíduo, como pessoa e como cidadão que ajudou e ajuda a construir a nossa história; é ter consciência da minha importância para mudanças significativas e duradouras, relevantes mesmo, na construção e consolidação deste país; é estar disposto e disposta a quebrar as correntes que nos prendem nos porões negreiros da baixa auto-estima lançando mão da nossa Carta de Alforria Emocional; é ser capaz de celebrar com alegria as conquistas dos irmãos e irmãs negros, tomando-os como exemplo para que façamos o mesmo; é ter a coragem de se impor e se valorizar diante da “Ditadura Neo-colonizadora de Plantão”; é, portanto, dentre outras dezenas de coisas, ter memória histórica e uma pré-disposição incansável e indesistível em desenvolver e consolidar a
nossa própria história! Pois, CONSCIÊNCIA NEGRA É FEITA POR NEGROS CONSCIENTES!


Pr. Henrique Coutinho.

Pastor Batista; Bel. em Teologia;
Profº de Ed. Física;
Psicanalista Clínico; Livre Pesquisador dos
Negros na Bíblia; Ativista Negro e
Membro da Diretoria da ANNEB-BA
(Aliança de Negras e Negros Evangé-
licos do Brasil).

terça-feira, 9 de novembro de 2010

CONSCIÊNCIA NEGRA É FEITA POR NEGROS CONSCIENTES!

Consciência negra – negro(a) consciente
Por Werner K.P. Kugelmeier
Mais uma questão de inteligência do que piedade empresarial

Dia da Consciência Negra: a cor ainda faz a diferença, também no mundo corporativo.

Os negros são raridade no mundo corporativo. O mercado de trabalho para os negros continua dramático. Dados do IBGE/Pnad indicam que as diferenças entre as raças não estão apenas na empregabilidade, mas também na remuneração. No Brasil, 70% das pessoas negras ou pardas compõem os 10% mais pobres. Quando se fala da fatia de 1% dos mais ricos do País, ela é composta por apenas 16% de pretos e pardos.

Sabemos que a raiz do problema está no erro de como ocorreu a abolição da escravatura. Os negros saíram das senzalas com uma mão na frente, outra atrás, entregues à própria sorte. Não tiveram sorte e passaram a viver em uma situação de marginalização, criando um exército de excluídos. O escravo não virou cidadão. Os negros ganharam a liberdade, mas continuaram sem ter direitos.

Como bem sabemos, quase tudo é uma questão de educação; as tentativas corretivas como cotas para negros nas universidades ainda são um tema muito polêmico.

No próximo dia 20 comemora-se o Dia Nacional da Consciência Negra. Para os que defendem ser esse um daqueles feriados inúteis, pelo menos tomem consciência de que os números continuam evidenciando um país veladamente racista. O preconceito é generalizado. No país dos desiguais, os pobres levam a pior. Se for pobre e negro, então...

Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) revelam que dos 22 milhões de brasileiros abaixo da linha de pobreza 70% são negros. Além disso, dados divulgados pelo Ministério do Trabalho e da Justiça atestam que o rendimento médio dos homens brancos é de 6,3 salários-mínimos; da mulher branca é de 3,6; do homem negro é de 2,9 e da mulher negra 1,7.

Apesar do percentual de empregados pretos e pardos ter aumentado de 8,5% para 13,7% e o de mulheres de 28% para 30,1%, eles ainda são minorias em cargos de chefia: apenas 4,3% de pretos e pardos e 16,4% de mulheres.

Ainda hoje a presença de negros no mercado de trabalho é desigual, sobretudo no primeiro escalão das grandes empresas. É o que indica a terceira edição da pesquisa Perfil Social, Racial e de Gênero das 500 Maiores Empresas do Brasil e Suas Ações Afirmativas, desenvolvida pelo Ibope Inteligência, em parceria com o Instituto Ethos.

Segundo os dados da pesquisa, a participação de negros no primeiro escalão das empresas nem sequer superou um ponto percentual. Mesmo no quadro funcional, no pé da pirâmide hierárquica, a igualdade de raças ainda está em 1,3%.

Aparentemente, o empresariado brasileiro continua refém do "olhar acostumado", em vez de avançar rumo a uma postura mais agressiva.

É importante entender que não se trata apenas de um problema social. O perfil predominante de brancos entre os colaboradores bate de frente com a demanda por diversidade cultural, que veio junto com a globalização.

As empresas deveriam entender a diversidade cultural como uma oxigenação do ambiente organizacional e como oportunidade de negócios. Brasil, um país abençoado com tanta diversidade cultural, simplesmente deixa de ganhar com mais dinamismo, mais debate, mais pluralidade e mais interação. Não faz sentido deixar espaço para os concorrentes terem políticas multiculturais, enquanto empresas brasileiras seguem monoculturais.

O Ibope Inteligência está estendendo as mãos às empresas consultadas para um debate de resultados, querendo propor ações afirmativas, cobrar a implementação dessas ações e apresentar mecanismos de controle e acompanhamento, ingredientes de um pacto multicultural. Por que recusar a participação?

Se não bastassem razões para isso, aqui mais um fato: o apartheid digital. O Mapa da Exclusão Digital de 2001 revela: entre os brasileiros que têm computador, 80% são brancos, 15% são pardos e 2,5% são pretos.

Uma outra data importante tem relação com as mulheres e, em especial, com as negras: é o dia 25 de novembro - Dia Internacional pelo Fim da Violência contra a Mulher. A violência atinge todas as mulheres, mas geralmente as de baixa renda e negras são as maiores vítimas. O racismo não deixa de ser uma violência também.

Nestes dias, no contexto da crise financeira, o mundo inteiro discute a criação de regras mais severas para a ética no mundo corporativo. O fim do apartheid racial nas empresas não merece constar de um item na agenda “Ética 2009”? Ou vamos “comemorar” o dia 20 de novembro de 2009 com a Ética financeira resolvida e a Ética racial pendente? O negro está consciente de que pode continuar contribuindo para criar riquezas financeiras – o branco não pode, pelo menos, entrar num jogo ganha x ganha mais equilibrado com o negro?

Sou branco – a Gerente Geral da minha microempresa é negra e minha esposa – oxigenando o nosso dia-a-dia...

De Werner K.P. Kugelmeier
wkprisma@wkprisma.com.br

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

PAPAGAICES EVANGÉLICAS!

PAPAGAICES EVANGÉLICAS QUE REVERBERAM TANTO NA INTERNET COMO NOS PÚLPITOS COM ESSE TOM E ESSA PRETENSA FALA MORALISTA E PSEUDA-PREOCUPAÇÃO COM QUESTÕES POR VOCÊ ABORDADAS, NÃO PASSAM DE UMA TENTATIVA SÓRDIDA E CRIMINOSA DE SE TENTAR MANIPULAR A LIBERDADE QUE, TANTO O EVANGELHO COMO A CONSTITUIÇÃO NOS DÁ DE EXPRESSAR, AVALIAR E ESCOLHER AQUILO QUE ENTENDEMOS SER MAIS PLAUSÍVEL PARA NOSSA VIDA. PORÉM, NÃO ME ASSUSTA QUE MUITOS "LÍDERES EVANGÉLICOS" AO LONGO DA HISTÓRIA TENHAM COMPACTUADO COM OS GOVERNOS DA DITADURA CUJO BANHO DE SANGUE QUE ENXARCOU ESSA NAÇÃO NÃO FORA UMA QUESTÃO IDEOLÓGICA NEM, MUITO MENOS, FRUTO DE UMA POUCO AMADURECIDA OPINIÃO PESSOAL, MAS DE ASSASSINATOS DE HOMENS, MULHERES E CRIANÇAS QUE, EM NOME DA LIBERDADE QUE EU E VOCÊ GOZAMOS HOJE NESSE PAÍS, FORAM TORTURADOS, VILIPENDIADOS E MORTOS, ALÉM DE TAXADOS DE SUBVERSIVOS SÓ POR LUTAREM A FAVOR DE UMA CAUSA JUSTA QUE, SÓ SABEMOS O VALOR DISSO, QUANDO DOE EM NOSSO CALO! NÃO SOU ADEPTO DE NENHUM PARTIDO POLÍTICO, NEM VEJO NENHUM CANDIDATO COMO UM MESSIAS SALVADOR DA PÁTRIA, MAS TANTO EU COMO MILHÕES DE BRASILEIROS NÃO SUPORTAMOS MAIS VER POLÍTICOS E LÍDERES RELIGIOSOS MANIPULANDO A OPINIÃO PÚBLICA EM TROCA DE BARGANHAS E INTERESSES PESSOAIS; EM TROCA DE CONCESSÕES DE RÁDIOS E DE TV; EM TROCA DE UM "LUGARZINHO" DE DESTAQUE NO GOVERNO QUE SE DISPONHA A FAZER ESSE TIPO DE TROCA DE FAVORES; E O PIOR QUE FAZEM ISSO TUDO "EM NOME DE DEUS" DIFAMANDO E MENTINDO CONTRA A DIGNIDADE DAS PESSOAS, CONTANDO MEIAS-VERDADES DESCOLADOS DO SEU CONTEXTO ORIGINAL O QUE SE CONFIGURAM EM MENTIRAS MAL MONTADAS E FACILMENTE DESMASCARÁVEIS.

NEM EU NEM NENHUM SEGUIDOR DE CRISTO, EM SÃ CONSCIÊNCIA, SERÍAMOS A FAVOR DO ABORTO NEM DE NENHUM TIPO DE INJUSTIÇA NEM INIQÜIDADE, MAS PRECISAMOS ACABAR COM ESSA HIPOCRISIA TEATRAL DE SIMULAR UM ZELO PELO O QUE ESTÁ FORA QUANDO, TODOS OS DIAS, FAZEMOS VISTAS GROSSAS DIANTE DAS MAZELAS QUE SÃO VARRIDAS PRA DEBAIXO DOS TAPETES ECLESIÁSTICOS DE NOSSAS IGREJAS ("Porque, que tenho eu em julgar também os que estão de fora? Não julgais vós os que estão dentro?" - I COR.5:12 - "Porque já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus; e, se primeiro começa por nós, qual será o fim daqueles que são desobedientes ao evangelho de Deus?" - 1 Pedro 4:17).

CHEGA DE TENTAR SUBESTIMAR A NOSSA INTELIGÊNCIA!!! CHEGA DE TENTAR NOS EMBURRECER!!! CHEGA DE REPRODUZIR MODELOS ELITISTAS, TIRANOS E DITATORIAIS!!! TODOS OS LÍDERES RELIGIOSOS QUE DEFENDEM ESSE TIPO DE PERFIL É PORQUE, NA VERDADE, COM ELE SE IDENTIFICAM! POIS É, EXATAMENTE, ASSIM QUE PROCEDEM COM SEUS LIDERADOS. SÃO DITADORES, TIRANOS, MANIPULADORES, VERDADEIROS DÉSPOTAS VESTIDOS DE PASTORES!

DÁ NÔJO PERCEBER ESSES OPORTUNISTAS DE PLANTÃO POUSANDO DE PORTA-VOZES DEFENSORES DA IGREJA, QUANDO, NA VERDADE ESTÃO PREOCUPADOS É CONSIGO MESMOS, DO CONTRÁRIO ESTARIAM, NO DIA-A-DIA CUIDANDO DO SEU REBANHO COMO TODO VERDADEIRO PASTOR COSTUMA FAZER, E NÃO ARRANCANDO A LÃ E A GORDURA DAS OVELHAS E LHES ENTREGANDO AOS LOBOS DEVORADORES!

ESTAS ELEIÇÕES ESTÃO SERVINDO TANTO DE TERMÔMETRO COMO DE RADIOGRAFIA PARA REVELAR O VERDADEIRO CARÁTER DE MUITA GENTE QUE SE DIZ PREOCUPADA COM A IGREJA, AS FAMÍLIAS E COM A VIDA HUMANA.
AS MÁSCARAS IRÃO CAIR E NÃO VAI DEMORAR!!!
EM NOME DE JESUS TENHO O DITO!!!

PR. HENRIQUE COUTINHO.

(RESPOSTA AO SR. LEONEL ELIZEU VALER DOS SANTOS - MEMBRO DA UBE - VIDE COMENTÁRIO ABAIXO DO MESMO SOBRE MINHA POSTAGEM: "VOTAR EM SERRA É...")

Comentário de Leonel Elizeu Valer dos Santos.
Na verdade, votar em Serra, pode ser suicida como voce diz, entretanto, Votar na Dilma Pró-aborto, é ser homicida, mas, Edir Macedo é "pastor" e defende o aborto... Se, Esaú trocou seus bens espirituais por um prato de lentilhas, que temos nós de melhor que ele? Em troca de algumas melhorias sociais decorrentes da estabilidade econômica, propiciada pelo Plano Real, contra a vontade do PT, (Feito então, pela burguesia maldita do PSDB) Em troca, disso, digo, embasamos a violência do MST, a mordaça espiritual e na imprensa, a prostituição, o homossexualismo, o reconhecimento das FARC, de Evo, Fidel, Chaves, Ahmadinejad... ah, e legalizamos o assassinato de indefesos inocentes, tudo isso, porque usamos nossos cérebros, em vez de ouvirmos o Espírito, que se alinha à vontade de Deus. Além disso, ignoramos mazelas como o "mensalão" corrupção de ministros, em nome de uma "quebra de paradigma". que pode ser desastrosa. Não advogo que Serra seja um santo, ao que me consta é maçom, mas, seu partido é mais aberto `a discussões, e não fecha questão em assuntos polêmicos como o PT. De qualquer forma, sa as pesquisas não foram peteizadas, parece que a Dilma vai ganhar, então, quando a ficha começar a cair, espero que os evangélicos que a defendem hoje, façam seu mea culpa, tão espontâneo quanto a defendem gratuitamente agora.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

VOTAR EM SERRA É...

VOTAR EM SERRA É UM VERDADEIRO RETROCESSO!

VOTAR EM SERRA É ABRIR MÃO DE CONQUISTAS E SONHOS REALIZADOS E POR SE REALIZAREM.

VOTAR EM SERRA É MERGULHAR DE CABEÇA NA FOSSA DA MEDIOCRIDADE!

VOTAR EM SERRA É MUTILAR PROJETOS ESSENCIAIS A UMA SOCIEDADE SOFRIDA QUE VOLTOU A SONHAR E CRER QUE É POSSÍVEL AVANÇAR RUMO A UM FUTURO PROMISSOR E CONCRETO.

VOTAR EM SERRA É DEVOLVER, DE MÃO BEIJADA, A NOSSA CARTA DE ALFORRIA POLÍTICO-SÓCIO-ECONÔMICA OFERECENDO O NOSSO PESCOÇO AO VAMPIRISMO SANGUE-SUGA DOS SENHORES DE ENGENHO PÓS-MODERNOS ÁVIDOS POR REASSUMIREM O PODER (NÃO PODEMOS PERMITIR ISSO! SERIA UM DESASTRE).

VOTAR EM SERRA É SE DEIXAR CAIR, MAIS UMA VEZ, NA ARMADILHA DE UM DISCURSO FALSO, SOFÍSTICO E, PORTANTO, DEMAGÓGICO DE "POLÍTICOS PROFISSIONAIS" QUE NADA MAIS SÃO DO QUE MERCENÁRIOS E LESADORES DA CONSCIÊNCIA HUMANA.

VOTAR EM SERRA É MANIFESTAR UM CERTO SENTIMENTO MASOQUISTA ANTE AO TRATAMENTO SÁDICO QUE ELES ESTÃO PRONTOS A NOS OFERECER.

VOTAR EM SERRA É NEGAR E, AO MESMO TEMPO, DEMOLIR UMA NOVA HISTÓRIA E UM NOVO TEMPO QUE, A POUCO, COMEÇAMOS A CONSTRUIR.

VOTAR EM SERRA É PERDER A GRANDE OPORTUNIDADE DE QUEBRAR MAIS UM PARADÍGMA DE LEVAR UMA MULHER A SUCEDER UM MESTIÇO METALÚRGICO AO MAIS ALTO CARGO DA NAÇÃO QUE É A PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA!

VOTAR EM (MOTO-)SERRA É DESMATAR, DESARBORIZAR E DESECOLOGIZAR O PULMÃO DO MUNDO QUE É A FLORESTA AMAZÔNICA ACOMPANHADA DA MATA ATLÂNTICA.

VOTAR EM SERRA É VOTAR NA BURGUESIA RACISTA, PRECONCEITUSA E ELITISTA!

VOTAR EM SERRA É DIZER NÃO À RAZÃO E SIM AO ILUSIONISMO RETÓRICO E MIDIÁTICO.

VOTAR EM SERRA É TUDO ISSO E MUITO MAIS. MAS, COMO NÃO TENHO VOCAÇÃO PRA SUICIDA, USAREI SOMENTE DUAS COISAS PRA ME LIVRAR DESSA MÁ HORA: O MEU CÉREBRO E MEU DEDO INDICADOR NESTE SEGUNDO TURNO. VOTAREI 13! VOTAREI DILMA PRESIDENTE!!!


PR. HENRIQUE COUTINHO.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

"COMO VENCER A POBREZA E A DESIGUALDADE".

Imperdível para amantes da língua portuguesa e, claro, também para Professores. Isso é o que eu chamo de jeito mágico de juntar palavras simples para formar belas frases.
REDAÇÃO DE ESTUDANTE CARIOCA VENCE CONCURSO DA UNESCO COM 50.000 PARTICIPANTES.

Tema:'Como vencer a pobreza e a desigualdade'
Por Clarice Zeitel Vianna Silva
UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - RJ


"PÁTRIA MADRASTA VIL".

Onde já se viu tanto excesso de falta? Abundância de inexistência. .. Exagero de escassez... Contraditórios? ? Então aí está! O novo nome do nosso país! Não pode haver sinônimo melhor para BRASIL.
Porque o Brasil nada mais é do que o excesso de falta de caráter, a abundância de inexistência de solidariedade, o exagero de escassez de responsabilidade.

O Brasil nada mais é do que uma combinação mal engendrada - e friamente sistematizada - de contradições.
Há quem diga que 'dos filhos deste solo és mãe gentil.', mas eu digo que não é gentil e, muito menos, mãe. Pela definição que eu conheço de MÃE, o Brasil está mais para madrasta vil.

A minha mãe não 'tapa o sol com a peneira'. Não me daria, por exemplo, um lugar na universidade sem ter-me dado uma bela formação básica.

E mesmo há 200 anos atrás não me aboliria da escravidão se soubesse que me restaria a liberdade apenas para morrer de fome. Porque a minha mãe não iria querer me enganar, iludir. Ela me daria um verdadeiro Pacote que fosse efetivo na resolução do problema, e que contivesse educação + liberdade + igualdade. Ela sabe que de nada me adianta ter educação pela metade, ou tê-la aprisionada pela falta de oportunidade, pela falta de escolha, acorrentada pela minha voz-nada-ativa. A minha mãe sabe que eu só vou crescer se a minha educação gerar liberdade e esta, por fim, igualdade. Uma segue a outra... Sem nenhuma contradição!
É disso que o Brasil precisa: mudanças estruturais, revolucionárias, que quebrem esse sistema-esquema social montado; mudanças que não sejam hipócritas, mudanças que transformem!

A mudança que nada muda é só mais uma contradição. Os governantes (às vezes) dão uns peixinhos, mas não ensinam a pescar. E a educação libertadora entra aí. O povo está tão paralisado pela ignorância que não sabe a que tem direito. Não aprendeu o que é ser cidadão.
Porém, ainda nos falta um fator fundamental para o alcance da igualdade: nossa participação efetiva; as mudanças dentro do corpo burocrático do Estado não modificam a estrutura. As classes média e alta - tão confortavelmente situadas na pirâmide social - terão que fazer mais do que reclamar (o que só serve mesmo para aliviar nossa culpa)... Mas estão elas preparadas para isso?

Eu acredito profundamente que só uma revolução estrutural, feita de dentro pra fora e que não exclua nada nem ninguém de seus efeitos, possa acabar com a pobreza e desigualdade no Brasil.
Afinal, de que serve um governo que não administra? De que serve uma mãe que não afaga? E, finalmente, de que serve um Homem que não se posiciona?

Talvez o sentido de nossa própria existência esteja ligado, justamente, a um posicionamento perante o mundo como um todo. Sem egoísmo. Cada um por todos.

Algumas perguntas, quando auto-indagadas, se tornam elucidativas. Pergunte-se: quero ser pobre no Brasil? Filho de uma mãe gentil ou de uma madrasta vil? Ser tratado como cidadão ou excluído? Como gente... Ou como bicho?




Premiada pela UNESCO, Clarice Zeitel, de 26 anos, estudante que termina faculdade de direito da UFRJ em julho, concorreu com outros 50 mil estudantes universitários.
Ela acaba de voltar de Paris, onde recebeu um prêmio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) por uma redação sobre 'Como vencer a pobreza e a desigualdade'

A redação de Clarice intitulada `Pátria Madrasta Vil´ foi incluída num livro, com outros cem textos selecionados no concurso. A publicação está disponível no site da Biblioteca Virtual da UNESCO.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

QUEM LUCRA COM A IMAGEM POSITIVA DA ÁFRICA?

AUTOR: Vladislav MARJANOVIĆ
Traduzido por Fernando Esteves, revisado por Omar L. de Barros Filho.

UMA PREOCUPAÇÃO DA DIÁSPORA AFRICANA.

O que a grande mídia nos diz sobre a África? Só alguns parcos relatos sobre guerra, crise, doença e fome. Porem essa imagem é substituída por uma ainda pior: a dos imigrantes. Chegam todos os dias em embarcações precárias . Muitos deles, morrem no caminho , enquanto os outros vão romper as barreiras da Europa, e já são vistos em quase todo o pais. É preocupante . Eles tomam os empregos dos nativos , traficam, se prostituem e ameaçam os bons costumes . Teme-se que a Europa sofra uma africanização e com isso um possível declínio do continente europeu , já que supostamente os imigrantes trazem consigo a barbárie e a anarquia.

Evidentemente as comunidades africanas no Ocidente querem corrigir essa impressão negativa que ficou do povo africano e seu continente. Para tanto, eles se organizaram e já possuem seus próprios meios de comunicação e se esforçam para, através desses meios, explicar ao publico ocidental que existe uma outra África , uma África criativa e com homens bem-sucedidos , que venceram em diferentes áreas , o que lhes assegura reconhecimento internacional. Alem disso, defendem que o numero de guerras na África diminuiu consideravelmente, que o processo de paz esta caminhando, a democracia vem se estabilizando e a imprensa esta cada vez mais livre . Eles defendem que suas conquistas devem ser salientadas quando se fala da África. As outras questões, que enfraquecem essa imagem positiva da África , devem ser vistas como problemas internos, que são resolvidos internamente , assim como roupa suja se lava em casa.

Essa ‘’filosofia midiática’’ não é nova. Nos paises comunistas, era a regra .Desde a infância, aprendia-se a passar , aos estrangeiros, uma imagem positiva do próprio pais e de seu sistema político. Não é difícil, a própria mídia atual já dá as diretrizes básicas para tanto.

Na época dos estado comunistas via-se exclusivamente a ‘’imagem positiva’’.
Discursos sobre o sucesso dos planos qüinqüenais , a glorificação do trabalho e dos trabalhadores, a recompensa para os representantes da ‘’intelligentsia honesta’’(ou seja, representantes fieis do partido), noticias sobre os avanços desta ou daquela fazenda coletiva, um pouco de esporte e só.

Na sociedade comunista não havia conflito, dizia a mídia, e se por acaso houvesse, era só uma eventualidade. Dores do parto da nova sociedade , era a explicação oficial. A aparência é muito importante.

A IMAGEM POSITIVA DA ÁFRICA E A ECONOMIA MUNDIAL.

A diáspora não esta sozinha no seu esforço de mostrar a África positiva. Para mudar a imagem negativa da África no Ocidente, a Conferencia preparatória regional-africana da cúpula mundia da sociedade da informação( 25 a 30 de maio de 2002 em Bamako, capital do Mali), a UNESCO , a tv5 da França e a RADIO FRANCE INTERNATIONALE, resolveram trabalhar juntas.

Qual o motivo? A ética profissional? Poderíamos quase acreditar . Porem, dia 13 de abril de 2005, 11 chefes de estado africanos , reunidos na universidade de Boston , numa mesa redonda com presidentes africanos , publicaram uma declaração consensual que, resumindo, é a seguinte: a África é um elemento-chave da economia mundial. Com isso, dirigiram um apelo à mídia americana para que façam declarações justas e ponderadas sobre o continente africano. Da mesma forma, os estados africanos e instituições como a União africana lançaram um apelo a favor de estratégias que oponham imagens positivas às representações negativas da mídia africana. Por fim , recomendou-se que às ONGS americanas ‘’estabelecer novos paradigmas afim de educar os jornalistas ocidentais e africanos, levando em conta as democracias africanas que buscam seu desenvolvimento. Pediu-se também que não engrossem os comentários céticos e críticos e cuidar para que o potencial do continente e seu progresso sejam postos em evidencia.

No dia 22 de maio de 2005, durante o 54. congresso do instituto internacional de imprensa em Nairobi, o presidente de Rwanda , Paul Kagame, declarou que ‘’reportagens negativas impedem investimentos estrangeiros diretos na Africa’’. Essa declaração é muito esclarecedora. Por trás do engajamento no sentido de apresentar uma imagem positiva da África ,há interesses puramente econômicos .Na conferencia de uma importante instituição internacional , que é o cão de guarda da liberdade de imprensa , eis a declaração que se ouve de um chefe de estado , cujo pais não tem uma imprensa totalmente livre. O tempora, o mores!
Mas não é tudo.

Por conta da imagem negativa da África , disseminada por jornalistas africanos, estes foram tratados como inimigos internos do continente africano por alguns participantes da conferencia sobre a mídia na África , realizada em Nairobi em agosto de 2006. O fato é que esses jornalistas , não encontraram nada de positivo para falar do governo de seus paises!

Para mudar essa situação , foi sugerido um programa de formação para jornalistas orientado pelos institutos americanos POINTER e AMERICAN INSTITUTE.

A União africana acabou por tomar parte na luta contra a imagem negativa da África disseminada na opinião pública. Não sozinha, mas com a união européia. Ao termino do fórum ‘’midias e desenvolvimento’’( 11 a 13 de setembro desse ano em Quagadougou, capital de Burkina Fasso , foi fundado um observatório panafricano de mídia que deve reunir as principais personalidades reconhecidas, sobretudo, por sua imparcialidade. Alem disso, os estados africanos e europeus exigiram a criação de uma estrutura institucional afim de garantir a independência, a liberdade de expressão e os direitos da mídia, bem como os deveres. A imprensa deve lutar contra os estereótipos e não alterar o sentido dos documentos e textos que ela publica e abster-se de toda forma de apoio à violência sectária. Foi prevista a criação de uma Carta dos direito e deveres das mídias africanas e européias.

NÃO ASSUSTAR OS INVESTIDORES

Percebe-se, nas mais importantes instituições internacionais, uma aceitação e valorização crescentes da ‘’imagem positiva’’ da África. Jean Ping , presidente da comissão da união africana , explica exigência dizendo que a imagem negativa da África , espanta os possíveis investidores .Essa preocupação parece ser o argumento dominante. Em 2001, o então ministro britânico, Tony Blair, apontava para os efeitos prejudiciais sobre o turismo das reportagens negativas sobre a doença da ‘’vaca louca’’na Grã-Bretanha.. Em 25 de janeiro de 2005 , Amevi Atiopu, diretor para os mercados emergentes da Pazisma Corporation, escreveu:’’ para aumentar a confiança dos investidores e atrair o capital estrangeiro, os estados africanos devem criar meios para que possam lutar energicamente contra a imagem negativa da África ‘’.

‘’ Uma mudança da imagem africana poderia promover investimentos e o crescimento econômico como nunca antes vistos, afirmou Patrícia R. Francis , diretora do centro internacional do comercio , na revista ‘’fórum do comercio internacional’’( nr.1/2007), que faz parte da OMC e da ONU.

É ‘’chocante’’ que os patrocinadores do alto-escalão da representação positiva da África, se preocupem,antes de tudo, com a economia , os investimentos e o crescimento econômico . Com isso chegamos a uma tal situação que fez pensar até o diretor do departamento de desenvolvimento da comissão européia , Bernard Petit.

Num artigo para The Courier.the magazine of ACP and EU cooperation, publicado em 28 de agosto de 2008 , Bernard Petit, se pergunta se a África realmente precisa de uma nova regulamentação midiatica ou se a liberdade de imprensa deve ser considerada como sinal de bom governo e como se deve lutar contra a censura. Baseado nesse pensamento, Bernard Petit conclui que a necessidade de atrair investidores para aumentar a independência da mídia e sua qualidade apresenta um risco de desvio. Segundo ele, a mídia poderia ser corrompida sob os cuidados dos investidores , cuja prioridade é o lucro.Com isso , a qualidade da informação poderia ser prejudicada, tornando-se espetáculo , decaindo para o jornalismo sensacionalista.

IDEALISTAS OU COLABORACIONISTAS?

Será que os idealistas da diáspora já pensaram no assunto? Pensaram que
as instituições internacionais , chefes de estado, que destituíram a democracia de seu sentido,em nome do mercado, servindo com a devoção mais subalterna aos donos do mundo , bem como acadêmicos ‘’eminentes’’pagos por multinacionais e pelo establishment político para legitimar seus interesses em relação a uma imagem positiva da África, mascaram sua própria imagem?

Cada imagem negativa- ou seja, critica- dos fatos na África ameaça trazer à tona as maquinações naquele continente. Portanto, o engajamento na criação de uma imagem positiva não diz respeito a melhoria da qualidade de informação, mas à necessidade de uma propaganda política. Exagerar as conquistas africanas num plano ‘’micro’’ , poderia servir de justificativa para as medidas impostas pela comunidade internacional, já no plano ‘’macro’’, elas se revelam desastrosas. Isso porque essa mesma comunidade internacional quer controlar a informação na África. A proposta para novas dietrizes midiaticas, estabelecendo deveres dos jornalistas , assim como 106 bolsas que a união africana pretende oferecer aos jovens jornalistas para torná-los verdadeiros ‘’profissionais’’, ou, em outras palavras, torná-los propagandistas. Daí a uma censura declarada e consentida a nível internacional é um passo. Infelizmente , isso tudo esta sendo feito em nome da liberdade de imprensa.

Também é de se temer o fato de que os idealistas da diáspora africana não se deram conta de que estão sendo usados e sendo facilmente manipulados como empregados das instituições que promovem a mundialização. Delegando-lhes algumas funções subalternas em qualquer instituição nacional ou internacional , esmola concedida à suas organizações , ou homenageando-os na mídia oficial. Tudo isso será suficiente para dar inicio às colaborações , precisamente com os poderosos que impedem o desenvolvimento da África. Mas a esmola e a homenagem virão juntos com a vergonha que cobrirá, cedo ou tarde, todos os beneficiários. É possível que os membros da diáspora africana no Ocidente se oponham. Informar sobre a África não é uma questão de imagens , mas de problemas que se agravam, e são insolúveis dentro da atual ordem mundial. É isso que deve ser dito. E encorajar a opinião publica a se engajar em favor de uma ordem social mais justa e de uma sociedade mais humana . A diáspora terá a força e a coragem para tanto?

Fonte: Wem nützt das „positive Bild“ Afrikas?

domingo, 8 de agosto de 2010

O EXTREMO DA DEPRECIAÇÃO DA FIGURA PATERNA.

A cada dia que passa se percebe uma orquestração sutil e silenciosa em direção da desonra e depreciação da FIGURA PATERNA, desde as tímidas manifestações "homenagiosas" da família, igrejas, intituições de ensino, etc, até a pouco badalada divulgação da data por meio dos meios midiáticos de comunicação em comparação com outras datas como, por exemplo, o dia das mães, das crianças, dos namorados, dentre outros.


Parece que em nome da busca pela (justa) emancipação feminina e pela supervalorição da figura materna, acabamos caindo em um outro extremo: O EXTREMO DA DEPRECIAÇÃO DA FIGURA PATERNA.


Já está provado tanto pela Psicologia como pela Psicanálise que a presença da FIGURA PATERNA na vida de uma criança, cuja personalidade está sendo formada entre 0 e 7 anos de idade, é de imprescindível importância e valor em sua formação de caráter e na necessidade de um ancoramento em uma referência masculina que pode ser ou não o seu genitor.


A grande maioria das culturas existentes ao longo dos séculos sempre tiveram a FIGURA PATERNA como modelo patriarcal, não obstante a verídica ponderação da forte marca do machismo perceptível em tais culturas. Mas, ao longo dos anos, o que percebemos não é a busca do equilíbrio da importância e valor das figuras paterna e materna no exercício do sacerdócio do lar. Antes uma sorrateira e paulatina desintegração, desgaste e uma certa inclinação para O EXTREMO DA DEPRECIAÇÃO DA FIGURA PATERNA. Tal tendência é, sem dúvida, por demais perigosa e preocupante, embora alguns não consigam enxergar os danos que essa triste e crescente tendência dos últimos dias pode gerar como, de fato, já está gerando.


Não é à toa que um dos mandamentos morais entre os dez prescritos por IAVÉ seja "HONRA TEU PAI e tua mãe..."; que o Senhor Jesus, nos evangelhos, faça inúmeras alusões a Deus como seu PAI, a exemplo da universal ORAÇÃO DO PAI NOSSO (Mateus 6:1-13) dentre outras citações como João 8:49 onde se lê: "Disse Jesus: Não estou endemoninhado! Pelo contrário, HONRO O MEU PAI, e vocês me desonram."


Infelizmente a constatação de que a "cultura da desonra paterna", tanto dentro como fora dos muros eclesiásticos, já é uma triste realidade. O que acaba refletindo muito negativamente sobre nossas crianças que são o presente e o futuro de nossa sociedade.


Como pai, luto todos os dias, contra essa tendência malígna que assola nossos lares e sociedade conseqüentemente. Procuro passar para meu filho tanto de forma oral como, principalmente, prática e presencial o que, como pai, represento pra ele, o que tem resultado em um relacionamento muito gostoso e edificante entre nós dois. O feed-back tem sido muito gratificante!


Portanto, quero estimular a todos os pais a não abrirem mão do seu papel em seu lar, em sua relação com seus filhos, ainda que não convivam debaixo do mesmo teto. NÃO ABRAM MÃO DO SEU SACERDÓCIO PATERNAL! Não importa que muitos não lhe reconheçam e, até, lhe desonrem. Saiba que vocês têm respaldo e legalidade conferidos pelo "PAI DAS LUZES, EM QUEM NÃO HÁ MUDANÇA NEM SOMBRA DE VARIAÇÕES".


Um feliz "DIA DOS PAIS" com um sonoro grito de protesto contra O EXTREMO DA DEPRECIAÇÃO DA FIGURA PATERNA!!!

PAISTOR HENRIQUE COUTINHO.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Biografia: Rev. Martin Luther King.

Martin Luther King nasceu em 15 de janeiro de 1929 em Atlanta na Georgia, filho primogênito de uma família de negros norte-americanos de classe média. Seu pai era pastor batista e sua mãe era professora.

Com 19 anos de idade Luther King se tornou pastor batista e mais tarde se formou teólogo no Seminário de Crozer. Também fez pós-graduação na universidade de Boston, onde conheceu Coretta Scott, uma estudante de música com quem se casou.

Em seus estudos se dedicou aos temas de filosofia de protesto não violento, inspirando-se nas idéias do indu Mohandas K. Gandhi.

Em 1954 tornou-se pastor da igreja batista de Montgomery, Alabama. Em 1955, houve um boicote ao transporte da cidade como forma de protesto a um ato discriminatório a uma passageira negra, Luther King como presidente da Associação de Melhoramento de Montgomery, organizou o movimento, que durou um ano, King teve sua casa bombardeada. Foi assim que ele iniciou a luta pelos direitos civis nos Estados Unidos.

Em 1957 Luther King ajuda a fundar a Conferência da Liderança Cristã no Sul (SCLC), uma organização de igrejas e sacerdotes negros. King tornou-se o líder da organização, que tinha como objetivo acabar com as leis de segregação por meio de manifestações e boicotes pacíficos. Vai a Índia em 1959 estudar mais sobre as formas de protesto pacífico de Gandhi.

No início da década de 1960, King liderou uma série de protestos em diversas idades norte-americanas. Ele organizou manifestações para protestar contra a segregação racial em hotéis, restaurantes e outros lugares públicos. Durante uma manifestação, King foi preso, tendo sido acusado de causar desordem pública.

Em 1963 liderou um movimento massivo, "A Marcha para Washington", pelos direitos civis no Alabama, organizando campanhas por eleitores negros, foi um protesto que contou com a participação de mais de 200.000 pessoas que se manifestaram em prol dos direitos civis de todos os cidadãos dos Estados Unidos. A não-violência tornou-se sua maneira de demonstrar resistência. Foi novamente preso diversas vezes. Neste mesmo ano liderou a histórica passeata em Washington onde proferiu seu famoso discurso "I have a dream" ("Eu tenho um sonho"). Em 1964 foi premiado com o Nobel da Paz.

Os movimentos continuaram, em 1965 ele liderou uma nova marcha. Uma das conseqüências dessa marcha foi a aprovação da Lei dos Direitos de Voto de 1965 que abolia o uso de exames que visavam impedir a população negra de votar.

Em 1967 King uniu-se ao Movimento pela Paz no Vietnam, o que causou um impacto negativo entre os negros. Outros líderes negros não concordaram com esta mudança de prioridades dos direitos civis para o movimento pela paz.

Em 4 de abril de 1968 King foi baleado e morto em Memphis, Tenessee, por um branco que foi preso e condenado a 99 anos de prisão.

Em 1983, a terceira segunda-feira do mês de janeiro foi decretada feriado nacional em hogmenagem ao aniversário de Martin Luther King Jr.'s.

(By projetorestaurandovasos.blogspot.com)

sexta-feira, 2 de julho de 2010

2 DE JULHO: A VERDADEIRA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL NA BAHIA!

O QUE É O 2 DE JULHO?
A comemoração do dia 2 de Julho é uma celebração às tropas do Exército e da Marinha Brasileira que, através de muitas lutas, conseguiram a separação definitiva do Brasil do domínio de Portugal, em 1823. Neste dia as tropas brasileiras entraram na cidade de Salvador, que era ocupada pelo exército português, tomando a cidade de volta e consolidando a vitória.

Esta é uma data máxima para a Bahia e uma das mais importantes para a nação, já que, mesmo com a declaração de independente, em 1822, o Brasil ainda precisava se livrar das tropas portuguesas que persistiam em continuar em algumas províncias. Então, pela sua importância, principalmente para os baianos, todos os anos a Bahia celebra o 2 de Julho. Tropas militares relembram a entrada do Exército na cidade e uma série de homenagens são feitas aos combatentes.
Entre todas as comemorações, a do ano de 1849 teve um convidado muito especial. O marechal Pedro Labatut, que liderou a tropas brasileiras nas primeiras ofensivas ao Exército Português, participou do desfile, já bastante debilitado e sem recursos financeiros, mas com a felicidade de homenagear as tropas das quais fez parte.
Para chegar a este dia, muita luta foi travada...
O Brasil do início do século XVIII ainda era dominado por Portugal, enquanto o Rio de Janeiro, Pernambuco, Minas Gerais e a Bahia continuavam lutando pela independência. As províncias não suportavam mais a situação e, percebendo os privilégios que o Rio de Janeiro estava recebendo por ser a capital, Pernambuco e Bahia resolveram se rebelar.
Recife deu início a uma revolução anti-colonial em 6 de março de 1817. Esta revolução tinha uma ligação com a Bahia, já que havia grupos conspiradores compostos por militares, proprietários de engenhos, trabalhadores liberais e comerciantes. Ao saber desta movimentação, o então governador da Bahia, D. Marcos de Noronha e Brito advertiu alguns deles pessoalmente.
O governo estava em cima dos conspiradores e, devido à violenta série de assassinatos, muitos baianos resolveram desistir. Com toda esta repressão, a revolução de Recife acabou sendo derrotada. Os presos pernambucanos foram trazidos para a Bahia, sendo muitos fuzilados no Campo da Pólvora ou presos na prisão de Aljube, onde grande personagens baianos também estavam presos.
Movimentação pela independência:
Diante das insatisfações, começaram as guerras pela independência. Os oficiais militares e civis baianos passaram a restringir a Junta Provisória do Governo da Bahia, que ditava as ordens na época, e com esta atitude foi formado um grupo conspirativo que realizou a manifestação de 3 de Novembro de 1821.
Esta manifestação exigia o fim da Junta Provisória, mas foi impedida pela "Legião Constitucional Lusitana", ordenada pelo coronel Francisco de Paula e Oliveira. Os dias se passaram e os conflitos continuavam intensos. Muitos brasileiros morreram em combate.

Força portuguesa:
No dia 31 de Janeiro de 1822 a Junta Provisória foi modificada. E depois de alguns dias, chegou de Portugal um decreto que nomeava o brigadeiro português, Ignácio Luiz Madeira de Mello, o novo governador de Armas.
Os oficias brasileiros não aceitavam esta imposição, pois este decreto teria que passar primeiro pela Câmara Municipal. Houve, então, forte resistência que envolveu muitos civis e militares.

Madeira de Mello não perdeu tempo e colocou as tropas portuguesas em prontidão, declarando que iria tomar posse. No dia 19 de fevereiro, os portugueses começaram a invadir quartéis, o forte São Pedro, inclusive o convento da Lapa, onde haviam alguns soldados brasileiros. Neste episódio, a abadessa Sónor Joana Angélica tentou impedir a entrada das tropas, mas acabou sendo morta.

Concluída a ocupação militar portuguesa em Salvador, Madeira de Mello fortaleceu as ligações entre a Bahia e Portugal. Assim a cidade recebeu novas tropas portuguesas e muitas famílias baianas fugiram para as cidades do recôncavo.
Contra-ataque brasileiro:
No recôncavo, houve outras lutas para a independência das cidades e o fortalecimento do exército brasileiro. O coronel Joaquim Pires de Carvalho reuniu todo seu armamento e tropas e entregou o comando ao general Pedro Labatut. Este, assim que assumiu, intimidou Madeira de Mello.
Labatut organizou todo seu exército em duas brigadas e iniciou uma série de providências. Aos poucos o exército brasileiro veio conquistando novos territórios até chegar próximo a cidade de Salvador.
Madeira de Mello recebeu novas tropas de Portugal e pretendia fechar o cerco pela ilha de Itaparica e Barra do Paraguaçu. Esta atitude preocupava os brasileiros, mas os movimentos de defesa do território cresciam. E foi na defesa da Barra do Paraguaçu que Maria Quitéria de Jesus Medeiros se destacou, uma corajosa mulher que vestiu as fardas de soldado do batalhão de "Voluntários do Príncipe" e lutou em defesa do Brasil.


Em maio de 1823, Labatut, em uma demostração de autoridade, ordenou prisões de oficiais brasileiros, mesmo sendo avisado do erro que estava cometendo, e acabou sendo cassado do comando e preso. O coronel José Joaquim de Lima e Silva assumiu o comando geral do Exército e no dia 3 de Junho ordenou uma grande ofensiva contra os portugueses. Com a força da Marinha Brasileira, o coronel apertou o cerco contra a cidade de Salvador, que estava sob domínio português, restringindo o abastecimento de materiais de primeira necessidade. Diante destes fortes ataques e das necessidades que estavam passando, Madeira de Mello enviou apelos e acabou se rendendo. Com a vitória, o Exército Brasileiro entrou em Salvador consolidando a retomada da cidade e fim da ocupação portuguesa no Brasil.

(BY BAHIA.COM)

domingo, 6 de junho de 2010

UMA HERANÇA MALDITA CHAMADA RACISMO!

Falar de racismo neste país, seja dentro ou fora dos ambientes eclesiásticos,ainda é algo extremamente incômodo, principalmente, pra quem ouve. E por que isso se dá? Isso se dá exatamente porque essa HERANÇA MALDITA CHAMADA RACISMO está impregnada tanto no inconsciente coletivo como na deturpada "consciência" elitista dos opositores de plantão que costumam apregoar a não-existência do racismo em nossos dias; que a discriminação no Brasil é, somente, social e intelectual; que os negros seriam mais "racistas" que os não-negros o que é uma dupla contradição, pois ao mesmo tempo que negam a existência do racismo, usam desse argumento infundado e ignorante a despeito das implicações históricas, sociológicas e psicológicas latentes e patentes nas relações interpessoais percebidas no bôjo dessa estratificação social, dessa escala de "valores" elaboradas, como sempre, pelos não-negros.
Durante séculos e séculos nós, os afrodescendentes, nos calamos, fizemos vistas grossas e permitimos que outros falassem por nós, ditassem suas normas colonizadoras e fizessem o seu próprio recorte a respeito da nossa classificação étnico-racial neste país, classificando-nos como "pardos" e negros o que acabava fracionando o verdadeiro resultado das estatísticas do IBGE. Hoje estamos mudando esse quadro. Somos AFRODESCENDENTES! Isto resume bem o que somos e o que cremos, não permitindo que ninguém nos mantenha à margem, também, das estatísticas que sempre quiseram negar que SOMOS MAIORIA NESTE PAÍS ainda que minoritária em outros aspectos (econômico, educacional e social). A que se deve tudo isso? Tudo isso se deve a UMA HERANÇA MALDITA CHAMADA RACISMO! Herança essa mascarada por discursos falaciosos carregados de sofismas ideológicos, filosóficos e, até mesmo, teológicos, PASMEM! Dessas pessoas não se pode dizer estarem inseridas na prática inconsciente-coletiva do racismo, até porque se trata de cabeças "pensantes" que ignorando toda uma inter-face étnico-histórico-sociológica, fazem questão de ratificar seus argumentos que, quando percebidos ínfimos, esdrúxulos, truncados e insuficientes, tentam colocar uma pedra sobre o assunto que é, na verdade, aquilo que eu chamo de "MORDAÇA IDEOLÓGICA" - uma tentativa de fazer calar esse grito de protesto que, há mais de 500 anos, esteve contido em nossa garganta!
Fico muito feliz em estar inserido neste momento histórico em nosso país e no mundo em que DEUS ( disso não tenho nenhuma dúvida) ESTÁ TRAZENDO UM VERDADEIRO AVIVAMENTO DE REPARAÇÃO ÉTNICO-RACIAL nos cinco continentes. Pois não foi à toa que NELSON MANDELA conseguiu vencer o Apartaid e se tornar o primeiro Presidente Negro da África do Sul; que BARACK OBAMA conseguiu vencer as eleições e se tornar o primeiro Presidente Negro da maior Potência Mundial - os Estados Unidos da América; que LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA, depois de várias derrotas nas urnas, venceu e se tornou o primeiro Presidente Nordestino, Afrodescendente (é bom que se diga), Operário e sem curso superior da República Federativa do Brasil; que os afrodescentes começaram a ascender, com muito sacrifício, rompendo as barreiras elitizantes das sociedades política, econômica, universitária e religiosa; que os olhos do mundo já estejam voltados para a África do Sul através do sedeamento da Copa do Mundo. Diante de tudo isso, está na hora de todos aqueles que têm CONSCIÊNCIA NEGRA, independente da questão "melanínica-epidermal", se unirem na luta contra essa HERANÇA MALDITA CHAMADA RACISMO!

Pr. Henrique Coutinho.

terça-feira, 25 de maio de 2010

SEGUNDO ENCONTRO AFRO-LATINO EM SALVADOR-BA.

Começa no Brasil Encontro Afro-latino

Brasília, 25 de maio (Prensa Latina). Coincidindo com o Dia da África, começa hoje em Salvador, capital da Bahia, estado brasileiro, o segundo Encontro Iberoamericano de Ministros de Cultura para uma Agenda Afrodescendente nas Américas.

Com o objetivo de elaborar um plano de políticas públicas para a igualdade racial, os ministros de Cultura e outros representantes de 20 países da América Latina e do Caribe sessionarão até a próxima sexta-feira.

O segundo Encontro Afro-latino -como se denomina de maneira sintética- elaborará essas ações por meio de projetos e propostas de cooperação entre os participantes do evento, promovido pelo Ministério de Cultura, através da Fundação Cultural Palmares.

A reunião constitui um compromisso assumido em 2008, na primeira reunião efetuada em Cartagena, Colômbia, cuja declaração final, denominada Agenda Afrodescendente nas Américas, contribuiu a criar novos horizontes no programa multilateral de cooperação no campo cultural e foi determinante para que a Organização das Nações Unidas declarasse 2011 como Ano da Ascendência Africana.

Além dos ministros do ramo, à convocação de Salvador assistem representantes de organismos internacionais como a Organização dos Países Ibero-americanos, a Organização das Nações Unidades para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e a Organização Internacional para as Migrações.

De acordo com o site do Ministério de Cultura, de maneira paralela à reunião ministerial se realizará o Encontro de Pensadores, que convocará agentes políticos, sociais e especialistas nas esferas de cultura negra da América Latina e do Caribe.

Essa reunião terá três eixos temáticos fundamentais: Memória histórica das comunidades afrodescendentes e da diáspora africana (seu significado; valor e visibilidade das narrativas históricas dos países).

Ademais, Comunicação e apropriação social da história e dos valores culturais dos afrodescendentes; e a força da diáspora africana como fonte inspiradora para estreitar laços de fraternidade, cooperação e unidade cultural entre os povos das Américas e seu futuro.

Oficinas de percussão e atividades artísticas farão parte também do segundo Encontro Afro-latino, enquanto uma das novidades da reunião será a apresentação do Observatório Afro-latino, um intercâmbio virtual (por internet) de conteúdos sobre as culturas das comunidades afro-latinas e caribenhas.

Criado pela Fundação Cultural Palmares, esse projeto tem o objetivo de compartilhar ideias e propostas de pensamento sobre a questão dos negros na região e pretende estar em permanente elaboração, com a ajuda de todos os empenhados na luta pelo reconhecimento da contribuição africana na construção de suas sociedades.

Dados oficiais refletem que na América Latina e no Caribe se concentra hoje uma população de 150 milhões de afrodescendentes e a diáspora africana na região representa cerca de 30 por cento da população total.

(Por Prensa Latina - Agência Informativa Latino Americana)

SALVE O DIA DA ÁFRICA!

Hoje é dia de África

Luanda – O "continente negro" celebra hoje , 25 de Maio, 47 anos desde a criação, em Addis Abeba (Etiópia), da Organização de Unidade Africana (OUA), em carta assinada por 32 estados africanos já independentes na altura.
O ato constituiu-se no maior compromisso político dos líderes africanos, que visou a aceleração do fim da colonização do continente.
No dia 25 de Maio de 1963 reuniram-se 32 Chefes de Estado africanos com ideias contrárias à subordinação a que o continente estava submetido durante séculos (colonialismo, neocolonialismo e "partilha da África").
Dessa reunião, nasceu a OUA (Organização de Unidade Africana). Pela importância daquele momento, o 25 de Maio foi instituído pela ONU (Organização das Nações Unidas), em 1972, Dia da Libertação de África.
O dia representa também um profundo significado da memória colectiva dos povos do continente e a demonstração do objectivo comum de unidade e solidariedade dos africanos na luta para o desenvolvimento económico continental.
A criação da OUA traduziu a vontade dos africanos de converterem-se num corpo único, capaz de responder, de forma organizada e solidária, aos múltiplos desafios com que se defrontam para reunir as condições necessárias à construção do futuro dos filhos de África.
Entretanto, de todos esses pressupostos, é facto reconhecido que a libertação do continente do jugo colonial e o derrube do regime segregacionista do Apartheid, durante anos em vigor na África do Sul, foram eleitas como as tarefas prioritárias da OUA.
Como a OUA mostrou-se incapaz de resolver os conflitos surgidos continuamente em toda a parte do continente, os golpes de estado tornaram-se uma prática.
A construção de uma verdadeira unidade entre os países membros é ainda inexistente, sendo exemplos disto os golpes de estados e as guerras civis no continente.
Economicamente, os indicadores também estavam longe de serem animadores, concorrendo para isso a própria instabilidade militar e as múltiplas epidemias.
Assim, a 12 Julho de 2002, em Durban, o último presidente da OUA, o sul-africano Thabo Mbeki, proclamou solenemente a dissolução da organização e o nascimento da União Africana, como necessidade de se fazer face aos desafios com que o continente se defronta, perante as mudanças sociais, económicas e políticas que se operam no mundo.
Contudo, resolveu manter a comemoração do Dia de Africa a 25 de Maio, para lembrar o ponto de partida, a trajectória e o que resta para se chegar à meta de “uma África unida e forte”, capaz de concretizar os sonhos de “liberdade, igualdade, justiça e dignidade” dos fundadores.
Outro objectivo principal da UA continuará a ser a unidade e solidariedade entre os países e povos de África, defender a soberania, integridade territorial e independência dos seus Estados membros e acelerar a integração política e socioeconómica do continente, para realizar o sonho dos “pioneiros”, que em 1963 criaram a OUA.
Dos 54 estados africanos, 53 são membros da nova organização: Marrocos se afastou voluntariamente em 1985, em sinal de protesto pela admissão da auto-proclamada República Árabe Saharaui, reconhecida pela OUA em 1982.
Apesar de se registarem actualmente em África alguns conflitos de carácter político, pode-se dizer que a maioria dos países do continente possuem governos democraticamente eleitos.
De uma forma geral, os governos africanos são repúblicas presidencialistas, com excepção de três monarquias existentes no continente: Leshoto, Marrocos e Swazilândia.
Parcerias são formadas diariamente ao abrigo da NEPAD (Nova Parceria para o Desenvolvimento da África), um instrumento da União Africana que se baseia em relações e acordos bilaterais num ambiente de transparência, responsabilização e boa governação.
A África tem aproximadamente 30,27 milhões de quilómetros quadrados de terra. Ao norte é banhado pelo Mar Mediterrâneo, ao leste pelas águas do oceano Índico e a oeste pelo oceano Atlântico. O sul do continente africano é banhado pelo encontro das águas destes dois oceanos.

É o segundo continente mais populoso do Mundo (depois da Ásia), com aproximadamente 800 milhões de habitantes.

Basicamente agrário, pois cerca de 63 porcento da população habita no meio rural, enquanto somente 37 % mora em cidades. No geral, é um continente que apresentando baixos índices de desenvolvimento económico.
O PIB (Produto Interno Bruto) corresponde a apenas um porcento do produto mundial. Grande parte dos países possui parques industriais poucos desenvolvidos, enquanto outros nem sequer são industrializados, vivendo basicamente da agricultura.

O principal bloco económico é a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), formada por 14 países: Angola, África do Sul, Botswana, República Democrática do Congo, Lesoto, Madagáscar, Malawi, Ilhas Maurícias, Moçambique, Namíbia, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe.
Para saudar a data, que se comemora este ano sob o lema "2010, ano da paz e da segurança", realizam-se em Angola várias actividades, destacando-se o colóquio internacional, dedicado "A Paz e Segurança em África", a realizar-se no Centro de Convenções Talatona, em Luanda.
(Por Efeméride)


Sem dúvida alguma, esta é uma data que precisa ser relembrada e celebrada, pincipalmente, pela comunidade AFRODESCENDENTE. Mas não somente isso, precisa ser disseminada nos calendários e currículos escolares, universitários; viabilizada e veiculada através dos meios de comunicação; ensinada nas mesas e sofás familiares tanto quanto outras datas importantes como, por exemplo, O DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA.
O DIA DA ÁFRICA é história! É parte da minha, da sua, da nossa história! Uma data carregada de profunda significação e exemplo de união em prol da RESISTÊNCIA a toda a espécie de colonização aviltante e descaracterizante da cultura do segundo maior continente do mundo. Portanto, cabe-nos proclamar a nossa história, reproduzir seus bons propósitos e reafirmar nossas raízes.
SALVE O DIA DA ÁFRICA!
Pr. Henrique Coutinho.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

DESMASCARANDO A FARSA DA LEI ÁUREA!

HOJE, 13 DE MAIO, AO INVÉS DE RATIFICARMOS MAIS UMA MENTIRA HISTÓRICA COMO A ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA, É UM DIA DE PROTESTO CONTRA A FORMA QUE OS NEGROS FORAM LARGADOS "SEM EIRA NEM BEIRA" A PARTIR DA CHAMADA "LEI ÁUREA", BEM COMO UM DIA DE PROTESTO CONTRA O RACISMO QUE PERMANECE EM NOSSO PAÍS DE FORMA VELADA, CÍNICA E SOFÍSTICA! HOJE NÃO É DIA DE COMEMORAÇÃO, É DIA DE CHORO E LAMENTO. CHORO E LAMENTO PORQUE NOSSOS IRMÃOS NÃO FORAM RESPEITADOS COMO CIDADÃOS, MAS TRATADOS COMO OBJETOS DESCARTÁVEIS QUE LOGO DARIAM LUGAR A INTERESSES POLÍTICO-COMERCIAIS IMPOSTOS PELA INGLATERRA. VEJA O QUE ESCREVEU O FREI DAVID OFM (Diretor-executivo da Educafro - Educação e Cidadania de Afrodescendentes e Carentes):


"A Lei Áurea, assinada em 13 de maio de 1888, não passa de uma farsa". Em artigo inédito, o diretor-executivo da Educafro, Frei David Santos Ofm, exemplifica a promulgação de sete atos oficiais, envolvendo o destino da população negra, que vão desde a implantação da escravidão à reabertura do país às imigrações européias.

Há 503 anos, o Brasil foi invadido por colonizadores europeus, com o objetivo de enriquecimento de setores da Europa. Para isso, seria necessário muito trabalho pesado. A solução encontrada foi a oficialização da escravidão no país como política econômica. Assim, as relações raciais e sociais foram contaminadas e, até hoje, estamos colhendo seus malefícios.

Com o passar dos anos, uma série de atos oficiais foi sendo promulgada. Por trás da capa de inclusão e solidariedade para com a população negra escravizada estava o objetivo de beneficiar os senhores das riquezas, das terras e do direito de vida e morte sobre os afro-brasileiros. Mais do que isso, a grande intenção da sociedade branca era excluir, marginalizar, afastar o negro do direito à terra, à educação, aos cuidados na infância e na velhice.

A Lei Áurea não é elencada entre os sete atos, porque podemos considerá-la nula. Na prática, quando foi assinada, só 5% do povo negro viviam sob regime de escravidão. Os demais tinham conseguido a libertação por meio dos próprios esforços. Podemos dizer, no máximo, que serviu como estratégia para dar à população negra respaldo de libertação jurídica. Não teve como preocupação fixar as comunidades negras na terra e garantir as terras nas quais já viviam, reconhecida pelas próprias leis dos dominantes.
Após a promulgação da Lei Áurea surgiu um movimento exigindo que o governo indenizasse os senhores que haviam perdido seus escravos. Rui Barbosa reagiu dizendo: "Se alguém deve ser indenizado, indenizem os escravos!". Tinha plena consciência das injustiças cometidas pela sociedade contra o povo negro. Hoje, na Uerj, muitos brancos abriram processos na justiça exigindo indenização (outra vaga) por "ter perdido" sua vaga para um negro. Quase nada mudou: trata-se o negro, ainda hoje, como "um sem direitos".

E O QUE DIZER DESTE RICO RELATO HISTÓRICO DO JORNALISTA LEONARDO SAKAMOTO (Coordenador da ONG Repórter Brasil, é jornalista e doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo)?


Por que a Lei Áurea não representou a abolição definitiva?

O fim da escravidão legal no Brasil não foi acompanhado de políticas públicas e mudanças estruturais para a inclusão dos trabalhadores. Por isso, os escravos modernos são herdeiros dos que foram libertados em 13 de maio de 1888.

Em 2010, comemora-se os 122 anos da Lei Áurea, quando o Estado brasileiro passou a considerar ilegal o direito de propriedade de um ser humano sobre outro. Contudo, o ato da princesa Isabel não foi a causa do fim do regime escravista no país, mas o final (postergado, ao máximo) de um processo que começou com a proibição do tráfico negreiro entre a África e o Brasil. E contou com a instituição de garantias prévias para que os proprietários rurais tivessem mão-de-obra farta e à disposição mesmo após a assinatura que condenou o trabalho escravo à ilegalidade. Para entender esse processo, portanto, é necessário voltar no tempo e recoorrer aos acontecimentos do início do século 19. Não apenas àqueles decorrentes da mudança da família real para o Brasil, mas também à expansão da Inglaterra industrial pelo mundo.

Com a invasão das tropas napoleônicas, a Coroa portuguesa dependia dos ingleses para retomar o seu país e garantir sua própria segurança no Rio de Janeiro, além da proteção de suas colônias. Não é de se estranhar, portanto, que a Inglaterra, interessada em tornar o Brasil e as colônias espanholas do Prata e do Pacífico mercados para seus produtos manufaturados e fontes baratas de matérias-primas, pressionasse por melhores condições comerciais. O Tratado de Navegação e Comércio, assinado em 1810, dois anos após a abertura dos portos às nações estrangeiras, foi instituído nesse sentido. Por um tempo, os ingleses passaram a usufruir de uma taxa de importação (15%) menor que a própria taxa imposta aos produtos portugueses (16%).

Junto com esse acordo foi assinado outro entre as duas coroas. Pelo Tratado de Aliança e Amizade, Portugal se comprometia a limitar o tráfico de escravos entre suas colônias. A bem da verdade, isso não causou grande impacto na economia brasileira, pois o comércio português de escravos já estava restrito aos seus próprios domínios na África. Mas foi um dos primeiros indícios do que viria a ser o comportamento inglês nas décadas seguintes. Prova disso é que, no Congresso de Viena, cinco anos mais tarde, pressionado pelos ingleses, Portugal concordou em proibir o tráfico de seres humanos em regiões acima da linha do Equador. O que colocava de fora desse sistema comercial um dos principais fornecedores de mão-de-obra para o Brasil, a Costa da Mina, na África Ocidental. O acordo veio ganhar "força de lei" após a inclusão das canhoneiras ao papel assinado, por meio de uma cláusula adicional, inserida anos mais tarde, que dava à Inglaterra o direito de abordar em alto-mar embarcações suspeitas de transportar cativos e de apreendê-las.

A despeito dos acordos internacionais, tanto a Coroa portuguesa quanto o governo imperial brasileiro que a sucedeu não tornaram efetivas essas promessas para encerrar o tráfico. A Inglaterra, que teve um papel de mediação no processo de independência do Brasil, continuou pressionando a nova administração por medidas duras para acabar com o tráfico negreiro. Exigiu em um tratado de 1826, ratificado em 1827, que o país proibisse o comércio humano em três anos. Em 1831, o Brasil realmente promulgou a lei que proibiu o tráfico de pessoas da África e declarou livre os cativos que desembarcassem nos portos do país após aquela data. É claro que a lei permaneceu como letra-morta em função do fortalecimento da influência dos proprietários rurais após a abdicação do imperador Pedro I no mesmo ano.

Pois, como afirmou Caio Prado Júnior, a escravidão constituía a mola mestra da vida no país, repousando sobre ela todas as atividades econômicas. A produção nacional, voltada para atender às necessidades de gêneros alimentícios (como o café) e matérias-primas para uma Europa em plena marcha industrial, dependia do trabalho servil. Em decorrência disso, por mais que houvesse um crescente descontentamento da opinião pública esclarecida com o trabalho escravo, era enérgica a defesa de sua manutenção pelo setor produtivo. Afinal de contas, não havia no horizonte visível uma opção (que não desmontasse o sistema) para substituir esse tipo de mão-de-obra. E a importação era a única forma de suprir o aumento da demanda por força de trabalho e mesmo sua reposição, haja vista que a reprodução da mão-de-obra escrava em cativeiro era insignificante.

Na sociedade escravista, o trabalhador não possuía a propriedade de sua força de trabalho. Não tinha liberdade para vendê-la a quem garantisse melhores remuneração ou condições de subsistência, estando atado a uma pessoa ou empresa pelo tempo de sua vida. Era mercadoria. E, por ser mercadoria, também era patrimônio. A riqueza de um homem era comumente medida pela quantidade de escravos que possuía. Mas um patrimônio com natureza diferente, comprado pelo fazendeiro em um mercado de força de trabalho, do qual aquele acaba por ser dependente e refém.

O escravo-mercadoria se tornava objeto de lucro pelo comércio internacional antes mesmo de começar a produzir. Ao investir determinada soma de dinheiro na compra de força de trabalho, um fazendeiro tinha em mente que ele teria que buscar um retorno equivalente ou superior à quantidade de recursos necessários para a manutenção da mão-de-obra somada aos recursos que ele investiu em sua compra mais a taxa de juros que ele ganharia caso investisse o mesmo valor no mercado. Caso contrário, o negócio não valeria a pena.

Na primeira metade do século 19 já era possível prever que o fim da escravidão era apenas uma questão de tempo no Brasil. Tanto as pressões externas quanto internas apontavam para uma mudança no tipo da força de trabalho utilizada na produção, o que, sem dúvida nenhuma, era condição fundamental para o desenvolvimento econômico e social do país. A dúvida seria como e quando essa mudança aconteceria e a qual custo - toda alteração no curso de um sistema tem um custo, que é ponderado no momento de tomar decisões de adoção de políticas por gestores. Um fator interno que contribuiu para que esse balanço de fatores pendesse para o fim do tráfico foi a situação exposta acima pelo sociólogo José de Souza Martins. Os comerciantes de escravos haviam se tornado proeminentes figuras financeiras, tendo os proprietários rurais do país como seus devedores. A sujeição econômica a essa classe, que já não gozava de boa reputação e imagem pela sociedade, trazia insatisfação aos produtores.

Vale lembrar que, externamente, o país já enfrentava problemas com a abordagem internacional de seus navios, sendo eles transportadores de escravos ou não. A justificativa de impedir o tráfico era usada mesmo quando as embarcações estavam de acordo com o acordos ingleses. Em 1845, o parlamento inglês aprovou o Bill Aberdeen, declarando legal o aprisionamento de qualquer embarcação utilizada no tráfico e a sujeição de seus ocupantes ao julgamento por pirataria. Os navios eram caçados não apenas em alto mar, mas também em águas abrigadas do Brasil e nos seus portos.

Em 1850, o governo brasileiro finalmente adota ações eficazes para coibir o tráfico transatlântico de escravos, com a adoção de leis e ações. Os resultados puderam ser sentidos rapidamente: em 1849, 54 mil escravos entraram no país. O número caiu para 23 mil em 1850, 3 mil em 1851, pouco mais de 700 em 1852, para acabar então definitivamente.

Nos anos seguintes, foram tomadas medidas que libertaram crianças e sexagenários. O que, na verdade, serviu apenas como distrações para postergar o fim da escravidão. Os escravos que conseguiam chegar aos 60 anos já não tinham condições de trabalho e eram um "estorvo" financeiro para muitos fazendeiros que os sustentavam. Já os filhos dos escravos não possuíam autonomia para viver sozinhos. Muitos, até completarem 18 anos, foram tutelados (e explorados) pelos proprietários de seus pais. Além disso, uma corrente de tráfico interno vendia escravos do Nordeste para suprir a crescente produção de café no Sudeste.

Mas, por mais que fosse postergada, com o fim do tráfico transatlântico, a propriedade legal sob seres humanos estava com os dias contados. Em questão de anos, centenas de milhares de pessoas estariam livres para ocupar terras virgens - que o país tinha de sobra - e produzir para si próprios em um sistema possivelmente de campesinato. Quem trabalharia para as fazendas? Como garantir mão-de-obra após a abolição total?

Vislumbrando que, mantida a estrutura fundiária do país, o final da escravidão poderia representar um colapso dos grandes produtores rurais, o governo brasileiro criou meios para garantir que poucos mantivessem acesso aos meios de produção. A Lei de Terras foi aprovada poucas semanas após a extinção do tráfico de escravos, em 1850, e criou mecanismos para a regularização fundiária. As terras devolutas passaram para as mãos do Estado, que passaria a vendê-las e não doá-las como era feito até então.

O custo da terra começou a existir, mas não era significativo para os então fazendeiros, que dispunham de capital para a ampliação de seus domínios - ainda mais com os excedentes que deixaram de ser invertidos com o fim do tráfico. Porém, era o suficiente para deixar ex-escravos e pobres de fora do processo legal. Da mesma forma, a lei proibia que imigrantes que tiveram suas passagens financiadas para vir ao Brasil (ato comum na política de imigração) comprassem terras até três anos após a sua chegada. Ou seja, mantinha a força de trabalho à disposição do serviço do capital.

Os preceitos da lei não foram necessariamente respeitados, principalmente por quem possuía recursos para isso. Afinal, ela não havia sido criada para impor ao capitalismo brasileiro um problema, mas sim garantir o seu florescimento. De acordo com Emília Viotti da Costa, os ocupantes de terras e os possuidores de títulos de sesmarias ficaram sujeitos à legitimação de seus direitos, o que foi feito em 1854 através do "registro paroquial". O documento validava a ocupação da terra até essa data. Com isso nasceu uma indústria da falsificação de títulos de propriedades, com a participação de cartórios. Familiar aos proprietários de terra, os procedimentos para isso eram inatingíveis ao ex-escravo ou ao imigrante, por desconhecimento ou falta de recursos financeiros para subornar alguém.

Com o trabalho cativo, a terra poderia estar à disposição para livre ocupação. Porém, com o trabalho livre, o acesso à terra precisava ser restringido. A existência de terras livres garante produtores independentes e dificulta a centralização do capital e da produção baseada na exploração do trabalho. Com o fim do tráfico e o livre mercado de trabalho despontando no horizonte, o governo brasileiro foi obrigado a tomar medidas para impedir o acesso à terra, mantendo a mão-de-obra reprimida e alijada de seus meios de produção.

Dessa maneira, a Lei de Terras, nascida do fim do tráfico de escravos, está na origem da atual exploração do trabalhador rural e, portanto, da escravidão contemporânea. As legislações que se sucederam a ela e trataram do assunto apenas reafirmaram medidas para garantir a existência de um contingente reserva de mão-de-obra sem acesso à terra, mantendo baixo o nível de remuneração e de condições de trabalho. Com a Lei de 1850 estava formatada uma nova estrutura - em substituição àquela que seria extinta em maio de 1888 - para sujeitar os trabalhadores.

Porém, ela também resolveu outro problema crucial: ao dificultar o acesso e legalizar a posse, criou valor para algo que até então não o possuía - a terra. Como não era um objeto passível de ser comercializado, a fazenda consistia, em um primeiro momento, no locus onde ocorria a exploração e, dali em diante, no trabalho acumulado dos escravos - traduzido em mercadorias e benfeitorias. Martins explica que a lei possibilitou, dessa forma, a transferência da garantia dada ao mercado de crédito da propriedade dos escravos para a propriedade da terra. Esse momento é decisivo. O trabalho, liberto da condição de renda capitalizada, deixa de fazer parte do capital para se contrapor a ele. Não era mais preciso comprar a capacidade de gerar riqueza: com o fim do direito à propriedade privada sobre seres humanos, o capital também ganha a liberdade. Com a diferença de que poderia usufruí-la melhor do que os antigos escravos.

No dia 13 de maio de 1888, com a Lei Áurea, o Estado deixou de reconhecer o direito de propriedade de uma pessoa sobre outra. Contudo, isso não significou que todas as relações de trabalho nas sociedades regidas pelo capital passariam a ser guiadas por regras de compra e venda da força de trabalho mediante assalariamento, com remuneração suficiente para a manutenção do trabalhador e de sua família. O fim da escravidão não representou a melhoria na qualidade de vida de muitos trabalhadores rurais, uma vez que o desenvolvimento de um número considerável de fazendas continuou a se alimentar de formas de exploração semelhantes ao período da escravidão. Não apenas no momento da acumulação primitiva originária - historicamente realizada através de recursos naturais e da força de trabalho - mas ao longo do tempo, como forma de garantir uma margem de lucro maior ao empreendimento ou mesmo lhe dar competitividade para a concorrência no mercado.

Dois casos de utilização de formas de exploração semelhantes ao trabalho escravo, mas que não envolvem propriedade legal de um ser humano sobre outro, tornaram-se referência no pós-Lei Áurea. O primeiro é o dos nordestinos levados a trabalhar na florescente indústria da borracha na Amazônia. O segundo o dos colonos estrangeiros trazidos para as fazendas de café do interior do Estado de São Paulo. Pela descrição da situação, é possível constatar que há um padrão na forma de exploração desses trabalhadores, que continua praticamente o mesmo nos dias de hoje - a servidão por endividamento ilegal. Como esse padrão se repetia em diversos países, ele foi objetivo de discussões internacionais e definido em convenções da Organização Internacional do Trabalho.

Após 1850, as exportações de borracha cresceram no Brasil devido ao aumento na demanda internacional pelo produto após o desenvolvimento do processo de vulcanização, que aumentou a sua resistência e ampliou as possibilidades de moldagem. Entre 1881 e 1890, representava 8% do total de exportações do país e ocupava o terceiro lugar entre os produtos mais vendidos. Vinte anos depois (1901-1910), a borracha passou a 28% do total de exportações. Isso levou o luxo à região amazônica, onde estavam concentrados os seringais - riqueza esta extraída do trabalho de migrantes nordestinos, muitos deles fugidos da seca que atingiu o Nordeste entre 1877 e 1880. O relato de Caio Prado Júnior vale para aquela época, mas descreve esse padrão que continua até os dias de hoje:

"As dívidas começam logo ao ser contratado: ele adquire a crédito os instrumentos que utilizará, e que embora muito rudimentares, estão acima de suas posses em regra nulas. Freqüentemente estará ainda devendo as despesas de passagem desde sua terra nativa até o seringal. Estas dívidas iniciais nunca se saldarão porque sempre haverá meios de fazer as despesas do trabalhadores ultrapassarem seus magros salários. E quando isto ainda não basta, um hábil jogo de contas que a ignorância do seringueiro analfabeto não pode perceber, completará a manobra. Enquanto deve, o trabalhador não pode abandonar o seu patrão credor; existe entre os proprietários um compromisso sagrado de não aceitarem a seu serviço empregados com dívidas para com outro e não saldadas". E utilizava-se a força para manter o trabalhador no serviço.

Com o final do tráfico negreiro, deu-se o início da implantação de regimes de parceria em várias fazendas de café, trazendo colonos europeus para o serviço. Vale lembrar que a escravidão não era apenas um modo de produção. Ela estava historicamente enraizada em toda sociedade, que girava em torno dela. Portanto, era claro que a relação fazendeiro/escravo demoraria a ser substituída pela patrão/empregado tanto ideologicamente quanto na prática - ou talvez que nunca venha a se realizar plenamente. Um exemplo citado por José de Souza Martins é o da firma Vergueiro & Cia, que contratou imigrantes para executar o serviço:

"Na parceria, conforme o contrato assinado com os colonos suíços, "vendido o café por Vergueiro & Cia pertencerá a estes a metade do seu produto líquido, e a outra metade ao (...) colono. Entretanto, o parceiro era onerado em várias despesas, a principal das quais era o pagamento do transporte e gastos de viagem dele e de toda a sua família, além da sua manutenção até os primeiros resultados do seu trabalho. Diversos procedimentos agravavam os débitos, como a manipulação das taxas cambiais, juros sobre adiantamentos, preços excessivos cobrados no armazém (em comparação com os preços das cidades próximas), além de vários abusos e restrições que, no caso da [fazenda] Ibicaba, logo levaram a uma rebelião. Esses recursos protelavam a remissão dos débitos dos colonos, protelando a servidão virtual em que se encontravam".

O colono não entrava no mercado de trabalho livre para vender sua força. E se estivesse insatisfeito com o patrão, teria que procurar outro que comprasse suas dívidas. Perante a lei, estavam livres, contudo, economicamente, eram similares a escravos. A experiência da Vergueiro & Cia gerou insatisfação por parte dos colonos, temor por parte dos fazendeiros que receavam que insurreições como a ocorrida nessa fazenda em 1856 se repetissem e mesmo desconfiança de outros países fornecedores de mão-de-obra. Situações como essa se repetiram ao longo de décadas até que a prática da imigração para o colonato estabelecesse um modus operandi que contou com a participação do governo. Este passou a subvencionar o transporte dos estrangeiros de seu país de origem até o Brasil, diminuindo os problemas com o endividamento. Os colonos esperavam obter no trabalho das fazendas de café recursos suficientes para adquirirem sua própria terra. O colonato passou a ser visto, e incentivado, como uma etapa necessária para independência econômica.

A exploração degradante e ilegal do trabalho continuou. Ao analisar a situação do colonato do café entre o final do século 19 e início do século 20 no Brasil, Martins afirmou que a propriedade capitalista da terra assegurava ao fazendeiro a sujeição do trabalho e, ao mesmo tempo, a exploração ilegal de seres humanos.

Apesar de trabalharem para a fazenda, os colonos atuavam como arrendatários, ficando cada grupo com um pedaço da fazenda, cuidando do cafezal e entregando o produto para o proprietário da terra. Para isso, eram remunerados abaixo do valor do seu serviço e de forma insuficiente para garantir sua subsistência, tendo que utilizar as terras entre os cafezais ou próximas deles para produzir seus alimentos. O trabalho absorvido na formação da fazenda de café era convertido em capital na forma de cafezais. Dessa forma, ela produzia a partir de relações não-capitalistas de produção boa parte de seu capital.

Durante todo o século 20, a servidão por dívida utilizada contra os seringueiros e os primeiros imigrantes do café consolidou-se como uma das formas empregadas para reprimir a força de trabalho nas situações de expansão do capital sobre formas não-capitalistas de produção. Não há estimativas confiáveis do número de escravos no país hoje. Alguns levantamentos falam de 25 mil, outros de 40 mil. O fato é que de 1995 até hoje, mais de 30 mil pessoas já foram libertadas em operações dos grupos móveis de fiscalização do governo federal, responsáveis por apurar denúncias e libertar trabalhadores.

Para além dos efeitos da Lei Áurea que completa 120 anos, trabalhadores rurais do Brasil ainda vivem atualmente sob a ameaça do cativeiro. Mudaram-se os rótulos, ficaram as garrafas. Marx afirmava que o "morto apodera-se do vivo". Com base na permanência da escravidão sob outras formas, constata-se que não são apenas as velhas formas que se inserem nas novas, mas as novas recorrem às velhas sempre que possível.

DIANTE DISSO TUDO, MAIS DO QUE NUNCA, A COMUNIDADE NEGRA E AFRODESCENDENTE PRECISA SE CONSCIENTIZAR DA PREMENTE NECESSIDADE DE SE UNIR E ENGROSSAR AS FILEIRAS DA RESISTÊNCIA A TODO E QUALQUER TIPO DE REPRESSÃO E SEGREGAÇÃO RACISTA E ESCRAVAGISTA DISFARÇADAS POR UM DISCURSO FILOSÓFICO QUE DIZ QUE "O PROBLEMA NO BRASIL NÃO É RACIAL, E SIM, SOCIAL", TUDO PRA MASCARAR A VERDADEIRA FACE DOS DÉSPOTAS DO SÉC. XXI.

Pr. Henrique Coutinho.

sábado, 8 de maio de 2010

A ORIGEM DO DIA DAS MÃES.

Dentre as grandes datas recordativas de nobres vultos e feitos heróicos, uma a todas sobreleva pelo seu profundo significado: é o "Dia das Mães".

Neste dia, tão cheio de gratas evocações e doces reminiscências, a humanidade cristã põe de parte os afazeres costumeiros para tributar sincera oblação ao ente querido que nos deu o ser.

Muita justiça e mérito há nessa homenagem. Se a gratidão fenecesse em todo coração humano, quão árida e escabrosa seria a senda do existir!

A abnegação materna desperta em nós o reconhecimento, o respeito, e nos leva a admirar o grande amor de Deus por nós, suas criaturas. Bendita e luminosa idéia a daquela jovem que com sua nobre iniciativa nos legou o "Dia das Mães"!

Remontemos por alguns instantes à origem dessa solenidade.

A comemoração do Dia das mães teve origem nos Estados Unidos, em 1907, quando Ana Jarvis, de uma pequena cidade de West Virgínia, resolveu comemorar o primeiro aniversário da morte de sua mãe. Isso foi no mês de maio. Continuou fazendo o mesmo nos anos seguintes, e a população da cidade foi imitando o costume.

Sugeriram às autoridades que estabelecessem uma data especial para se comemorar o Dia das Mães em todo o território americano. Assim, em 1914, o presidente americano Thomas W. Wilson oficializou o Dia das Mães no segundo domingo de maio.

Em maio de 1918, pela primeira vez no Brasil, a Associação Cristã de Moços festejou em Porto Alegre o Dia das Mães. A data continuou a ser comemorada em vários lugares do Brasil, até que, em 1932, o presidente Getúlio Vargas baixou um decreto-lei determinando a comemoração oficial do Dia das Mães em nosso país no segundo domingo de maio. Hoje, a data é comemorada em todo o mundo cristão.

Em 1947, a Igreja católica adotou a mesma data como Dia das Mães.

No Dia das Mães, querido leitor, vamos orar ao Senhor para que as cubra de ricas e copiosas bênçãos do alto, para que a graça divina a acompanhe, ao cumprir sua nobre missão, a missão de formar caráteres!

Em 365 dias, mães, mereçam um dia festivo.

Então, boa festa, mamães!!! Felicidades

Abraços Com Amor
Ligia Barreto


Transcrevo e posto este texto de Lígia Barreto aqui como forma, não só de informação, mas, sobretudo, de homenagem à TODAS AS MÃES QUE ENTENDERAM E ACEITARAM a nobre missão e sacerdócio de conceber, dar à luz, criar, educar e formar o caráter dos seus filhos nos moldes do Evangelho de Cristo.
Deus continue abençoando a todas vocês!!!

Pr. Henrique Coutinho.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

"O QUE VAI SOMAR NA VIDA? O PERIFÉRICO OU O ESSENCIAL?"

Eclesiastes 12:

8 Vaidade de vaidades, diz o pregador, tudo é vaidade.
9 E, quanto mais sábio foi o pregador, tanto mais ensinou ao povo sabedoria; e atentando, e esquadrinhando, compôs muitos provérbios.
10 Procurou o pregador achar palavras agradáveis; e escreveu-as com retidão, palavras de verdade.
11 As palavras dos sábios são como aguilhões, e como pregos, bem fixados pelos mestres das assembléias, que nos foram dadas pelo único Pastor.
12 E, demais disto, filho meu, atenta: não há limite para fazer livros, e o muito estudar é enfado da carne.
13 De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo o homem.
14 Porque Deus há de trazer a juízo toda a obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau.

Uma das palavras que mais aparece no livro de Eclesiastes
é 'havel' (vaidade) cujo significado é vanidade, nulidade, vapor, etc., dando sempre a conotação de transitoriedade, fragilidade, do aspecto efêmero da vida.

Sempre que leio este texto sou, inevitavelmente, remetido às várias correntes teológicas pós-modernas que têm se manifestado através de seus apologetas todos "convictos" de que o seu ponto-de-vista seria o mais correto e, portanto, o mais plausível.
Sejam leigos ou letrados, indoutos ou intelectualizados, teólogos, achólogos ou "té-logos" - todos se arvoram e se autoproclamam detentores da verdade.

Salomão é quem tinha a razão: "TUDO É VAIDADE!" Tudo é vão; tudo é nulo; tudo é efêmero; tudo é transitório; inclusive o personalismo religioso-denominacional; o intelectualismo arrogante ensimesmado; a ignorância espiritualista pretenciosa; a alienação pietista-platônica, dentre outros.

Discursos vazios de Deus, ocos de Graça, cheios de conhecimento e desprovidos de sabedoria serão todos diluídos pelo fogo do Juízo de Deus que trará à tona toda a obra, inclusive as latentes no oculto do ser!

Fico pensando quanta conversa se tem jogado fora em nome de Deus! Quanta necessidade de auto-afirmação! Quanta elucubração teológica! Quanta conversa a-fiada! "É TUDO VAIDADE!"

Mas, diante de tudo isso e em meio a toda essa confusão, que não é nova, o que mais me espanta e me choca é a forma simples e prática como Salomão conclui toda essa inútil dialética da vida: "De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo o homem" (v.13). Ou seja, não dê importância ao que não é, DE FATO, IMPORTANTE! Não dê ouvidos a nada cuja reverberação não passe de mera "rever-BERRAÇÃO" de almas feridas, doentias e, portanto, surtadas e surtantes, resultantes de traumas recolhidos e eclodidos em forma de verborragia "intelecteológica"! Fique com o que é, DE FATO, essencial e não periférico!

Temer a Deus, revenrenciá-lo com um coração quebrantado, contrito e dependente e, totalmente, desprovido de gestos e cestos curiografados guardando os dois maiores mandamentos, não é nenhum favor que estaremos fazendo a Deus."É O DEVER DE TODO O HOMEM!"

Portanto, o que devemos escolher? Continuar perdendo tempo com questões periféricas ou colocarmos em prática o que é, DE FATO, ESSENCIAL? Isso pode até soar como um convite à omissão, à mediocridade ou, mesmo, à coninvência. Mas, na verdade, a importância à prática do que é essencial é o que, DE FATO, faz a diferença pra Deus!
"O QUE VAI SOMAR NA VIDA? O PERIFÉRICO OU O ESSENCIAL?"

Pr. Henrique Coutinho.