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"Agora é tempo para erguer nossa nação das areias movediças da injustiça racial e da discriminação para a pedra sólida da fraternidade." (Rev. Martin Luther King Jr.)

Sejam bem-vindos ao NEGOSPEL!

O que vem a ser o NEGOSPEL? - NEGOSPEL é um MOVIMENTO NEGRO EVANGÉLICO virtual e, ou, presencial cuja missão é de conscientizar os afrodescendentes e interessados no assunto quanto à sua historicidade, identidade, autovalorização e espaço tanto do ponto de vista histórico-teológico como étnico-sócio-racial lutando, assim, pela reparação nas áreas supra-citadas dentro de um recorte racial justo e verdadeiro ante às inúmeras injustiças resultantes na atual estratificação social. Portanto, continue conosco interagindo e divulgando nosso trabalho e muito obrigado pela sua visita!

Afroabraços,

Henrique Coutinho.



quarta-feira, 30 de março de 2011

BAIANO VÍTIMA DE RACISMO NO RIO GRANDE DO SUL.

Estudante do curso de história da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), no Rio Grande do Sul, o baiano Helder Santos, de 25 anos, tenta transferir sua matrícula para seu Estado de origem. Helder diz ter recebido ameaças desde que revelou ter sido vítima de agressões e racismo praticados por policiais militares na cidade de Jaguarão, na fronteira com o Uruguai. Hélder é negro e conseguiu passar no vestibular graças ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).O estudante deixou Jaguarão, onde estuda, e viajou para Porto Alegre na última quinta-feira. Com a ajuda de um advogado, ele tenta se transferir para a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, próximo de Feira de Santana, sua cidade natal. Eles afirmam que não existe segurança para que ele permaneça estudando na universidade gaúcha.
Hélder relata que foi agredido por policiais militares após sair com um grupo amigos de uma festa no dia 6 de fevereiro, em Jaguarão. Ao questionar o motivo da abordagem dos policiais que, segundo ele, foi truculenta, o estudante teria sido jogado no chão e algemado, além de ter ouvido ofensas racistas. “As pessoas pediram para não me levar porque conheciam a gente. Um dos policiais estudou comigo na minha sala. Mesmo assim, fizeram esse tipo de coisa”, conta Helder.
Ele denunciou o caso na corregedoria da Polícia Militar e pediu a abertura de inquérito sobre crime de racismo na Polícia Civil. Depois das denúncias, recebeu duas cartas com ameaças. “Nego sujo volta para a Bahia (sic)”, diz uma delas. Para Helder, as cartas partiram de dentro da polícia. “São pessoas que têm propriedade sobre as coisas internas da Brigada Militar [a PM gaúcha]. Não são do nada. Como sabiam que a diretora foi lá?”, diz. A diretora do campus da Unipampa em Jaguarão, Maria de Fátima Ribeiro, também procurou a corregedoria da PM. Ela teria recebido uma correspondência, na qual o autor anônimo diz que a universidade está trazendo “lixo” para a cidade.Hélder chegou a Jaguarão em março do ano passado, depois de ser aprovado no Enem, e está no terceiro semestre do curso de licenciatura em História. Ele diz que nunca havia passado por constrangimento semelhante na universidade. “Nunca havia sentido constrangimento, não diretamente. Não tenho o que falar da cidade, mas da segurança do Estado, das pessoas que cometeram este tipo de atrocidade”, afirma.
De origem humilde, Helder foi o primeiro de sua família a chegar na universidade. Para o estudante, as instituições gaúchas devem estar preparadas para a chegada de estudantes de outras partes do Brasil. "Não é um problema do Enem, mas da segurança pública do Estado. Entendo que tudo é muito novo, as pessoas não estão preparadas. Mas é uma realidade e as estruturas do Estado precisam estar preparadas”, completa.
Helder e o advogado Onir Araújo conversaram na manhã desta segunda com a ministra da Igualdade Racial, Luiza Barros, que estava em visita oficial a Porto Alegre. Eles pedem a transferência do estudante para a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, no campus de Cachoeira, próximo a Feira de Santana. Um irmão e amigos de Helder estudam na instituição.
“Estamos aguardando que ainda hoje (segunda) tenhamos uma resposta sobre a transferência. Não queremos acreditar que a União e o Estado queiram resolver simplesmente mandando o Helder para a Bahia”, destaca Onir Araújo.
O caso está sendo acompanhado pelo Ministério Público, pela Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do governo estadual e pela Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa. “Vamos contatar o comando da Brigada Militar para apurar o ocorrido, se de fato houve abuso e crime de racismo, para pedirmos providências imediatas”, afirma o deputado Miki Breier (PSB), presidente da comissão.

FONTE: g1

terça-feira, 29 de março de 2011

PARABÉNS QUERIDA CIDADE!"

Parabéns querida cidade! Parabéns cidade varonil;
Não foi à toa que fostes escolhida a primeira capital do Brasil!

Foi aqui que tudo começou, no útero desta pátria amada;
Uma gestação muito dolorida a custo de sangue, suor e espada!

"Esta cidade é linda demais" exclama o poeta inspirado;
Mas sua beleza, além de uma dádiva Divina;
É resultado de sangue, suor e vida de um povo escravizado!

De Itapoã à Amaralina; do Rio Vermelho ao Porto da Barra até chegar à Vitória;
De Itapagipe a São Tomé do Paripe foi sendo escrita a nossa História!

História essa que tentam ofuscar e, até, negar a sua verdade;
Que a independência do Brasil se deu, de fato, nesta cidade!

Parabéns querida cidade! Sua beleza parece mágica;
És a terceira maior do Brasil e a mais negra fora da África!

Simpatia é o seu nome; hospitalidade é o seu caráter; alegria é a sua cara;
Tu és única! És singular! Igual a você é coisa rara!

Parabéns querida cidade! Cidade da paz e do Amor;
Teu nome por si mesmo traduz; és CIDADE DO SALVADOR!

Parabéns querida cidade! Parabéns Metrópole amada;
Desejo-lhe centenas de anos de vida pra que possas ser desfrutada!

Pr. Henrique Coutinho.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Racismo institucional? Frente parlamentar repudia declarações de deputado do DEM à ministro do STF.

Racismo institucional? Frente parlamentar repudia declarações de deputado do DEM à ministro do STF.

"Ilustre ministro moreno escuro", disse Júlio Campos (DEM) sobre ministro Joaquim Barbosa, do Supremo
Carlos Eduardo Freitas
www.salvadordiario.com

O presidente da mais nova Frente Parlamentar Mista pela Igualdade Racial e em Defesa dos Quilombolas, da Câmara Federal, o deputado federal Luiz Alberto (PT/BA), repudiou, em nome do colegiado, declarações do colega parlamentar, deputado federal Júlio Campos (DEM/MT), que teria se reportado ao ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal (STF), chamando-o de “ilustre ministro moreno escuro”.

“Questiono: será coincidência ou o deputado cometeu um ato de racismo institucional? Será que o deputado chamaria qualquer outro ministro do STF, não-negro, de moreno claro? Não seria esta uma tentativa de invisibilizar e não legitimar o único ministro negro daquela corte?”, declarou Luiz Alberto.

O presidente da Frente que tem foco no debate racial, nos direitos e políticas públicas para a população negra, disse não acreditar que um deputado, de longa experiência no parlamento brasileiro, possa esquecer o nome de um membro do Supremo, que é composto por apenas 11 ministros, dos quais apenas um é negro [Joaquim Barbosa].

“Ato como este do deputado em questão não deve ser tolerado em pleno século 21, em um país no qual o IBGE declarou que mais de 51% da população é negra, neste ano, inclusive, em que também a ONU elegeu como o ano internacional dos afrodescendentes, que representa o fortalecimento do estado brasileiro na garantia de igualdade e oportunidades à população negra”, afirmou o parlamentar baiano.


Para Luiz Alberto, o acontecimento demonstra longo caminho de luta que parlamentares, senadores, movimento social e a população negra ainda têm que travar na batalha contra o racismo institucional no país. “Essa é uma responsabilidade e papel que esta Frente vai ter, para não permitir que fatos como este sejam novamente escritos na história do Brasil”, disse.

segunda-feira, 21 de março de 2011

21 de Março - Dia Internacional contra a Discriminação Racial.

No dia 21 de março de 1960, na cidade de Joanesburgo, capital da África do Sul, 20 mil negros protestavam contra a lei do passe, que os obrigava a portar cartões de identificação, especificando os locais por onde eles podiam circular.

No bairro de Shaperville, os manifestantes se depararam com tropas do exército. Mesmo sendo uma manifestação pacífica, o exército atirou sobre a multidão, matando 69 pessoas e ferindo outras 186. Esta ação ficou conhecida como o Massacre de Shaperville. Em memória à tragédia, a ONU – Organização das Nações Unidas – instituiu 21 de março como o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial.

O Artigo I da Declaração das Nações Unidas sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial diz o seguinte:

"Discriminação Racial significa qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada na raça, cor, ascendência, origem étnica ou nacional com a finalidade ou o efeito de impedir ou dificultar o reconhecimento e exercício, em bases de igualdade, aos direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou qualquer outra área da vida pública"

O racismo se apresenta, de forma velada ou não, contra judeus, árabes, mas sobretudo negros. No Brasil, onde os negros representam quase a metade da população, chegando a 80 milhões de pessoas, o racismo ainda é um tema delicado.

Para Paulo Romeu Ramos, do Grupo Afro-Sul, as novas gerações já têm uma visão mais aberta em relação ao tema. “As pessoas mudaram, o que falta mudar são as tradições e as ações governamentais”, afirma Paulo. O Grupo Afro-Sul é uma ONG de Porto Alegre, que promove a cultura negra em todos os seus aspectos.

Segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD – em seu relatório anual, "para conseguir romper o preconceito racial, o movimento negro brasileiro precisa criar alianças e falar para todo o país, inclusive para os brancos. Essa é a única maneira de mudar uma mentalidade forjada durante quase cinco séculos de discriminação”.

Aproveite esta data para refletir: você tem ou já teve atitudes racistas?

quarta-feira, 9 de março de 2011

HOMENAGEM ÀS MULHERES NEGRAS.

Posted by amizadepoesia em Março 7, 2008


Do tempo das amas-de-leite,
das senzalas e mucambas,
Aind’há quem te desfeite,
(Do tempo das amas-de-leite)
quem deboche teus enfeites,
e te faça a vida tirana
Do tempo das amas-de-leite
das senzalas e mucambas.

II

Ser mulher e, negra, também ser,
é sentir, em dobro, a dor,
é lutar e sobreviver.
Ser mulher e, negra, também ser,
é por duas sempre valer,
é desdobrar o seu valor
Ser mulher e, negra, também ser,
é sentir, em dobro, a dor.

III
É guardar dentro do peito,
o grito da liberdade,
qual o mais doce confeito.
É guardar dentro do peito,
a esperança dum mundo feito
de paz e igualdade
É guardar dentro do peito,
o grito da liberdade.

IV
É ser sempre a guerreira,
vencendo obstáculos,
e tomando a dianteira.
É ser sempre a guerreira,
e vencer, à sua maneira,
desta vida os percalços
É ser sempre a guerreira,
vencendo obstáculos,

V
Mulher negra, negra mulher,
fica aqui esta homenagem,
de um poetinha qualquer.
Mulher negra, negra mulher,
venha o tempo que vier,
és sinônimo de coragem.
Mulher negra, negra mulher,
fica aqui esta homenagem.

Jorge Linhaça