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Afroabraços,

Henrique Coutinho.



quarta-feira, 30 de março de 2011

BAIANO VÍTIMA DE RACISMO NO RIO GRANDE DO SUL.

Estudante do curso de história da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), no Rio Grande do Sul, o baiano Helder Santos, de 25 anos, tenta transferir sua matrícula para seu Estado de origem. Helder diz ter recebido ameaças desde que revelou ter sido vítima de agressões e racismo praticados por policiais militares na cidade de Jaguarão, na fronteira com o Uruguai. Hélder é negro e conseguiu passar no vestibular graças ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).O estudante deixou Jaguarão, onde estuda, e viajou para Porto Alegre na última quinta-feira. Com a ajuda de um advogado, ele tenta se transferir para a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, próximo de Feira de Santana, sua cidade natal. Eles afirmam que não existe segurança para que ele permaneça estudando na universidade gaúcha.
Hélder relata que foi agredido por policiais militares após sair com um grupo amigos de uma festa no dia 6 de fevereiro, em Jaguarão. Ao questionar o motivo da abordagem dos policiais que, segundo ele, foi truculenta, o estudante teria sido jogado no chão e algemado, além de ter ouvido ofensas racistas. “As pessoas pediram para não me levar porque conheciam a gente. Um dos policiais estudou comigo na minha sala. Mesmo assim, fizeram esse tipo de coisa”, conta Helder.
Ele denunciou o caso na corregedoria da Polícia Militar e pediu a abertura de inquérito sobre crime de racismo na Polícia Civil. Depois das denúncias, recebeu duas cartas com ameaças. “Nego sujo volta para a Bahia (sic)”, diz uma delas. Para Helder, as cartas partiram de dentro da polícia. “São pessoas que têm propriedade sobre as coisas internas da Brigada Militar [a PM gaúcha]. Não são do nada. Como sabiam que a diretora foi lá?”, diz. A diretora do campus da Unipampa em Jaguarão, Maria de Fátima Ribeiro, também procurou a corregedoria da PM. Ela teria recebido uma correspondência, na qual o autor anônimo diz que a universidade está trazendo “lixo” para a cidade.Hélder chegou a Jaguarão em março do ano passado, depois de ser aprovado no Enem, e está no terceiro semestre do curso de licenciatura em História. Ele diz que nunca havia passado por constrangimento semelhante na universidade. “Nunca havia sentido constrangimento, não diretamente. Não tenho o que falar da cidade, mas da segurança do Estado, das pessoas que cometeram este tipo de atrocidade”, afirma.
De origem humilde, Helder foi o primeiro de sua família a chegar na universidade. Para o estudante, as instituições gaúchas devem estar preparadas para a chegada de estudantes de outras partes do Brasil. "Não é um problema do Enem, mas da segurança pública do Estado. Entendo que tudo é muito novo, as pessoas não estão preparadas. Mas é uma realidade e as estruturas do Estado precisam estar preparadas”, completa.
Helder e o advogado Onir Araújo conversaram na manhã desta segunda com a ministra da Igualdade Racial, Luiza Barros, que estava em visita oficial a Porto Alegre. Eles pedem a transferência do estudante para a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, no campus de Cachoeira, próximo a Feira de Santana. Um irmão e amigos de Helder estudam na instituição.
“Estamos aguardando que ainda hoje (segunda) tenhamos uma resposta sobre a transferência. Não queremos acreditar que a União e o Estado queiram resolver simplesmente mandando o Helder para a Bahia”, destaca Onir Araújo.
O caso está sendo acompanhado pelo Ministério Público, pela Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do governo estadual e pela Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa. “Vamos contatar o comando da Brigada Militar para apurar o ocorrido, se de fato houve abuso e crime de racismo, para pedirmos providências imediatas”, afirma o deputado Miki Breier (PSB), presidente da comissão.

FONTE: g1

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